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Paz nas ruas

Da edição de dezembro de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Cenário: a rua movimentada de uma grande cidade.

Caminhando rapidamente, eu ia entrar numa calçada temporária, muito estreita, frente a um prédio em construção. De repente, vi que um ciclista vinha pela mesma calçada em sentido oposto. Meu impulso foi o de subir na calçada e forçá-lo a passar por mim. (Eu tinha o direito à calçada; ele não!) E foi o que fiz.

Ao passar rente a mim, murmurou, sarcástico: “Que inteligente!” Gritei, cheio de justificação própria: “Quem tinha o direito de passagem?” Escutei-o gritar e pressenti o perigo.

Naquele instante, dei-me conta de que meu comportamento grosseiro não era, de maneira alguma, minha atitude normal. Mudei imediatamente meu ponto de vista. Em essência, pensei assim: “A raiva não faz parte do verdadeiro ser de ninguém. Preciso mentalmente separar a raiva de mim e de outros. Preciso reconhecer que a raiva, ou o mal, é a sugestão mentirosa do sonho de vida na matéria. Por não ter Deus, não tem poder.” O ciclista continuou seu caminho e nada mais ocorreu. A reconciliação, de que o mundo tão desesperadamente necessita, substituiu, nesse pequeno incidente, a violência em potencial que tanto parece fazer parte de nossos dias.

Na verdade errei, pois eu sabia o que era certo. Reagi provocado pelo mal impessoal — uma fase do que a Sra. Eddy chama magnetismo animal. Tinha pensado e falado de maneira contrária à minha verdadeira natureza como a expressão de Deus.

Ao invés de ceder à vontade humana, deveria ter esperado alguns segundos até o ciclista passar, para então subir na calçada. Além disso, deveria ter percebido que seu comentário sarcástico era justificado: não foi muito inteligente de minha parte prensá-lo. Acima de tudo, fui instigado pelo erro a justificar-me com um comentário que poderia ter degenerado em confronto. A Sra. Eddy diz: “O magnetismo animal, em seus passos ascendentes do mal, seduz sua vítima por meio de argumentos silenciosos e invisíveis. Invertendo as maneiras de ser do bem, na atração silenciosa que exercem sobre a saúde e a santidade, o magnetismo animal impele a mente mortal a cometer erros de pensamento e a incita à perpetração de atos estranhos a sua inclinação natural.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 211.

Admitindo meu erro, arrependi-me. Pensei no que o mal poderia ter feito, se eu tivesse cedido a ele: teria interferido num dia útil, causando um incidente perigoso e com conseqüências desagradáveis.

Orei, vigorosamente, aplicando verdades específicas da Ciência Cristã para reconhecer que os propósitos do mal não podem se concretizar no reino de Deus. Estabelecendo a totalidade e a perfeição de Deus em minha consciência, retomei o caminho certo. Prossegui vendo-me como a expressão individual de Deus, totalmente em união com Deus em meu único e verdadeiro ser. Então, declarei que eu não podia ser levado a cometer erros. (A essa altura, tornou-se-me fácil ver melhor o meu semelhante como Deus o vê: perfeito, íntegro e corretamente governado por Deus.) Sentimento cálido de paz e alegria envolveu-me. Ao continuar minhas atividades, decidi estar atento para não tornar a cometer enganos como esse.

Qual é a nossa proteção contra sermos levados a reagir de maneira que não nos é natural?

Antes de mais nada, os estudantes de Ciência Cristã aprendem a defender, diariamente, seu pensamento contra o mal. Isso não é difícil de se fazer, pois, baseados na totalidade de Deus, vemos que não há mal real. Precisamos, porém, fazê-lo todo dia, porque, tal como uma miragem, o mal parece real até que, de fato, reconhecemos sua irrealidade. Quando o reduzimos a zero, completamos nosso trabalho. A Sra. Eddy diz: “Cientistas Cristãos, sede uma lei para vós mesmos, para que a má prática mental não vos possa prejudicar, quer estejais adormecidos, quer estejais despertos.” Ciência e Saúde, p. 442.

Hoje em dia, pessoas, em todo o mundo, anseiam por serem elevadas acima do reino da violência e do ódio. Amor e prestimosidade, cortesia e consolo, são muito necessários e começam com cada um de nós. Nas ruas, em nossos carros, nossos lares, nos escritórios, nas fábricas, nos supermercados, na tinturaria, nos restaurantes, em eventos esportivos, em concertos, em toda parte, precisamos ampliar nosso amor e resistir ao impulso de reagir negativamente.

Esse desafio não é novo, é claro. O exemplo supremo de como enfrentá-lo foi dado por Cristo Jesus quando foi preso na noite anterior à sua crucificação. Seus discípulos reagiram violentamente. Jesus, no entanto, curou o homem cuja orelha Pedro havia cortado. A atitude bondosa e sanadora de Jesus, que manifestava sua constante percepção de que o homem está em união com Deus, contribuiu para sua gloriosa vitória.

Quando compreendermos mais o ser científico e verdadeiro, estaremos aptos a ver, de forma mais contínua, o homem de Deus, em vez de uma contrafação mortal: sarcástica e irada, ou qualquer outra. A Sra. Eddy escreve: “A compreensão da Verdade e do Amor, o Princípio que realiza os objetivos do bem eterno e destrói tanto a fé no mal como a prática do mal, conduz ao discernimento da idéia divina.” Ibid., p. 561.

Ao trabalharmos, diligente e devotadamente, para crescermos nessa compreensão, chegamos ao ponto de reconhecer que, como a própria expressão de Deus, a Mente divina toda sábia, já possuímos a compreensão necessária. Então, estaremos atentos para defender essa compreensão das sombras do sonho de uma mente mortal causadora de problemas. Se fizermos nosso trabalho, estaremos protegidos! E estaremos fazendo algo significativo para acabar com a violência e tornar o mundo um lugar melhor, mais seguro e mais feliz.


Estabelecerei paz na terra;
deitar-vos-eis,
e não haverá quem vos espante....

Levítico 26:6

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