Na sociedade hodierna, dá-se grande ênfase à necessidade de chegar ao topo nos negócios, utilizando-se de política interna nas empresas, poder pessoal, manipulação psicológica, esforço e sacrifício de outros interesses. Às vezes, realmente com demasiada freqüência, o custo de tal escalada é grande: tensão, saúde abalada e mesmo o abandono do procedimento moral e dos padrões éticos que tornam a vida digna de ser vivida.
Qual é a maneira cristã e científica de se atingir o potencial pleno? Quais deveriam ser nossos motivos e atitudes? Desde logo é preciso sermos honestos com nós mesmos: se nossos motivos são puros e nossas ações correspondem à orientação de Deus, a ascensão ao topo de nossa carreira pode ser benéfica, saudável, recompensadora — uma aventura. As enquetes indicam que muitas pessoas ambicionam atingir fins bem legítimos — não apenas dinheiro e favores materiais, mas um trabalho que lhes permita crescer, aprender e expressar a plenitude de seus talentos.
O que entendemos por progresso, promoção, consecução, satisfação, sob a luz da Ciência Cristã e dos ensinamentos de Cristo Jesus? Qual é a relação entre obter e dar? Como encaramos o êxito?
As boas-novas que a Ciência Cristã oferece são as de que o homem — o verdadeiro homem criado por Deus — já está no topo! O fato espiritual é que exatamente agora cada um de nós é a manifestação perfeita do Deus perfeito; somos tão perfeitos e tão completos em qualidade como o é o nosso Pai-Mãe Deus, o Supremo Regente, o governador, o Legislador do universo, o criador dos céus e da terra.
Na medida em que percebemos, aceitamos e reivindicamos esse fato como parte de nossa herança — assim na terra como no céu — ocorrem mudanças maravilhosas. Nossa vida passa a enquadrar-se na realidade entretida em nossa consciência. Obtemos novo propósito e direção, nova energia, nova inspiração. Desenterramos novos talentos. Vemos caírem falsas limitações na medida em que largamos a estagnação e a frustração e avançamos rumo à consecução e à realização. Sim, o progresso, procurado a partir dessa base, não falha, porque há leis de Deus que nos garantem a subida segura e constante na vereda que conduz do sentido à Alma.
O que é e o que deixa de ser sucesso
Inicialmente, concordemos no modo pelo qual não se atinge o êxito: não por meio de luta renhida em busca de dinheiro, poder e posição: não mediante a competição entre mortais que se servem de outros para obter o prêmio limitado a uns poucos; não pela política do poder destinada a alijar outros da competição. Em nome do bom senso, quanto de alegria real resulta disso?
Na Ciência Cristã aprendemos que o verdadeiro êxito não é realização material. Conquanto o êxito nos negócios e no mundo profissional seja digno de oração, esforço e sacrifícios, precisamos ter cuidado para não ser ludibriados em definir “atingir o topo” em termos de ciladas materiais que a opinião humana, com tanta freqüência, equaciona com o êxito: posição, cargo, fama, popularidade, propriedades e assim por diante. Além disso (e este é um ponto crítico), a Ciência do cristianismo não pode ser usada como meio de se obter certos resultados predeterminados em nossa carreira finita. Tal processo é um desvio sutil e perigoso da verdadeira Ciência Cristã, que se focaliza no desenvolvimento espiritual.
Verdadeiro êxito é sermos ao máximo nós mesmos; é cuidar dos negócios do Pai. E quais são os negócios do Pai? Cristo Jesus, que sempre estava tratando desses negócios, falou vividamente sobre esse ponto: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus 22:37–40;
Que simples! — amar a Deus e amar o homem. Se nosso trabalho O glorifica e abençoa nosso próximo, já estamos “no topo” e não apenas a caminho do “topo”.
