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Que é a Bíblia?

2a. parte (continuação): O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó

Da edição de novembro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Isaque

Quando Isaque, filho de Abraão, atingiu a maioridade, casou-se com Rebeca, que morava em Harã, a cidade em que Abraão vivera anteriormente e onde seus parentes continuaram a morar.

A fé de Isaque nas promessas de Deus foi duramente posta à prova quando Rebeca permaneceu estéril durante vinte anos. Deus havia dito que os descendentes de Abraão e de Isaque haveriam de herdar a terra. Mas Isaque e Rebeca não tinham filhos. A promessa seria cumprida mais tarde quando Isaque e Rebeca tiveram dois filhos, Esaú e Jacó.

Isaque, tal como seu pai Abraão e o filho Jacó, tiveram um estreito relacionamento com Deus, relacionamento esse baseado na confiança em Deus. A Bíblia fala em Deus como sendo “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó” Êxodo 3:16..

Trata-se, como vemos, de algo semelhante ao parentesco entre pai e filho. Havia ternura, vigor, permanência e intimidade nesse laço que ligava Abraão, Isaque e Jacó a Deus. Todos nós podemos experimentar esse mesmo relacionamento. Cristo Jesus compreendeu-o melhor do que ninguém, e ele deu realce a esse relacionamento quando nos ensinou a orar: “Pai nosso que estás nos céus.” Mateus 6:9. Quanto mais semelhantes a Deus forem os nossos pensamentos, tanto mais sentiremos e saberemos que somos os filhos e as filhas do terno Pai, Deus.

Jacó

Isaque e Rebeca tiveram dois filhos. [Ver (1) na seção Leituras adicionais na parte final deste artigo.] Esaú era o filho mais velho, e o mais jovem chamava-se Jacó. Não havia muito amor fraternal entre Jacó e Esaú. Em vez de cooperação, havia rivalidade e inveja. Não foi senão muitos anos mais tarde, após ambos terem compreendido melhor a imparcialidade de Deus, que eles se tornaram bons irmãos.

Isaque e Rebeca, cada um deles, tinha predileção por um filho. Isaque amava Esaú, que era dado à vida ao ar livre, “perito caçador, homem do campo”, e Isaque “saboreava de sua caça”; Rebeca amava a Jacó, que era calmo, ordeiro, pastor que “habitava em tendas” Gênesis 25:27, 28..

Certo dia, Esaú estava caçando nas redondezas. Ao voltar para casa de mãos vazias, muito faminto, sentiu o cheiro da comida que Jacó estivera preparando. Impetuosa e impulsivamente trocou seu direito de primogenitura por um prato de comida, sem pensar muito nas conseqüências.

Disto aprendemos que é preciso ter cuidado para não entregarmos nossos direitos em troca de pensamentos que não valem a pena o sacrifício. Temos o direito de ser livres e felizes e nunca devemos renunciar a esse direito por causa de voluntariosidade ou impulsividade.

Quando Isaque já era bem velho, quis dar sua bênção ao primogênito, Esaú. Pediu a Esaú que fosse caçar e lhe preparasse uma refeição, pois a seguir lhe daria a bênção. (2) Rebeca, mulher de Isaque, ouviu o que este dizia. Rapidamente informou seu filho predileto, Jacó, e lhe disse que ela mesma prepararia saborosa refeição para Isaque. Disse-lhe para vestir-se com as roupas de Esaú e ir para junto do pai. Isaque não mais conseguia ver direito, por isso não percebeu a fraude, embora se sentisse angustiado pela suspeita e pela dúvida. Uma voz interior lhe dizia que algo estava errado, mas ele não deu atenção a esse aviso e Jacó foi então abençoado. Quando Esaú voltou da caçada e viu que havia sido defraudado e que seu pai fora enganado, enfureceu-se e propôs-se a matar o irmão. Rebeca aconselhou Jacó a fugir para Harã e lá refugiar-se entre os parentes.

Assim vemos que conseguir algo por meio de fraude não torna realmente ninguém feliz. Em vez disso, a fraude produz fricção e gera desconfiança e ódio entre as pessoas. Aprendemos também que uma consciência culpada nunca é desejável. Agir contrariamente à bondade é desobedecer a Deus. Essa desobediência revela estultície de pensamento, ao qual falta a luz do bem. Conduz a esconder-se na escuridão. Na medida em que nos tornarmos mais conscientes de Deus, o bem, andaremos cada vez mais na luz de Sua lei e de Sua disciplina.

