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Viver com coragem

Da edição de novembro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Encontrava-me na igreja numa quarta-feira à noite. Cantamos o hino n° 55 do Hinário da Ciência Cristã, que inicia:

Pai, orando Te buscamos,
Não pedimos coisas vãs.
Dá-nos força p'ra levarmos,
Com coragem, vidas sãs.

Essa estrofe me atingiu em cheio. Eu vinha pensando como seria bom se determinado problema de negócios, com que eu me vinha debatendo havia alguns dias, simplesmente desaparecesse. Mas pude ver então que essa atitude estava errada. O que eu precisava era a força proveniente de Deus para levar uma vida mais cheia de coragem, precisava simplesmente levar avante o que me competia fazer naquele mesmo dia.

Por isso orei um pouco mais com relação ao caso. Que modo esplêndido de encontrar a verdadeira força! O cansaço, aquele sentimento de peso, simplesmente sumiu. Eu sabia que a solução estava bem perto. Vi claramente o que eu tinha de fazer, e o fiz. Sem demora, o problema ficou completamente resolvido na mais perfeita ordem.

Quando as coisas em sua vida começam a ficar confusas, quando você sente que não agüenta mais (e se você se alçou acima de tais situações não lhe é necessário continuar lendo!), pare por um momento. Lembre-se de que não estamos aqui para uma vida de moleza, mas para “levarmos,/Com coragem, vidas sãs”. Ninguém que está por dentro, jamais disse que nossas vidas humanas seriam sempre de paz e serenidade. Pense na vida de Cristo Jesus. Ele enfrentou e venceu uma crise após outra. Mas, acaso não provou o nosso Modelo e Guia a possibilidade de sairmos vitoriosos e triunfantes até mesmo de situações humanas dolorosas? Falando na ressurreição de Jesus, a Sra. Eddy diznos em seu livro Ciência e Saúde: “Paredes de rocha obstruíam o caminho e era preciso remover uma grande pedra da entrada da cova; Jesus, porém, venceu todo obstáculo material, superou todas as leis da matéria, e saiu de seu lúgubre lugar de repouso, coroado com a glória de um êxito sublime, uma vitória eterna.” Ciência e Saúde, pp. 44—45.

Talvez você pense que ainda não está preparado para ir tão longe, e, por certo, todos nós temos de crescer até a estatura de Cristo. Mas onde quer que estejamos moral ou espiritualmente, podemos cobrar ânimo do exemplo e dos ensinamentos de Jesus e começar hoje a livrar nossa vida da depressão que procura roubar-nos até mesmo do último resquício de alegria, que busca até mesmo impedir-nos de tentar levar a vida com mais coragem. Não há nada melhor que a alegria para destruir a depressão. É exatamente isso o que a segunda estrofe do hino 55 nos diz:

Verdes pastos não queremos
Para neles repousar;
Mas escarpas galgaremos,
Bem felizes, a cantar.

E ao galgarmos felizes essas escarpas será preciso agir, como o declara a terceira estrofe:

Junto às águas de descanso
Não sonhamos sempre estar;
Mas as rochas feriremos,
Fontes vivas vão jorrar.

Quando felizes começarmos a galgar nossas escarpas, Deus nos suprirá da compreensão espiritual que for necessária e assim “as rochas feriremos” e delas “Fontes vivas vão jorrar”. E, por fim, haveremos de sair da terrível situação em que nos encontramos, e dela sairemos vitoriosos e felizes.

Provavelmente algumas das pedras pequenas e grandes que encontramos em nossa tentativa de sair da depressão e do desespero são a raiva, o ódio e o ressentimento. Às vezes nelas tropeçamos, a torto e a direito. Como será possível passar por elas, ou então nos alegrarmos por tê-las encontrado? Certamente não será por ignorá-las nem por fingir que não nos incomodam. Temos de aprender a ver a irrealidade do ódio e da raiva. Ver em atitude de oração. Não oração que meramente pede: “Ó, Deus, por favor, tira-me para fora disso tudo”, mas da oração que nos ajuda a compreender melhor a verdadeira natureza de Deus e do homem.

