Que reconfortante sentimento de segurança resulta de sabermos que um dos nossos entes queridos está perto, que não estamos sós nem em meio a uma multidão indiferente! Às vezes, o lufa-lufa ou o corre-corre do dia-a-dia fala tão alto que mal podemos encontrar a paz interior por que ansiamos. Não é isso realmente o que a maioria de nós deseja de fato — a quietude interior, que nos diz algo melhor do que o comercialismo e a correria tão entrelaçados com a época do Natal?
A Ciência Cristã oferece-nos esta maneira majestosamente diferente de encarar as coisas. A Sra. Eddy dá-nos um vislumbre da presença do Cristo, nestas linhas:
Avisto sobre o bravo mar
O Cristo andar,
E com ternura a mim chegar,
E me falar.Hinário da Ciência Cristã, n° 253.
Pensemos no que significa saber que o Cristo está presente e fala com cada um de nós e ao nosso lado andando está!
O profeta Isaías previu esse advento do Cristo quando escreveu: “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6. Isaías estava profetizando mais do que a vinda de um menino envolto em fraldas, colocado numa manjedoura nalguma parte de Belém. Não estaria ele antevendo o advento do Messias, o representante humano do Salvador impessoal, o Cristo, a presença divina — presença que guia, alimenta, nutre, que anda conosco por todos os nossos dias, em todos os nossos caminhos?
Essa presença divina conosco significa que se a ela ouvirmos e a ela obedecermos, não ficaremos confusos nem enleados pela vontade humana. Não penderemos para a crítica destrutiva a nosso respeito ou a respeito de outros. Não permitiremos haver desânimo habitual a respeito de situações políticas ou acontecimentos econômicos. Ao invés, quando seguirmos com o Amor, cada dia de nosso calendário será Natal, um dia do Cristo, pois estaremos reconhecendo o fato divino de que a perfeição de Deus e o Seu governo inteligente estão ativos e são poderosos, exatamente ali onde os limites discordantes e desconcertantes parecem se encontrar.
Como poderemos algum dia apreciar inteiramente a obra da vida de Jesus, o qual ilustrou para nós a realidade da Ciência do Cristo? Sua jornada diária refulgia com o espírito do Cristo, que curava e abençoava todos aqueles a quem seu pensamento chegava. A Sra. Eddy fala com profundo afeto e amor a respeito do Salvador — por exemplo, numa das suas mensagens de Natal: “Para os sentidos, Jesus era o filho do homem; na Ciência, o homem é o filho de Deus. Os sentidos materiais não podiam reconhecer o Cristo, ou o Filho de Deus: o ter-se Jesus aproximado desse estado do ser fez dele Jesus, o Cristo, aquele que é semelhante a Deus, o ungido.” Miscellaneous Writings, p. 161. Mais adiante ela continua: “Salvador pessoal por apenas três anos! No entanto, os fundamentos que ele lançou são tão eternos quanto a Verdade, a pedra angular principal.” Ibid., p. 163.
Estará a nossa visão tão suficientemente livre do falso conceito mortal acerca do homem que nos permita compreender quanto há de glória no fato de o homem ser filho de Deus, precioso para Deus — realmente precioso? Ouvimos tanto falar na falta de integridade, na contrafação do homem como um fora da lei, um arruaceiro ou uma pessoa sem valor. Mas o conscientizar-nos de que somos preciosos capacita-nos a manter visão mais ampla, abrindo-a de par em par para o sentido mais expansivo do amor infinito de Deus por todos.
Cada pessoa era preciosa para Jesus. Ele via o homem como Deus o vê, e esse modo de ver curava. Jesus não via as pessoas como estas viam a si mesmas nem como pensavam em si mesmas. Era o Cristo nele e como ele que ia ao encontro de outros, a fim de corrigir e abençoar.
É acolher o espírito do Cristo o que estabelece o ritmo de nosso dia e capacita-nos a saber que pertencemos a Deus e que não somos apenas entes físicos. Se pensamos a partir da realidade e do poder supostos da matéria, começamos e terminamos com limites. Matéria e limites são gêmeos. Tal maneira de pensar apresenta a vida como tendo começado em fraldas e terminando em uma mortalha. Mas na infinidade eterna da Vida não há calendários, não há linha de pressão que nos acelere. Não existe linha de idade a restringir o vigor. Nem linha do horizonte a cortar as asas de nossa liberdade exteriorizada. E não há linha de separação entre Deus e o homem — como se Deus pudesse ser privado de Sua manifestação, ou o homem estivesse à mercê de ser arrancado de sua causa e provedor.
Na medida em que avançamos, deixamos de secionar nossa vida em pedaços bons e pedaços não tão bons. Compreender a Ciência Cristã eleva-nos a um nível mais elevado, de onde se começa a olhar a partir da Vida divina, a fim de ver a criação e o homem envoltos na Vida.
A Ciência capacita-nos a conhecer o Deus que é Deus de amor ilimitado, cuja totalidade envolve cada uma idéias de Sua criação, e a nEle confiar. A Sra. Eddy diz do despertar das ilusões mortais: “Esse despertar é a vinda eterna do Cristo, o precursor da Verdade, a qual expulsa o erro e cura os doentes.” Ciência e Saúde, p. 230.
Grandes coisas acontecem ao nosso vigor e à nossa capacidade quando andamos com a idéia-Cristo. Começamos a conhecer-nos como reflexo da Mente. Com a presença divina, o Natal deixa de ser um acontecimento anual e se torna um acontecimento diário a ser celebrado com alegria!
Estará você dando a esse dia do Cristo a oportunidade de alvorecer para você?
