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Segure o céu

Da edição de dezembro de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Andando pela estrada, um cavaleiro encontrou um pardal que, deitado de costas, estava com os pés para cima. O cavaleiro parou. Dirigindo-se ao pardal, perguntou: “Por que você está aí deitado de costas com os pés para cima?” O pardal replicou: “Soube que o céu ia cair hoje.” O cavaleiro sorriu e disse: “Você acha que suas pernas magricelas serão capazes de segurar o céu quando começar a cair?” “Bem,” respondeu o pardal, “só se pode fazer o melhor possível.”

Quando a discórdia esbraveja em alta voz à nossa volta, será que tal como o pequeno pardal dessa historinha, estaremos nós fazendo o melhor possível para “segurar o céu”, isto é, estaremos mantendo os pensamentos inteiramente em sintonia com o domínio absoluto de Deus? Sem levar em conta o que o erro, a falsa evidência dos sentidos materiais, parece sugerir, será que estaremos realmente fazendo todo o esforço possível para segurar “o céu” — a nossa consciência da Verdade?

Podemos ter a certeza de que Deus é tudo o que existe ou existirá, e que a harmonia é Sua lei. Quando o erro nos tenta fazer crer que à nossa volta tudo está desmoronando, precisamos lembrar-nos de que o homem não é um mortal, dentro de um mundo material, procurando fazer ou criar a harmonia. Antes pelo contrário. O homem é espiritual e, para sempre, inseparável de Deus. Em nosso ser real como o homem criado por Deus, habitamos para sempre no céu, que a Sra. Eddy define tão lindamente como “Harmonia; o reino do Espírito; governo pelo Princípio divino; espiritualidade; felicidade; a atmosfera da Alma.” Ciência e Saúde, p. 587.

Hoje em dia, os meios noticiosos informam-nos regularmente que o crime está aumentando e se tornando cada vez mais violento e perverso. A ação comunitária organizada e a assistência local dos agentes da lei são, por certo, valiosos no combate a essa situação. Contudo, os esforços humanos para controlar, ou, o que é mais importante, para eliminar o crime serão incapazes de prover soluções permanentes, se não estiverem alicerçados no elemento básico do cristianismo, na lei de Deus.

A lei divina baseia-se na totalidade absoluta de Deus. A onipresença e a onipotência de Deus afastam a possibilidade de haver poder ou presença rivais. O fato fundamental na Ciência Cristã não é o de que Deus está pondo freio ao crime. É o de que Deus é Tudo e que o homem reflete as qualidades divinas de integridade, alegria, beleza e assim por diante. Conseqüentemente, não existe nenhum outro poder a disputar o reino de Deus e não há crime. Na medida em que nos apegamos ao fato de que Deus exerce o controle total, vamo-nos libertando progressivamente da sugestão de que existe algum lugar ou algum momento em que Deus não é Tudo. O reino de Deus inclui somente harmonia e perfeição. Mantermo-nos cônscios da verdade desses fatos fundamentais livra-nos do medo.

Durante a depressão da década de 1930, minha família aprendeu o quanto vale ter confiança inabalável na Verdade, quando nosso muito estimado rádio foi roubado. Como o rádio era a nossa única fonte de divertimento, sentimos profundamente sua perda. A polícia e os vizinhos disseram-nos que provavelmente jamais tornaríamos a vê-lo. Minha mãe, então, estava apenas começando a estudar Ciência Cristã. Orou com persistência para manter-se consciente do poder sempre presente de Deus. Rejeitando toda sugestão de estar Deus ausente, ela viu que no Seu reino todo harmonioso não havia lugar para crime nem para criminoso. Embora ninguém a animasse em seus esforços, ela perseverou em afirmar a onipresença da lei divina.

Certo dia, alguns adolescentes vieram e indagaram se em casa estava faltando um rádio. Disseram que achavam que sabiam onde este se encontrava e lhes asseveramos que sua recuperação seria muito bem-vinda. Para alegria nossa o rádio foi restituído alguns dias depois. Os que o devolveram não foram punidos; antes, foram elogiados por sua coragem em devolvê-lo. Isso, por certo, demonstra as bênçãos que resultam de se saber com convicção que Deus e Sua manifestação perfeita, o homem, é tudo o que existe. Essa experiência provou-me que a confiança total em Deus e a recusa em consentir que o medo ou o desânimo ganhem pé podem resultar não apenas na devolução, mas também na reforma.