Determine o alvo — em linha com a verdadeira meta
Na fixação de metas é onde começa o êxito. Há um velho ditado: “Se você não sabe para onde vai, qualquer estrada lhe serve”. Nunca se soube de um executivo, ou empresa, verdadeiramente bem sucedido, que atingisse o topo sem ter metas claramente definidas e um mapa indicando o caminho para atingi-las.
Na Ciência Cristã, isso significa voltar-se a Deus, a Mente divina, em primeiro lugar, em busca da verdadeira orientação, como a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, a Sra. Eddy, afirma no livro-texto, Ciência e Saúde: “Ao contemplar as tarefas infinitas da verdade, paramos — ficamos atentos a Deus. Depois investimos para a frente, até que o pensamento sem peias caminhe embevecido e se dêem asas à concepção ilimitada para que alcance a glória divina.” Ciência e Saúde, p. 323;
Se nossa meta é glorificar a Deus e fazer o bem ao homem, então nosso trabalho — de engenheiro, pintor, secretário, contador, mãe, pai, ou aluno — trará em si algo daquela “glória divina”. A ponte que, como engenheiro, construímos, a paisagem que, como artista, pintamos, o escritório que chefiamos, o lar de amizade cristã que edificamos — corretamente encarados, são atividades humanas que nos oferecem magníficos laboratórios onde podemos praticar as verdades absolutas do cristianismo científico. Proporcionam maravilhosas oportunidades de recebermos o Cristo sanador em nossos afazeres diários de modo que Deus seja glorificado e nosso próximo seja favorecido — e esse é o verdadeiro êxito.
Aceite o encargo; e então deixe Deus guiá-lo
A Sra. Eddy sublinha a necessidade de nos dispormos — não de forma superficial, mas inteiramente — a atingir um propósito espiritualmente orientado: “A canção da Ciência Cristã é: ‘Trabalhar — trabalhar — trabalhar — vigiar e orar’.” Message to The Mother Church for 1900, p. 2; Necessitamos respeitar a importância que ela deu ao trabalho diligente de colocar em ação a prece. É-nos possível esperar atingir essas metas humanas sem medidas decididas de trabalho, dedicação e compromisso?
“O Amor nos inspira o caminho, ilumina-o, no-lo designa e nele nos guia”, diz nossa Líder no livro-texto. E continua: “Motivos justos dão asas ao pensamento e força e liberdade à palavra e à ação.” E conclui o parágrafo: “Espera tu pacientemente que o Amor divino paire sobre as águas da mente mortal e forme o conceito perfeito. É preciso que a paciência realize ‘sua obra perfeita’.” Ciência e Saúde, p. 454; Depois de deixarmos que Deus dirija a escolha de nossas metas humanas em linha com o amor a Deus e ao homem, depois de havermos concordado em atingir essas metas mediante compromisso firme e espiritualmente motivado, deixemos que o plano do Amor se cumpra. Nosso trabalho torna-se menos cansativo, mais revigorante. O Amor divino jamais erra.
Ao sermos guiados pelo Amor, talvez constatemos mudanças em nossos planos e orientações — e essas mudanças serão sempre para melhor. É preciso não confundir metas particulares (isto é, tornar-se piloto ou executivo no ramo dos negócios) com a meta de amar a Deus e ao homem. As metas particulares de carreira talvez mudem (e geralmente é o que acontece), mas o amor a Deus e ao homem não muda, mas aprofunda-se na medida em que crescemos espiritualmente. Pode haver legítima fluidez em metas particulares, mas Deus, o Amor divino, é imutável.
