Rivalizando com o desejo dos alquimistas de encontrar meios de transformar metais inferiores em ouro há os físicos amadores que se esforçam para criar máquinas de movimento perpétuo. Ambas as metas talvez tenham sido impelidas por uma força que, se não for mal interpretada, leva de vez a pesquisa humana para fora da matéria.
Os verdadeiros elementos e a ação real são espirituais. Cabe aos Cientistas Cristãos encontrar as qualidades e leis espirituais que ajudam a nos libertarmos das coisas inferiores e da inércia da mentalidade mortal.
A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã afirma inequivocamente: “Se a Bíblia e o Ciência e Saúde ocupassem nos estabelecimentos de ensino o lugar que a fisiologia ocupa, teriam revolucionado e reformado o mundo, pelo poder de Cristo.” Não e Sim, p. 11. Milhares de pessoas de todo o mundo consideram ser verdadeira essa declaração feita pela Sra. Eddy. Quanto mais se conhece de Ciência Cristã, tanto mais se vê que ela contém a resposta de Deus a todos os problemas da humanidade. Freqüentemente, no entanto, sentimo-nos abatidos pela conscientização de nossa falta de conhecimento desta Ciência e de pouca capacidade de demonstrá-la. Por vezes, essas lutas, e talvez as metas acalentadas em horas de devaneio, podem parecer-nos tão tolas como as do alquimista e do pretenso inventor da máquina de movimento perpétuo.
É a esta altura que filiação à igreja e trabalho de igreja podem ser bem úteis e estabilizadores para o Cientista Cristão. Ao trabalharmos com outros e partilharmos nossas experiências, avaliamos o valor de nossas metas, a viabilidade de nossos métodos. Sem a disciplina que esse tipo de “laboratório” oferece, em que a paciência, a sabedoria e o amor fraternal são demonstrados, corremos o risco de nos tornarmos apenas teóricos.
Trabalhar em A Igreja Mãe e em suas filiais oferece-nos oportunidades de partilhar das descobertas bem como dá ocasião à descoberta individual na Ciência do ser. E nossa igreja oferece avenidas para o uso inteligente desta Ciência, primeiro em nossa própria vida e a seguir tão longe quanto o nosso pensamento é capaz de alcançar.
O trabalho ativo na igreja, como organização, traz a nós coisas pelas quais temos de orar num ambiente cristão incomparável. Talvez vejamos um membro de nossa igreja a lutar com um problema físico ou com um traço de caráter indesejado. Se isso veio ao nosso pensamento foi para que brilhe sobre ele o amor redentor do Cristo. Não é por casualidade que até mesmo a mais humilde tarefa numa comissão de igreja muitíssimas vezes é o lugar em que se dá a redenção.
Tais atividades transformam-se em nossa oportunidade de provar o que estamos aprendendo a respeito da Verdade e do Amor e do Princípio. Às vezes, enquanto trabalhamos numa comissão junto com pessoa bem diferente de nós, avaliamos mais profundamente o poder de unificação do Amor.
E há poucas experiências religiosas comparáveis à comprovação destas palavras de Cristo Jesus: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” Mateus 18:20. Quando as reuniões feitas em seu nome englobarem as reuniões de uma comissão, a presença curativa do Cristo se fará sentir e o trabalho da comissão assumirá o caráter de trabalho em prol do mundo.
Quando vemos uma ação claramente delineada ser estancada por uma comissão dividida, depois de nos termos reunido em oração, captamos mais da atividade sempre disponível do Princípio. Mediante tais experiências começamos a compreender o que a Sra. Eddy descobriu e afirmou em nosso livro-texto como o fato científico, espiritual, a respeito da Igreja: “A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede.” Ciência e Saúde, p. 583. Quando somos ativos membros de igreja não é preciso que nos digam o que isso significa. Vivemos tal experiência.
