Sara deslizou pelo assento do carro, pulou para o chão e bateu a porta do carro, fechandoa. A tarde estava quente e faltava meia hora para a saída do acampamento. Sara e a mãe tinham vindo ver o irmão de Sara, Guilherme, jogar futebol.
Sem esperar pela mãe, Sara correu em frente, descalça, para o campo aberto, gramado, onde vários times estavam jogando. Guilherme dizia que esses jogos eram “escaramuças da tarde”.
Havia contado a Sara que toda manhã, no acampamento, aprendiam e praticavam uma porção de jogadas — aprendiam a driblar, a cabecear, a chutar em gol. Depois as crianças eram divididas em times, e esses times jogavam entre si na parte da tarde. Se o time de Guilherme vencesse o jogo nessa tarde, seriam os campeões da semana.
Havia tanta gente lá. Sara parou de correr para poder olhar de novo o campo. Viu Guilherme e saltitou até o fim do campo e em volta das bandeirolas vermelhas que marcavam os limites dos cantos.
Estava alegre e risonha por ter sido a primeira a avistar Guilherme. Quando a mãe finalmente a alcançou, Sara foi saltitando para ela. “Mamãe, olhe, lá está o Guilherme!”
Então, de repente, Sara gritou: “Ai! Ai!” e se deixou cair no chão, segurando o pé. Imediatamente, um dos instrutores veio para o lado de Sara e da mãe. “É outra picada de abelha. Essas abelhas! É preciso tomar cuidado com elas, estão em toda parte! Vejam, fui picado na semana passada e fiquei de cama por dois dias.” O pé do treinador estava enfaixado com grandes faixas de gaze.
Sara ainda estava chorando, por isso a mãe pegou-a no colo. O instrutor continuou: “Há um posto de pronto socorro lá adiante; a senhora poderá obter remédios para picadas de abelhas e gaze para enfaixar.”
À menção de remédios, Sara parou de chorar. Sabia que esse não era o tipo de ajuda que a mãe lhe dava em casa. Sempre que a família precisava de ajuda, eles se voltavam para Deus. Sara aprendera na Escola Dominical da Ciência Cristã que Deus é Amor, e que Deus está sempre com ela. Portanto, não havia lugar para qualquer medo — medo de insetos, medo de machucaduras ou medo de picadas de abelha.
Sara desvencilhou-se dos braços da mãe e disse calmamente: “As criaturas de Deus não me podem fazer mal!” Estava pensando em certas palavras da Sra. Eddy em Ciência e Saúde: “Todas as criaturas de Deus, que se movem na harmonia da Ciência, são inofensivas, úteis, indestrutíveis.” Ciência e Saúde, p. 514.
Sara enxugou as lágrimas, sentou-se e calçou as sandálias. “Mamãe, vou até ali orar.” Queria ficar quieta para ouvir a Deus. Manquejou até um lugar a vários metros dali, onde sentou e ficou sozinha.
O jogo continuava. Estava empatado. Guilherme passou a bola para um colega e este marcou um gol. Todos vibraram.
“Mamãe, mamãe!” Sara estava agora de pé, andando bem e com um grande sorriso nos lábios. “Mamãe!” gritou de novo Sara, abanando os braços no ar: “Estou curada!”
À mesa do jantar, naquela noite, houve muita conversa alegre a respeito de vitória. Guilherme mostrou ao pai a fita azul que ganhara por ter participado do time vencedor e contou como havia contribuído para fazerem um gol. Sara contou que também fazia parte de um time vencedor. Falou na picada de abelha e contou como Deus a havia curado. “Uma idéia angelical de Deus disse-me para amar as abelhas, mesmo aquela que me havia picado. Eu as amei, e meu pé ficou bom.”
Nota aos pais:
Picadas de insetos, assim como cortes e arranhões, são muitas vezes, e sabiamente, tratadas como coisas sem importância, com um “Você está bem, não se preocupe”. Ensinar as crianças a não exigir constante atenção e a não fazer tragédias de ninharias, é uma questão de bom senso.
Entretanto, também é importante ajudar as crianças a aprender a confiar em Deus para a cura, mesmo em se tratando de pequenas machucaduras. A premissa da Ciência Cristã — de que o homem é espiritual, sendo seus mínimos pensamentos e ações perfeitamente cuidados e governados por Deus — é a base para se confiar continuamente no poder de Deus para curar.
Os mais jovens estão prontos para apreender e aplicar esse fato espiritual. A mudança do estado físico (seja ele considerado grave ou não) é sempre gratificante, e dá prova de que a Verdade é demonstrável.
