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O rio da vida

Da edição de novembro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


A faixa de água rosada serpenteava pelas ribanceiras de gelo, fluindo rumo ao leste, ao encontro da rósea aurora. Começando em um lago glacial, cento e sessenta quilômetros atrás, nas montanhas, o rio haveria de correr por mais de mil e seiscentos quilômetros pelas pradarias canadenses e pelo escudo pré-cambriano até desembocar na Baía de Hudson.

Observando seu fluxo contínuo e irresistível, pensei no primeiro versículo do último capítulo da Bíblia: “Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.” Apoc. 22:1. Poderíamos dizer que o “trono de Deus” simboliza a fonte de toda a vida, o Princípio criativo e governante que é a própria Vida divina. E o Cordeiro não representaria o Cristo, a manifestação divina daquela Vida, a idéia espiritual pura, fluindo da Mente, Deus?

Deus é Vida: infinita, eterna, inexaurível, onipotente. Porque Deus é Espírito infinito, como a Bíblia o revela, essa Vida deve abranger tudo. Não pode ser material e mortal, pois tudo o que é material e físico vem a ser temporal, limitado e destrutível. Para os sentidos materiais, a vida parece originar-se na matéria, expressar-se pelos corpos físicos e ser controlada por sistemas orgânicos. Parece haver tantas vidas diferentes quanto há organismos individuais, sendo cada qual falível e finita.

Seria impossível encerrar a Vida divina infinita ou sua manifestação, o homem, dentro de uma estrutura corpórea finita. Por sua própria natureza, a Vida tem de ter expressão ilimitada, que não pode ser confinada. Tem de ser indivisível e indestrutível. “Deus é infinito, a única Vida, substância, Espírito, ou Alma, a única inteligência do universo, inclusive o homem.” Ciência e Saúde, p. 330. Assim começa o primeiro artigo da plataforma da Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss), como está apresentada em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria da Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy.

Sendo infinita, a Vida tem de estar em toda parte. Como Deus é único, indivisível e eterno, a Vida não pode ser fragmentada, nem ter começo ou fim. Esta uma e única Vida perfeita encontra-se refletida no homem individual e em todo o universo. Cada identidade na criação de Deus reflete e expressa, mas não possui, pessoalmente, todas as qualidades dinâmicas e toda a substância da Vida única e infinita.

Esta substância refletida não é material; é espiritual e inclui toda a sabedoria, compreensão e inteligência da Mente divina; toda a beleza, harmonia e criatividade da Alma eterna. Ordem, precisão e poder do Princípio infalível; motivação, animação e energia puras do Espírito divino são elementos da Vida. Porque a substância da Vida é espiritual e eterna, transcende tudo o que seja material e mortal. Contudo, a Vida é o fato imediato de todo ser e não alguma possibilidade futura nalgum lugar distante.

Por perceber-se claramente esses fatos espirituais da Vida e negar-se cada pretensão oposta, esta realidade fica comprovada na experiência humana. Este processo purifica, eleva e transforma o pensamento, rompendo a servidão ao pecado e à doença, à carência e ao fracasso. Cristo Jesus, o mais perfeito representante humano da verdadeira idéia da Vida, percebeu a realidade de maneira tão clara que foi capaz de ir ao túmulo de seu amigo e ordenar: “Lázaro, vem para fora” João 11:43.; e, ao pé da cama da filha de Jairo, ressuscitá-la com as palavras: “Menina, levanta-te.” Lucas 8:54. De tal modo Cristo Jesus identificava-se com a úncia Vida infinita e assim a vivia, que pôde demonstrar a realidade desta Vida na sua própria ressurreição.

O rio que nascia nas montanhas e que eu estivera observando, corria por séculos e, no entanto, era sempre novo. Assim se dá também com o rio da Vida, que se renova a cada instante. Não há, de fato, coisa tal como um rio “velho” ou uma vida “velha”. “A criação está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável” Ciência e Saúde, p. 507., diz Ciência e Saúde.

A vida do homem, a manifestação individual da única Vida infinita, desdobra-se necessária e eternamente dentro desta Vida. A Mente nunca pode deixar de saber, ou não seria Mente. A Vida divina não pode deixar de revelar suas idéias infinitas, sua criação ilimitada, ou não seria Vida. Portanto, na realidade, o ser do homem é sempre novo, está sempre luzindo com idéias novas e energias ilimitadas, provenientes do Espírito divino. À medida que compreendemos e reivindicamos diariamente esses fatos espirituais como verdadeiros a nosso respeito, as crenças humanas de começo e fim, de deterioração e estagnação, cedem gradualmente às eternas realidades do ser.

A crença de que o homem tem vida pessoal própria, separada de seu Criador, traz como resultado a crença de haver vida humana limitada e destrutível. Uma premissa falsa leva a uma conclusão errada e tal conclusão passa a manifestar-se na experiência daqueles que a aceitam. Corrigir a premissa falsa com a verdade de que o homem é inseparável de seu criador, a Vida divina, dá provas cada vez mais evidentes desta realidade na vida humana.

Se o curso d'água é barrado e não tem saída apropriada, tornar-se-á pântano estagnado. Temos de reconhecer não só a infinita fonte divina da vida do homem, mas a missão eterna que tem o homem, de expressar esta Vida. Expressar de forma desobstruída todas as qualidades dinâmicas da Vida é o verdadeiro propósito do homem, pois este é manifestação. Se deixasse de expressar todos os atributos da Vida — do Amor, da Verdade, do Espírito ou da Alma — o homem deixaria de existir. Ora, o homem criado por Deus, Sua idéia perfeita e nossa natureza real, é a emanação livre e impoluta do próprio ser puro e radiante de Deus.

Se nosso sentido atual de vida for inferior a esse conceito verídico da vida, haverá no mínimo três coisas que poderemos fazer a respeito: começar a afirmar a unidade e totalidade da Vida, Deus, e o relacionamento inseparável do homem com esta Vida; reivindicar firmemente, e viver mais coerentemente, todas as qualidades dinâmicas de Deus; e, procurar na consciência e dela remover tudo o que houver de crenças, hábitos e atitudes falsos ou pretensões de genealogia ou história humana que tentariam bloquear nossa livre manifestação da Vida que é Deus.

Ao diligenciarmos diariamente por ser o homem que Deus criou, e para levar a vida que Deus está revelando em nós, podemos obter inspiração e estímulo do exemplo perfeito que nos foi apresentado por Cristo Jesus. Uma das epístolas de João declara: “E o testemunho é este, que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. ... Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” 1 João 5:11, 20.

Esta Vida eterna, para sempre fluindo livre, engloba tudo.

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