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Certa manhã, quando estávamos de férias no Tirol austríaco, decidi...

Da edição de janeiro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa manhã, quando estávamos de férias no Tirol austríaco, decidi sair para um passeio a pé. Depois de prometer a minha esposa que estaria de volta para o almoço, segui uma trilha na montanha que estava bem demarcada ao longo de um ribeirão caudaloso. Eu tinha alcançado uma altitude considerável quando, de repente, a trilha desapareceu sob terra e pedras trazidas por uma avalancha recente. Não querendo voltar atrás, decidi cortar caminho através do campo, esperando reencontrar a trilha mais acima.

O caminho foi ficando mais íngreme e difícil, até que me pareceu tolo continuar, mas ainda mais difícil voltar atrás. Continuei a escalada, agarrando-me com mãos e pés, mas fui afinal impedido por mais restos da avalancha, tão soltos e tão inclinados que ao toque de meu pé alguns começaram a deslizar. Parecia impossível atravessar esse trecho, mas para onde mais poderia eu ir?

Comecei a ficar preocupado. Por certo, acabaria eventualmente encontrando um caminho para descer, mas talvez me atrasasse horas e minha esposa poderia ficar alarmada. Havia algum tempo eu estivera me esforçando para reconhecer que o homem está sempre sob a bondosa proteção de Deus, guiado pela Mente sempre presente. Agora sentia que era tempo de orar com afinco. Ao me voltar de todo coração a Deus, lembrei-me do hino “ ‘Apascenta as minhas ovelhas’ ” letra da Sra. Eddy. Começa assim (Hinário da Ciência Cristã, n° 304):

Mostra, Pastor, como andar
Sobre a escarpa além,
Teu rebanho pastorear
E cuidá-lo bem.
Tua voz escutarei
Para não errar;
Pela senda rude irei,
Sempre a cantar.

Que resposta perfeita à minha oração! Sentei-me e, ao ponderar essas palavras, senti-me calmo e confiante de que meu Pai me mostraria o caminho.

Notei então uma trilha levemente marcada e segui-a esperançoso, unicamente para achar-me à beira de um precipício. Decepcionado e intrigado, olhei em volta e notei uma vara longa e delgada, dentro de uma ravina. Ocorreu-me que poderia me servir de bengala. Rejeitei a idéia, porém, pois a vara me parecia comprida demais, e virei-me para ir embora. Imediatamente, veio-me a ordem: “Apanhe-a.” Senti-me compelido a obedecer e a voltar com ela para o local da avalancha. Então, sem hesitação, como se estivesse obedecendo a instruções, com toda minha força enfiei a vara na terra solta. Segurando-me a ela, pude dar um passo firme. Fui repetindo o processo e, devagar, atravessei aquele trecho. Normalmente não teria ousado tentá-lo, pois um passo em falso significaria uma queda de centenas de metros.

Uma vez atravessado esse ponto com segurança, encontrei outro obstáculo: a torrente que descia da montanha. Entretanto, esse acabou sendo meu caminho de volta, pois, com o auxílio da vara, pude saltar ou arrastar-me de rocha em rocha, numa descida direta para o vale. Estava de volta ao hotel bem em tempo, e grato por tão preciosa evidência da presença sustentadora de Deus.

Quando jovem, conheci a Ciência Cristã em tempo para freqüentar por um ano a Escola Dominical da Ciência Cristã, antes de chegar aos vinte anos. Fiquei muito impressionado pela lógica desse ensinamento, e fiquei convencido de que a Ciência Cristã revela a verdade do ser espiritual. Ela começou a motivar minha vida e eu voltava-me para ela em busca da solução dos meus problemas. Conheci uma moça que também estudava essa religião e casei-me com ela. Juntos progredimos em nossa compreensão e prática da Ciência, durante quarenta anos repletos de alegria.

Quando minha esposa faleceu, o golpe foi de abalar. Toda minha vida parecia ruir ao meu redor. Tudo o que eu valorizava parecia comter-se ido, inclusive minha confiança na Ciência Cristã. As verdades que eu havia compartilhado com outros que haviam perdido entes queridos, pareciam-me agora palavras vazias. Na presença de amigos conseguia geralmente manter minha compostura, mas, quando ficava sozinho, um total desespero freqüentemente se apoderava de mim. Essa situação de pesar continuou por quase quatro anos, e era como se a perda tivesse acabado de acontecer.

Quando comecei a sofrer de forte dor física, pedi a um praticista da Ciência Cristã para me ajudar. Não mencionei minha situação de pesar; não obstante, alguns dias depois, não só fiquei livre da dor física, mas também da dor moral. Achei-me levantado para fora daquele negro vale de desespero. Senti-me profundamente feliz e, ainda mais importante, a Ciência Cristã recuperou seu maravilhoso significado para mim. Ser levantado, quase que instantaneamente, de um pesar desesperador para a alegria e leveza de coração, é uma experiência indescritível!

Incluo esse comentário para ajudar alguém que possa estar enfrentando uma perda pessoal. Minha volta à alegria não significou que a memória de minha esposa tivesse se desvanecido. Agora penso freqüentemente em suas qualidades espirituais e não tenho lágrimas nem sentimento de desolação. Agora tenho consciência dela como uma expressão contínua da Vida imortal. Sua verdadeira identidade espiritual como idéia de Deus nunca morreu, mas continua a expressar qualidades derivadas de Deus. Sou profundamente grato pela Ciência divina, que é sem dúvida o Consolador prometido por Cristo Jesus.


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