Às vezes, podemos achar que nossos esforços são por demais insignificantes para produzir resultados. Precisamos rejeitar essas sugestões errôneas. A Bíblia dá muitos exemplos de como a dedicação de um só indivíduo realizou muito. Por exemplo: Moisés certamente manteve-se consciente do poder de Deus, apesar de muitas provações. Como resultado, os filhos de Israel receberam provas convincentes da proteção e da solicitude de Deus. Daniel encontrou segurança na cova dos leões. Recusando a armadura de Saul e confiando enfaticamente na proteção de Deus, Davi lutou contra Golias. Cristo Jesus, que enfrentou todo tipo de ódio e agressão, triunfou graças à convicção de que Deus, seu Pai celestial, era o único poder. Disse: “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras.” João 14:10. Podemos saber que não existe oposição à lei de Deus e nada há para interferir no Seu governo.

Ao nos esforçarmos para manter-nos conscientes do governo benéfico de Deus, começamos a discernir a ação da lei de Deus exatamente aí onde nos encontramos. Há aproximadamente um século, a Sra. Eddy escreveu: “Durante esse conflito final, mentes maldosas esforçar-se-ão para achar meios de causar mais males; mas os que discernem a Ciência Cristã, porão um freio ao crime. Ajudarão a expulsar o erro. Manterão a lei e a ordem, e aguardarão alegremente a certeza da perfeição final.” Ciência e Saúde, pp. 96–97. A despeito de quão predominante ou pernicioso o crime parece ser, ajudaremos a freá-lo ao nos recusarmos decididamente a aceitar como verdadeira ou real a evidência do sentido mortal, e ao persistirmos em reconhecer o domínio total de Deus.

A luta contra o erro tem lugar em nosso pensamento. A Sra. Eddy diz: “A luta hipotética entre a verdade e o erro é apenas o conflito mental entre a evidência que os sentidos espirituais percebem, e o testemunho que os sentidos materiais dão, e essa luta entre o Espírito e a carne resolverá todas as questões pela fé no Amor divino e pela compreensão desse Amor.” Ibid., p. 288. Quando o erro nos sugere que Deus está ausente, ou não está no controle, precisamos declarar enfaticamente a onipotência de Deus e Sua presença eterna. Precisamos negar o testemunho errôneo dos sentidos materiais e aceitar apenas a evidência dos sentidos espirituais. Isso ajuda a estabelecer “o céu” em nossa consciência. E exige que coadunemos nossas ações com o Princípio. A lei e a ordem que mantemos na consciência são a lei de Deus e a ordem celestial.

O crime procura pressionar-nos a duvidar da supremacia de Deus. Silenciamos tais sugestões agressivas e ajudamos a destruir os elementos do pensamento dos mortais, pensamentos que dão origem à atividade criminosa, quando ganhamos a convicção firme de que Deus reina supremo. Não há necessidade de que Deus corrija Sua criação ou freie atividades irregulares no Seu reino. É de primordial importância demonstrar melhor esse fato. O único lugar em que a desarmonia talvez pareça ganhar domínio está no pensamento dos mortais. Assim, é preciso persistir em perceber que habitamos na consciência do Amor.

Teremos êxito em derrotar o crime, na medida em que reconhecermos a supremacia total de Deus e a ordem infinita de Seu governo. O erro, sob qualquer disfarce, nunca é real. Sob certos aspectos, a fermentação que hoje em dia está aparecendo é sinal salutar, pois mostra que o erro está sendo forçado a subir à tona para ser detectado e destruído. Cada um de nós deve orar diariamente para poder “segurar o céu” de sua consciência — para se colocar ao lado de Deus — e para saber, sem sombra de dúvida, que Deus é Tudo-em-tudo. Em realidade, a única ordem que existe ou pode existir é a do “governo pelo Princípio divino”, onde habitamos perpetuamente na atmosfera pacífica do Amor. Essa compreensão, por certo, há de “segurar o céu”.

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