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Quando perdemos um ente querido

Da edição de novembro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


O Amor divino é onipotente. Não existe outro poder. Sentir esse poder quando estamos nas profundezas do medo, do desespero ou da mágoa é saber não só que Deus existe mas que também é próprio de Sua natureza amar a cada um de nós, cuidar de nós, confortar-nos e curar-nos.

Cristo, a Verdade, é o que faz brotar em nosso coração essa certeza de que o Amor divino está conosco. Cristo transforma a mais sombria e desesperadora situação no alvorecer de uma consciência regenerada e espiritualizada. Toda pessoa que já teve essa experiência é realmente capaz de cantar com o Salmista: “Converteste o meu pranto em folguedos; tiraste o meu pano de saco, e me cingiste de alegria.”  Salmos 30:11.

Algum tempo atrás, faleceu a pessoa que tanto me havia ajudado a progredir em minha compreensão de Ciência Cristã. Minha reação inicial foi a de não poder aceitar o fato de que um indivíduo tão inteiramente dedicado a fazer a vontade de Deus pudesse nos deixar sem completar sua obra. Sentia-me como se eu fora privado de um relacionamento que, para mim, significava muito mais do que as palavras podem dizer. Sentia que o mundo também sofrera grande perda — a perda de uma pessoa que se havia dedicado completa e eficazmente ao ministério da cura pela Ciência Cristã.

Eu próprio estava justamente passando por algumas experiências difíceis e, ao receber a notícia de que meu amigo falecera, senti-me como se eu tivesse sido lançado num abismo. E, de fato, achava-me num abismo, pois quando comecei a orar sinceramente ao Pai, procurando consolo através de Sua Palavra, percebi que estava simplesmente sentindo pena de mim mesmo. Quem era eu para dizer que o trabalho de meu amigo não tinha sido completado? E, embora fosse verdade que de ora em diante eu não mais o veria nem com ele conversaria, será que eu perdera a essência de nosso relacionamento — o elo espiritual forjado no desejo mútuo de fazer a vontade de Deus e de demonstrar Sua Ciência?

Perguntei-me se o desespero que estava sentindo não era semelhante ao que os discípulos sentiram após a crucificação de Cristo Jesus. Também eles ficaram profundamente pesarosos. Chegaram até a duvidar de seus ensinamentos. Aí, porém, Jesus lhes apareceu e demonstrou de uma vez por todas que a Vida é Deus, nunca existindo na matéria, nem sendo oriunda da matéria, e completou assim seu trabalho com a prova cabal da validade de seus ensinamentos.

Enquanto eu meditava sobre essas narrativas das Escrituras, um trecho das obras da Sra. Eddy começou a adquirir um significado mais claro: “O ser consciente e verdadeiro de Jesus nunca deixou o céu pela terra. Permaneceu no alto para sempre, mesmo quando os mortais acreditavam que estava aqui.” Não e Sim, p. 36. Comecei a perceber que isso é um fato com relacão a cada um dos filhos de Deus — que nosso ser real permanece sempre junto de nosso Pai-Mãe Deus e que jamais esteve separado, por um instante sequer, de Seu amor e cuidado. É um sentido mortal e material acerca do homem, o falso sentido, que parece morrer.

Outra afirmação da Sra. Eddy também tornou-se-me mais clara: “A transição de nosso conceito inferior da Vida para conceito novo e mais elevado, mesmo quando se der através da porta denominada morte, traz um sentido mais claro e mais exato da Vida àqueles que tiraram partido do presente e estão amadurecidos para a festa celestial.” Miscellaneous Writings, pp. 84–85. Senti terna paz e conforto, concluindo que eu não conhecia ninguém que pudesse enquadrar-se melhor nessa afirmação do que meu amigo.

Entretanto, tinha a impressão de que faltava ainda alguma coisa para completar essa cura e não se passou muito tempo até que eu percebesse o que era. Vi que se eu realmente valorizasse aquilo que tinha recebido de meu amigo, se eu verdadeiramente prezasse o relacionamento de que tanto desfrutara, precisava obedecer à verdade — obedecer aos mandamentos de Jesus, repetidos pela Sra. Eddy: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” “Curai enfermos.”  Mateus 5:48, Marcos 16:15, Mateus 10:8. Ver Ciência e Saúde, p. 37.

Tudo o que realmente está acontecendo é que Deus dá o bem à Sua idéia, o homem e o universo. Por ser esta uma afirmação da Verdade absoluta, nela há poder. Mas este poder só pode ser demonstrado quando nos conscientizamos de sua verdade e desafiamos cada crença que a negue. Para que os ensinamentos do Mestre e os da Sra. Eddy possam ser de alguma valia para nós, cabe que cada um de nós os demonstre em sua vida, curando a si e a outros das falsas crenças de haver vida, inteligência e substância na matéria.

Essa demonstração prática de cristianismo foi o que o Mestre exigiu de seus discípulos. É também o que a Sra. Eddy exige de todos os Cientistas Cristãos. Quando estamos envolvidos ativamente em provar os fatos espirituais, continuamos a manter a essência de nosso relacionamento com os nossos companheiros que trabalham pela verdade até mesmo se, porventura, já não mais estão conosco. Dessa maneira, comprovamos a afirmação da Sra. Eddy: “Onde Deus está, podemos nos encontrar; e onde Deus está, jamais podemos nos separar.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 131.

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