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As qualidades morais na cura

Da edição de novembro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Alguém que esteja lendo pela primeira vez o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras talvez se surpreenda com as páginas iniciais do capítulo “A Prática da Ciência Cristã”. O capítulo lida com a cura dos doentes, e, no entanto, não começa dando instruções específicas ou normas detalhadas quanto ao tratamento. Como o sabem estudantes de Ciência Cristã, aquelas primeiras páginas são dedicadas pela autora, Mary Baker Eddy, ao encontro de Cristo Jesus com a “pecadora”, enquanto ele jantava em casa de Simão, o fariseu.

O relato faz nossa atenção voltar-se para certas qualidades de pensamento expressadas pela mulher — arrependimento, contrição, humildade, reverência; consagração, gratidão e afeto humano. Enfatiza fortemente o amor cristão do Mestre — sua compaixão, pureza, perspicácia espiritual, coragem, afeto altruístico e poder espiritual. Em outras palavras, muito pouco é dito nesse capítulo a respeito do método do tratamento metafísico, até que o espírito do tratamento tenha sido firmemente estabelecido.

Certamente seria engano procurar explicação para a cura pela Ciência Cristã em alguns procedimentos estereotipados, nas técnicas ou no delineamento humano. Sua essência encontra-se no profundo e humilde espírito de amor cristão e na fé que fala aos corações.

Sem dúvida, é importante o método; precisamos ser sistemáticos. Ciência e Saúde torna amplamente claro ser imperativa a adesão leal ao Princípio divino e às regras da prática mental. No entanto, o livro-texto deixa ao mesmo tempo claro que é o espírito cristão, não só a animar as nossas orações mas também a caracterizar toda a nossa vida, o que dá vitalidade e inspiração ao nosso tratamento.

Todo estudante consciencioso de Ciência Cristã anseia por obter mais desse espírito cristão. Como será possível obtê-lo?

Uma das maneiras é considerar profundamente em oração as qualidades morais tantas vezes mencionadas na Bíblia e nos escritos de autoria da Sra. Eddy, não apenas a “moral” segundo o uso atual desta palavra, mas também a “moral” no sentido de qualidades espirituais de Verdade e Amor vividas e expressadas em nosso viver diário.

As qualidades morais não são meramente humanas em sua origem. Tudo o que nelas é genuinamente bom e substancial tem por base Deus, porque Deus é a única fonte do bem. Encontram elas base e vigor na natureza e na lei do Princípio divino, o Amor. Fazem brilhar até certo ponto na experiência humana os atributos de Deus. Ou, para dizê-lo de maneira diferente, as qualidades morais fornecem algumas evidências exteriores de que o divino está tocando no humano.

O afeto altruístico é um exemplo. A realidade divina é que Deus é Amor. Os atributos do Amor, tal como são expressados ou tornados práticos, até certo ponto, na experiência humana, incluem um reconhecimento do amor de Deus pelo homem e de um amor positivo e afeição por Deus e pelo homem; também a compaixão e os vislumbres espirituais que nos habilitam a discernir as necessidades dos outros e ajudá-los. Esses elementos são muito necessários na obra da cura pela Ciência Cristã.

Os atributos do Amor divino, quando entendidos, impulsionam o propósito altruístico da vida que capacita o indivíduo a libertar-se das prisões da preocupação consigo mesmo, do interesse próprio, da concentração em si mesmo. O amor abnegado traz consigo a humildade que nos capacita a tirar do caminho um sentido mortal de eu e aceitar a ação curativa por parte de Deus. O amor abnegado é o solvente eficaz da voluntariosidade e do egotismo. Com que clareza o Mestre expressou a humildade crística quando disse a respeito de sua própria obra de cura: “Eu nada posso fazer de mim mesmo” João 5:30. e “o Pai que permanece em mim, faz as suas obras” 14:10.!

Outra qualidade moral indispensável ao êxito na cura de nós mesmos e de outros é a honestidade. É preciso honestidade para desvendar o erro no pensamento humano, enfrentá-lo e expulsá-lo com a Verdade.

O mal é, por natureza, desonesto. Tenta esconder-se, disfarçar-se no bem e ser algo quando não é coisíssima alguma. A justificação própria e o farisaísmo são estados mentais desonestos porque implicam em auto-engano. Procurarão obstruir a cura se não forem desvendados e destruídos — e isso pede honestidade espiritualmente fundamentada.

Partindo de uma compreensão da pureza absoluta e da integridade da Verdade divina, o pensamento honesto alcança vigor e coragem, bem como o discernimento espiritual necessário para identificar o erro oculto e erradicá-lo. Como um raio laser, a honestidade atravessa diretamente a sutil e distorcida lógica do erro e seus motivos encobertos, e nos capacita a enfrentar seus engodos capciosos, que manteriam a nós e a outros em cativeiro.

Nossa Líder diz-nos em Ciência e Saúde que “uma questão moral pode impedir o restabelecimento dos doentes” Ciência e Saúde, p. 419.; que “nos teus esforços para destruir o erro” é preciso incluir “as crenças morais bem como as crenças físicas” Ibid., p. 418.; e que “as condições morais são sempre harmoniosas e salutares” Ibid., p. 125.. Essas condições morais incluem esperança, temperança, fé, compaixão, além daquelas já mencionadas; incluem moralidade sexual e observância leal dos Dez Mandamentos, os quais traduzem preceitos divinos em ação humana e assim provêm a lei moral.

Podemos tirar alento destas palavras da Sra. Eddy: “Com o correr do tempo, far-se-á justiça aos elementos curativos do cristianismo puro; eles serão procurados e ensinados, e fulgirão em todo o esplendor da bondade universal.” Ibid., p. 329. Na medida em que cultivamos e praticamos as qualidades morais e as espirituais, que fazem morada em Deus, e deixamos que elas palpitem vigorosamente em nossos pensamentos e na nossa vida, o nosso ser consciente transbordará com a prova crescente da presença de Deus e de Sua bondade sempre disponível. Demonstraremos os “elementos curativos do cristianismo puro”, os quais tornam possíveis as portentosas obras realizadas pela Ciência.

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