Culpa e medo fizeram Jacó fugir. Andou muitos quilômetros desde sua casa em Berseba até chegar a Harã. Mas antes de chegar a Harã, deteve-se em Betel; e foi em Betel que Jacó aprendeu algo de novo a respeito do caráter de Deus. Jacó reconheceu que Deus encontra va-se exatamente ali onde ele estava. Disse: “Na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia.” 28:16. Talvez Jacó tenha vislumbrado que não se pode fugir da presença de Deus nem esconder-se dEle. Deus está sempre presente. Não existe lugar algum onde não possamos sentir Sua terna solicitude.

Ao chegar em Harã, Jacó encontrou-se com os parentes de sua mãe, inclusive Labão, irmão dela. Labão tinha duas filhas e Jacó apaixonou-se pela mais jovem, Raquel. Pediu-a em casamento. Mas Labão o ludibriou e em lugar de Raquel deu-lhe por esposa a filha mais velha, Lia.

Jacó então sentiu na própria carne a fraude anteriormente praticada. Quão importante é aceitar apenas os pensamentos de Deus e viver de acordo com eles! Isso excluirá o mal e fará com que o bem predomine em nossa vida.

Algum tempo mais tarde Jacó conseguiu casar com Raquel. Mas Labão continuou a defraudá-lo. A mando de Deus, Jacó saiu bem quietinho da casa de Labão levando consigo suas duas mulheres e os filhos e dispôs-se a dar início à longa jornada de volta à Palestina, país que havia deixado vinte anos antes. Enquanto viajava, chegou-lhe aos ouvidos que o irmão, Esaú, estava vindo ao seu encontro. Jacó teve medo porque lembrava-se de como lhe havia roubado a bênção. Pensou que Esaú vinha para matá-lo.

Durante a noite antes do encontro com Esaú, Jacó orou de todo o coração. A Sra. Eddy escreve a respeito dessa experiência: “Jacó estava só, lutando contra o erro — combatendo um conceito mortal de que a vida, a substância e a inteligência existem na matéria com seus falsos prazeres e dores — quando um anjo, uma mensagem da Verdade e do Amor, lhe apareceu e lhe tocou o tendão, ou força, do seu erro, até que Jacó reconheceu a irrealidade do erro; e a Verdade, que desse modo foi compreendida, deu-lhe força espiritual neste Peniel da Ciência divina”. Ciência e Saúde, p. 308.

Jacó não cessou sua luta mental até que a Verdade lhe houvesse mudado profundamente a natureza. Percebeu algo dessa verdadeira natureza como filho perfeito de Deus quando nele raiou a luz da compreensão espiritual. O versículo bíblico diz: “Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.” Gênesis 32:30.

Depois de Jacó haver lutado contra as falsas crenças, seu nome foi mudado. “Nome” no Antigo Testamento significa “natureza” ou “caráter”. A mudança em sua natureza percebe-se na troca do nome. Era ele chamado Jacó, impostor e astuto, mas agora seu nome passara a ser Israel. Havia travado um combate honesto. Sua verdadeira natureza tornara-se visível. Havia enfrentado as próprias falhas, lutado valentemente e vencido. Passara a ver que Deus está em todos os lugares.

Como resultado da oração de Jacó é natural que ao se encontrarem os dois irmãos, Esaú tenha sido amigo e cortês. Esaú também passara por uma transformação. E quando Jacó lhe ofereceu um presente da afluência de bens terrenos que possuía, Esaú gentilmente declinou da oferta, dizendo: “Eu tenho muitos bens, meu irmão; guarda o que tens.” 33:9.

Na realidade, todos somos primogênitos de Deus. Portanto, todos temos direito a nossa própria herança. Ninguém é mais favorecido do que outrem. Ninguém tem maior direito à felicidade e à abundância do que qualquer outra pessoa. Esse é o direito divino de primogenitura de todos nós.

[No próximo mês: 3a. parte: Moisés, líder inspirado]

Leituras adicionais

(1) Gênesis 25:20—34.
(2) Gênesis 27:1—46.

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