Ajudamo-nos reciprocamente a alcançar nossa redenção ao mesmo tempo que servimos juntos. Estamos todos desenvolvendo a nossa própria salvação. O que vemos devido à intimidade e, muitas vezes, à franca confiança dos colegas-membros, temos a capacidade de corrigir. Geralmente isto não se faz por meio de comentários pessoais, embora haja momentos sagrados quando Deus nos usa para abrir os olhos de outrem. É comum ajudarmos mais ao nos mantermos firmemente conscientes de que nosso ser se assemelha ao Cristo.
Quanto mais ativamente estivermos elaborando a nossa própria salvação, tanto mais ajuda daremos uns aos outros. Nosso livro-texto, Ciência e Saúde, alerta: “Conhece-te a ti mesmo, e Deus te dará a sabedoria e a ocasião para conseguires a vitória sobre o mal.” Ibid., p. 571.
É claro que nossas vitórias sobre o mal estendem-se muito além do trabalho numa comissão; nosso pensamento elevado sensibiliza naturalmente outras áreas de nossa vida. Ademais, muitas vezes damos início a trabalho mais amplo em favor do mundo quando trabalhamos com interesse e amor no mundo menor das atividades de igreja. Quando vemos o trabalho de nossa comissão como se fora, num certo sentido, a ação microcósmica do trabalho científico para o mundo, encontramos incentivo ainda maior para nos abstermos do amadorismo e procurarmos ser verdadeira e espiritualmente eficientes na nossa aplicação das leis cristãs científicas.
Certamente na medida em que avançamos de um mundo menor para um mundo maior, para incluir até mesmo o universo, não podemos desperdiçar o tempo em busca de metas tolas. Abstemo-nos dos esforços tipo alquimia que apenas tentam transformar matéria boa em matéria melhor. Trabalhamos no sentido de que se deixem de vez os falsos padrões do mundo, reconhecendo que “Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas” 1 Cor. 1:28..
E, como sábios cientistas, recusamo-nos a tentar fazer de nossa igreja e sua organização uma máquina de movimento perpétuo que haveria de se mover sem qualquer nova energia espiritual de nossa parte. Reconhecemos a profundidade da declaração feita por nossa Líder em Ciência e Saúde: “A Mente é movimento perpétuo.” Ciência e Saúde, p. 240. Sempre dispostos a descobrir mais a respeito da substância e da lei do ser científico, esforçamo-nos para que nossos movimentos obedeçam à nossa compreensão cada vez maior da Mente.
Uma antiga e dedicada trabalhadora de igreja costumava dizer, com um piscar d'olhos: “Vocês serão eleitos para diretorias de igreja enquanto precisarem disso para a redenção de vocês.” Suavizava o golpe ao nosso orgulho com um relato de sua própria experiência. Certa vez, fora eleita para a diretoria da igreja depois de já ter servido nela; achava que já havia superado essa fase do trabalho — e será que alguma vez a superamos? Na primeira reunião da diretoria teve com outro membro da diretoria uma confrontação que lhe mostrou estar ela realmente necessitada daquele trabalho para sua própria redenção.
Isto não quer dizer que trabalhadores de igreja ativamente empenhados no trabalho da igreja filial tenham mais necessidade de redenção do que outros membros, ou que o trabalho de diretoria necessite incluir a confrontação de desacordos. Mas pode significar que os que estão empenhados em tais serviços aceitaram a oportunidade de melhorar ou enaltecer o crescimento espiritual.
Quando executamos nosso trabalho na diretoria, nas comissões ou em qualquer outra atividade, como Cientistas Cristãos dedicados, resolvidos a não usar métodos tolos ou métodos meramente humanos bons, mas de tornar cada atividade em ocasião de aprender e de aplicar leis científicas, estamos verdadeiramente trabalhando no espírito da Igreja de Deus. Estamos correspondendo, de maneira inteligente, àquela força redentora que conduz tudo à bondade dourada do original e revela o movimento perpétuo da Mente.
Eis que estou à porta, e bato;
se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa,
e cearei com ele e ele comigo.
Ao vencedor,
dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono,
assim como também eu venci,
e me sentei com meu Pai no seu trono.
Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Apocalipse 3:20–22