Exija o prêmio
Há o caso de um homem que estando num campo de diamantes continuou na pobreza. Por quê? Porque não se dispôs a escavar e buscar as gemas preciosas. S. Paulo sabia melhor: “Uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filip. 3:13, 14;
Quer estejamos construindo uma igreja, escrevendo um livro, chefiando um departamento de pessoal ou treinando para os Jogos Olímpicos, perguntemo-nos: Espero de fato ter êxito? Creio realmente que o Amor me guiará à consecução de grandes resultados que haverão de glorificar a Deus, fazer o bem a meu próximo, e dar-me a oportunidade de viver a Ciência Cristã? Se a resposta for afirmativa, a vitória está à vista. Jesus não poderia, de maneira alguma, ter sido mais preciso nesse ponto do que quando ordenou no seu Sermão do Monte: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.” Mateus 7:7;
O verdadeiro prêmio está, logicamente, em perceber as verdades espirituais a respeito de Deus e do homem e demonstrar essas verdades em nosso viver diário. O verdadeiro prêmio está em obter vislumbres inestimáveis e valiosos do ser real, penetrando além do brilho e dos de sapontos do viver material e achando a causa espiritual e a realidade espiritual. O verdadeiro prêmio está em atingir a compreensão de que o homem é espiritual, de que ele foi criado à imagem de Deus, o Espírito, e que seu destino — sua razão de ser — é refletir a glória divina.
Quem busca acha: um exemplo
Certo jovem encontrou a si e a suas esperanças e metas soterrados por camadas de burocracia empresarial. Viu que havia dezenas de homens de sua própria idade, mais vivos do que ele na política interna da empresa, todos lutando por aquela estrada estreita que levaria ao topo da empresa.
Desanimado, nosso jovem amigo procurou um praticista da Ciência Cristã, que o aconselhou a deixar de considerar-se um mortal em competição com outros mortais em busca de um prêmio limitado. Na verdade, ele era a idéia espiritual de Deus; seu trabalho não consistia numa competição mortal, mas em refletir a criação de Deus. Mesmo de um ponto de vista humano, seu trabalho era criatividade e não competição — e a criatividade procede de Deus. O jovem deu-se conta de que lançar-se ao jogo empresarial era perder antes de começar. Podia, até, passar em cega e desabalada carreira diante da porta que o levaria à sua oportunidade em particular.
A entrevista com o praticista mudou a vida do jovem. Ele passou a trabalhar devotada e vigorosamente para perceber o que poderia contribuir que refletisse a criação de Deus. E, passo a passo, a visão foi se moldando em realidade. Sua carreira deu voltas e reviravoltas surpreendentes que ele nunca poderia ter planejado. Cada volta o levava a um passo adiante em sua carreira. Uma das grandes alegrias resultantes dessa nova maneira de ser foi um novo relacionamento com seus colegas de empresa — não a camaradagem tensa e convencional entre competidores tenazes e sim a genuína união de espírito com membros da mesma equipe que respeitavam reciprocamente a força e as contribuições uns dos outros.
Com o passar dos anos esse homem de negócios aprendeu a trabalhar diariamente com as grandes verdades e as leis de Deus reveladas na Bíblia e nos escritos da Sra. Eddy; e, de fato, esses se tornaram seus mais úteis compêndios de administração. Aprendeu que a Ciência Cristã leva cura aos problemas de negócios tão certamente como a leva aos de má saúde ou a qualquer outra dificuldade humana. Teve amplas oportunidades de provar a verdade desta afirmação feita pela Sra. Eddy: “O termo Ciência, bem compreendido, refere-se tão só às leis de Deus e ao Seu governo do universo, inclusive o homem. Segue se daí que homens de negócios e homens de grande cultura verificam que a Ciência Cristã lhes aumenta a resistência e os poderes mentais, lhes amplia a percepção do caráter, lhes dá argúcia e compreensão e a habilidade de exceder suas capacidades normais.” E ao referir-se ao conhecimento desta Ciência, a Sra. Eddy escreve dele: “Eleva o pensador a seu ambiente nativo de discernimento e perspicácia.” Ciência e Saúde, p. 128. Essas são algumas das qualidades de que todos nós necessitamos.
Na Ciência Cristã, com gratidão compreendemos que, como filhos perfeitos de Deus, já estamos lá.