Não há nada de bom na raiva. E por isso ela não procede de Deus e, portanto, não faz parte do homem espiritual criado por Deus, o homem que realmente somos. Reagir com raiva, quer esta pareça justificada ou não, é simplesmente lançarmo-nos nas mãos do mal e abrir de par em par a porta, não só à depressão como também à ruína. Mas o afastarmo-nos da mentira de que a raiva tenha qualquer parte no homem de Deus e aceitarmos apenas a verdade de que o homem é a própria manifestação de Deus, leva à destruição da raiva e do ódio no único lugar em que estes podem ter a aparência de existir: na consciência humana.

O homem, como a Ciência Cristã o revela, não é um mortal com um ponto de ebulição elevado ou baixo. Ele é para sempre sereno como expressão espiritual do Amor divino. Lemos na Bíblia: “O Espírito de Deus me fez; e o sopro do Todo-poderoso me dá vida.” Jó 33:4. Tudo aquilo de que o homem está consciente é Deus, Vida eterna, Amor divino. Tudo aquilo que pode acontecer ao homem é o que o Amor divino concede, o que a Vida eterna transmite: amor e ternura incessantes, a perpetuidade do ser, do ser que é bom. Raiva, ódio e ressentimento são nada mais do que sugestões, sugestões hipnóticas que vêm a nós, ou por nosso intermédio, tentando incutir em nós e nos outros a crença de que o homem seja um mortal e, portanto, esteja sujeito a todo sentimento e irritação de origem mortal.

Mas o homem criado por Deus não é um mortal e nunca o foi. Esse é o fato relacionado ao verdadeiro ser de cada pessoa. Neste ponto talvez você objete: “Bem, dizer tal coisa é fácil para você, porque não faz idéia do que venho passando agora mesmo.” Certo! Mas em vez de deixar que as emoções humanas nos levem a paroxismos explosivos, podemos aprender a defender corajosamente o que o homem realmente é: a expressão perfeita de Deus. O homem, o homem criado pelo Amor, o homem criado pela Vida, não é tocado nem contaminado por qualquer fraqueza humana, por qualquer reação de raiva ou ameaça de desastre. Nossa consciência tem dentro de si apenas aquilo que consentimos penetre nela. Estamos no banco do motorista. Lembre-se disso. Num sentido muito importante estamos no banco do motorista de nossa consciência. Estamos porventura apoiando nosso conceito mais elevado de homem? Começando a perceber que existe uma só consciência, a Mente divina, e que o homem mora nessa Mente e a reflete por inteiro? O homem existe apenas como a idéia espiritual da Mente e não é, nem jamais será, um organismo material.

Ora, somos esse homem, você, eu, e todos os demais, em nosso verdadeiro ser. E não existe nada nesse homem que nos faça ficar irritados ou irados, porque esse homem, o homem criado por Deus, é perfeito e assim permanece. Compreender a cada dia com maior clareza esse ponto ajuda-nos a anular completamente qualquer sugestão não cristã ou de desdém que nos ocorra. Temos uma base, uma base inesgotável e divina, onde podemos fortalecer-nos e assim refletir paciência infinita, sabedoria infalível, compaixão genuína. Compreendendo isso, teremos equilíbrio calmo e serenidade irrepreensível, mesmo sob fogo. Seremos mais alerta para não nos deixarmos absorver tanto pelo eu e não permitir que sejamos indiferentes em nosso viver diário. Não seremos tão calculistas ao concedermos afeição humana. Simplesmente amaremos, com maior imparcialidade e universalidade, porque é dessa maneira que somos. Então estaremos realmente ao longo do caminho ferindo “as rochas” de onde “fontes vivas vão jorrar”, e levaremos nossa vida com coragem.


Sede fortes,
e revigore-se o vosso coração,
vós todos que esperais no Senhor.

Salmos 31:24

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