Quando “certo homem, intérprete da lei” e mencionado no Evangelho de Lucas, perguntou a Jesus: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Jesus respondeu: “Que está escrito na lei? Como interpretas?” Depois de o intérprete da lei ter recitado o mandamento de amar a Deus “de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” e o de “amarás o teu próximo como a ti mesmo”, Jesus simplesmente disse: “Respondeste corretamente; faze isto, e viverás”. Lucas 10:25-28. Faze isto. Acaso não estava Jesus indicando a necessidade de colocar-se a lei de Deus imediatamente em ação e não apenas de pôr-se a teorizar sobre ela?
Ao pautar a vida pela declaração do Guia, cada um de nós poderá devotadamente sintonizar-se com a lei de Deus e, a seguir, em espírito de oração resolver dar andamento a todos os desejos justos. Procurar e obedecer unicamente a Deus é atividade a mais elevada. Na Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai' ennss) aprendemos que Deus é o bem infinito e que o bem é, por reflexo, a herança divina do homem. Assim, quando nos aliamos a Deus, provamos, passo a passo, que podemos alcançar todo o bem justamente aqui e agora.
O que Cristo Jesus exigiu com “Faze isto” deve impulsionar todos nós à ação. Na Ciência de Deus e do homem descobrimos que consciência e ação são componentes do homem. No homem, não se pode separar o saber do agir. Para o homem, saber significa fazer. Mediante crescimento espiritual, então, torna-se-nos claro que levar a vida sem uma atividade acertada, vida que não vai no rumo do Espírito, é negar aquilo que é verdadeiro sobre o homem na Ciência.
O homem possui poder — a habilidade de fazer, a capacidade de agir — porque sabe que sua existência é a perfeita expressão da Mente toda poderosa e que tudo sabe. Nossa existência, portanto, como filhos de Deus, inclui a consciência da habilidade que nos foi dada por Deus, a habilidade de ser e a de fazer — a consciência de termos o poder adequado com que levar a efeito as obras de Deus. Em pensamento podemos ver o homem, cada homem, como a expressão individual, o agente, de Deus! Aí, então, vemos que a exigência bíblica do Mestre, “Faze isto”, é lei que governa a prática da Ciência Cristã, pois fazer significa levar a efeito, expressar, cumprir. A importância espiritual do mandado do Guia diz respeito a todos nós. Abrange tal elevação de pensamento que nos capacita a perceber que temos na Verdade eterna uma Ciência espiritual e prática, a qual dá a cada um de nós a habilidade de desempenho pelo poder de Deus. Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve: “O apogeu da pesquisa e da consecução científicas na Ciência divina não é um argumento: não consiste meramente em enunciar a Palavra, mas em pô-la em prática — em demonstrar a Verdade — como o são os frutos da vigilância, a oração, as lutas, as lágrimas e o triunfo.” Miscellaneous Writings, p. 116.
Muitas vezes é melhor que cometamos um erro ao tentar fazer o melhor possível, do que recusarmo-nos a fazer alguma tentativa. O verdadeiro Cientista Cristão procura a ação acertada. Procura na atividade dirigida por Deus a cura adequada para o abatimento da mente e do corpo. Essa atividade é natural, normal. Nosso modo de vida deve ser afirmativo, ativo, criativo, conduzindo-nos para além do mesmerismo da mente mortal, em direção aos trabalhos estimulantes do Cristo que cura e salva. Estas palavras de Shakespeare são relevantes: “...Eu declaro não falar. Apenas isto/ Que cada homem faça o melhor que puder.” O Rei Henrique IV, la parte, 5° ato, 2a cena.
A Mente divina expressa-se sempre em atividade. A gratidão é uma forma de atividade. A oração é atividade. Afirmar vigorosamente a verdade do poder e da totalidade de Deus, o bem, é atividade genuína. É atividade acertada cessar de fazer comentários negativos, tais como: “Não sei por que estou neste atoleiro. Por que não posso ser curado?”
Nosso trabalho consiste em exemplificar uma vida que o Espírito estabiliza, vida equilibrada no conhecimento de que nenhuma crença finita pode cerrar nossos olhos à conscientização do domínio que o homem, como expressão sempre ativa da Mente divina, de pleno direito tem.
