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A fábula do alimento

Da edição de novembro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Quem quer que hoje em dia lhe diga para não se preocupar com o que você come não deve estar vendo o que se escreve sobre tudo aquilo que o alimento pode fazer por você, ou, na coluna negativa, fazer contra você. De fato, não se preocupar é exatamente o que Cristo Jesus aconselha: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber. ... Não é a vida mais do que o alimento...?” Mateus 6:25. Instrução oportuna para as pessoas que viviam há dois mil anos. Mas hoje em dia? Orientação absolutamente essencial!

Há grande valor em desenfatizar toda a atenção que presentemente está sendo dada aos alimentos. Mas há um mérito ainda maior em discernir o que é o “mais” a que Jesus se referiu com respeito à vida. Jesus estava vendo além do físico. Reconhecia que Deus era sua Vida, a própria substância da existência do homem. Jesus compreendia que o homem é a expressão não adulterada de Deus, a manifestação perfeita da Vida eterna. A beleza e o poder divinos moldam e sustentam o homem.

Mas o que tem toda esta teoria a ver com algumas perguntas bem práticas a respeito do alimento e de sua função presente? Reconhecer que o homem é a representação da Vida habilita-nos a evitar tudo o que seria prejudicial com respeito ao alimento e, também, a não nos deixarmos prender pela crença errônea de que o alimento, ao invés da compreensão da Vida perfeita, cura. “Jesus nunca ensinou que os medicamentos, o alimento, o ar e o exercício podiam dar saúde ao homem ou que podiam destruir a vida humana; nem há nos seus atos exemplo de tais erros” Ciência e Saúde, p. 232., nossa Líder, a Sra. Eddy, ressalta.

A existência material é uma coleção infindável de crenças contrastantes e incoerentes. O pensamento mortal argumenta que o alimento nos pode fazer mal, que pode dar-nos indigestão, envenenar-nos, até mesmo distorcer um sentido equilibrado de forma e simetria; ou argumenta que o alimento é um agente curativo da doença. Escrevendo em Saturday Review, Norman Cousins observa: “Inevitavelmente a falta de confiança na medicação poderosa tem parte na nova ênfase que ora ressurge quanto à nutrição adequada, a qual é vista tanto como uma condição prévia de boa saúde quanto como substituto dos remédios no tratamento de muitas enfermidades.” Saturday Review, 31 de março de 1979, p. 18.

O metafísico dá-se conta de que o alimento, por si mesmo, não tem poder de curar nem de causar mal. A crença material é a culpada. Se nos volvemos da vida material, reconhecemos que o ser é inteiramente espiritual e assim protegemo-nos contra os supostos efeitos adversos do alimento. Se nos recusamos a admitir que um determinado vegetal, fruta ou carne é, de si mesmo, capaz de curar, podemos praticar um método de cura mais elevado. “Se admites a hipótese generalizada de que o alimento é o sustento da vida, seguir-se-á a necessidade de outra admissão em direção oposta — a de que o alimento tem o poder de destruir a Vida, Deus, pela insuficiência ou pelo excesso, pela qualidade ou pela quantidade” Ciência e Saúde, p. 388., escreve nossa Líder.

A convicção de que Deus é Vida, de que Deus é realmente nossa Vida, coloca toda a questão da nutrição numa luz inteiramente diferente. Devemos ser suficientemente sábios para prover a nós mesmos — e ser suficientemente generosos para ajudar a prover àqueles que estão famintos no mundo, as refeições balanceadas e naturais consideradas necessárias para a presente preservação do corpo. De fato, podemos gostar do alimento, de sua diversidade, de seu sabor, de suas características distintas. Mas não deixaremos que o alimento governe nossa vida; não deixaremos que ele se torne um médico ou um assassino.

Diversos personagens bíblicos suportaram, livres de qualquer efeito danoso, longos períodos sem comer. Outros provaram a falsidade da crença de que certas dietas são essenciais a determinados estados de saúde. Tomemos, por exemplo, Daniel e seus amigos, os quais declinaram o pedido do rei de comer o que era considerado essencial para o bem-estar completo. Ao invés, esses homens continuaram com suas próprias refeições modestas. “No fim dos dez dias, as suas aparências eram melhores; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.” Daniel 1:15. Bem, alguns leitores talvez prefiram enfatizar nessa ilustração o aspecto referente a “melhores”. Mas está bem posto este ponto. Mesmo então, demonstraram o que Jesus provou mais tarde: que Cristo, o pão da Vida, nos preserva.

Que o alimento tenha o poder inerente de abençoar ou amaldiçoar é uma fábula. O Cristo de Deus é a fonte, o sustentador, da vida, porque Deus é a própria Vida. Contrariamente a toda a crença mortal, o verdadeiro ser não é um ente químico; é um ser na similitude do Cristo. A substância da identidade genuína é o bem que o homem manifesta de Deus. As tendências atuais de dar ênfase ao alimento a fim de que este faça aparecer ou possa preservar certos estados do que é físico perpetuam a crença de que a existência pode ser reduzida à química.

Se a vida e a saúde fossem primordialmente uma questão de alimento físico, então haveria lógica bastante em manipular o uso do alimento a fim de governar o corpo. Mas a Ciência Cristã insiste que a verdadeira fonte da saúde e do bem-estar nunca será encontrada fora da Vida divina. “Como é o poder divino que cura,” escreve a Sra. Eddy, “por que hão de se preocupar os mortais com a química dos alimentos? Disse Jesus: ‘Não andeis cuidadosos pelo que haveis de comer.’ ” Rudimentos da Ciência Divina, p. 12.

O alimento, é claro, tem seu lugar legítimo. Até que tenhamos aprendido o suficiente a respeito da verdadeira substância da realidade para estarmos inteiramente livres da materialidade, nós nos valeremos do alimento com sabedoria e moderação. Mas quando a crença que dá ao alimento sua posição e finalidade expande-se e requer uma função maior, requer a capacidade de causar dano ou de curar, é hora de resistir. O fato é que o alimento não tem o poder supremo sobre nós. A Vida é o poder. A Vida é o sustento do verdadeiro ser. Nossa compreensão da Vida divina livra-nos da desnecessária ênfase no alimento.

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