Imagine-se um pequeno grupo de homens errantes, repudiados pela sociedade e unidos pela mesma doença: a lepra. Esses homens, em número de dez, estão a ponto de passar por uma experiência inigualada. Achar-se-ão na presença de uma pessoa que não reage com a familiar aversão e desprezo. Pelo contrário, irradia profunda e compassiva boa vontade para com eles, a ponto de amá-los. O amor é tão puro, tão espiritual, que os liberta da aflição: cura-os. No entanto, se a cura é incrível, o que se dá a seguir parece ainda mais incrível: nove deles simplesmente seguem seu caminho e apenas um só dá-se ao trabalho de louvar a Deus e de agradecer àquele que o curou.
Claro está que Cristo Jesus foi quem realizou a cura, e esse episódio é relatado no capítulo dezessete do Evangelho de Lucas com uma brevidade e aparente simplicidade que encobrem sua profunda mensagem cristã. Nesse incidente, é exposta a natureza ingrata da mente carnal ou mortal. O homem agradecido tinha maior receptividade espiritual ao Cristo que cura do que seus companheiros. Todos temos esse sentido espiritual, mas precisamos reconhecê-lo e cultivá-lo.
Ainda que o sofredor ofereça pouca resistência a ser curado de males físicos por meio do toque do Amor divino, Deus, a cura de males morais, que geralmente causam a doença, pode despertar maior oposição. Ingratidão, egoísmo, ódio, constituem a base fria e obstinada da mente mortal e precisam ser curados. Essa assim chamada mente, porém, nunca é a nossa Mente real, pois se Deus é infinito, Deus tem de ser — e é — a Mente única e, como a Bíblia ensina, o homem é Sua imagem. Portanto, a ingratidão não pode nos manter em servidão para sempre, pois Deus é onipotente.
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