Às vezes, tudo quanto nos cerceia é a crença mortal da inércia — é sermos avessos a nos movimentar ou a agir. A mente mortal está sempre satisfeita com permanecer na mesma posição, sem nenhuma oportunidade de melhorar. Procrastinamos solucionar algum problema? Postergamos cronicamente dar andamento a tarefas não terminadas? Pensamos que elas desaparecerão, ou que se resolverão por si sós? Em vez de nos submetermos a semelhantes sugestões errôneas, precisamos negá-las enfaticamente.
Precisamos corresponder ao Cristo. O esforço vigoroso é essencial, assim como o é a compreensão de que a lei da ação de Deus está sempre operando, capacitando cada um de nós a destruir falsidades como inércia, indolência, falta de atividade. É a demonstração dessa lei o que revela a ação harmoniosa do poder curativo de Deus em nossa vida.
Na minha juventude, tive de enfrentar uma doença crônica hereditária, que havia flagelado minha família durante gerações. Contaram-me que eu não seria verdadeira descendente da família se não apresentasse evidência desse mal funcional. Depois de começar a estudar Ciência Cristã, empreguei dias e dias em resistir com veemência a essa sentença injusta proveniente da crença em hereditariedade.
Logo que comecei o estudo desta Ciência aprendi que havia condições que deviam ser atendidas — que eu precisava trabalhar para purificar o pensamento e assim ganhar a liberdade. Não era meramente trabalhar o que eu precisava, mas sim empenhar-me, ativa e fielmente, para alcançar o resultado curativo que eu desejava. Minhas orações persistentes eram sinceras e devotas. Houve ocasiões, todavia, em que senti a necessidade de gritar em alta voz para protestar eficazmente contra esse argumento importuno — para anular a falsa evidência e desembaraçar-me dela. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras proporcionou-me prova de que essa minha posição era a correta, mostrando que na rebeldia que eu sentia havia atividade verdadeiramente acertada! A Sra. Eddy proporcionou as palavras exatas de que eu necessitava: “Em vez de te submeteres cega e tranqüilamente ás fases incipientes ou adiantadas da moléstia, rebela-te contra elas. Bane a crença na possibilidade de abrigares ainda que seja uma só dor intrusa que não possa ser expulsa pelo poder da Mente, e dessa maneira podes impedir que a dor se desenvolva no corpo.” Ciência e Saúde, p. 391.
Daquele momento em diante, eu sabia que minha batalha estava ganha. Fui recompensada com exuberante boa saúde e liberdade. Coisas maravilhosas começaram a acontecer. Passei pela experiência de um renascimento espiritual que modificou inteiramente o curso de minha vida. Aí estava a prova de que a filiação espiritual do homem está para sempre intata, e não pode ser invadida pela projeção das crenças humanas de uma geração para outra. Aquele que deseja conquistar essa herança espiritual precisa empenhar-se incessantemente em reivindicar a lei da herança de Deus, pela qual o homem recebe o único bem, o bem que Deus transmite. Essa lei está presente, é acessível, e opera em favor de cada um de nós.
Há orientação excelente para aprender como aplicar essa lei invariável do Espírito, assinalada na Bíblia e em Ciência e Saúde. A Ciência Cristã explica que, de acordo com nosso conhecimento de que Deus é Verdade, e de suas eternas qualidades, sua presença e atividade, percebemos o Cristo, a idéia de Deus, sempre ativo e presente com poder, hoje e aqui. O Cristo é a atividade da Verdade na consciência humana, a influência divina sempre presente para curar. Essa idéia espiritual, ou seja, o Cristo, conduz a assim chamada mente humana para fora de todo sentido material e físico e manifesta a consciência divina. Assim o Cristo, tal como se expressa e opera na Ciência Cristã, dá à consciência humana domínio divino. Por acalentar diariamente essa consciência elevada pela Verdade, podemos fazer muito a fim de beneficiar a nós e à humanidade.
Como estudantes desta Ciência, estamos dotados da compreensão de Deus e de Suas leis e, portanto, temos dever elevado a desempenhar. Incumbência significa atividade. Quem negará que nossas atitudes se refletem naquilo que fazemos — ou deixamos de fazer? Cada um de nós tem a oportunidade de romper as pretensões da falsa lei e de refutar a injustiça pela qual prosseguiríamos adotando as crenças deste mundo em doença e em pecado. Temos apenas de empregar a habilidade inerente que Deus nos deu de procurar e descobrir o direito divino que temos, por nascimento, de ser livres. Na demonstração que se segue há uma vida sob o governo de Deus, vida valorosa nos propósitos, iluminada e ampliada pelo ânimo da Verdade.
