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Trabalhando na vinha

Da edição de abril de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Se você e eu tivéssemos trabalhado nos vinhedos de alguém o dia todo, e recebêssemos pagamento igual ao de outra pessoa que só trabalhara à última hora, sem dúvida ficaríamos muito contrariados. Sermos tratados assim não nos pareceria justo, ainda que tivéssemos concordado previamente com o salário a receber.

Mas, estaria Cristo Jesus sugerindo, com essa parábola dos trabalhadores na vinha Ver Mateus 20:1-16., que devemos esperar de Deus uma distribuição desigual do bem e que nos é mister aprender a aceitá-la de boa vontade? Ou estaria a dizer que aquele que realiza o máximo para servir a Deus está sujeito a receber relativamente menos do que outro que não é tão produtivo? Quando examinamos muitas das parábolas e dos ditos de Jesus do ponto de vista da lógica humana — identificando-nos, nesse caso, com o enfoque materialista dos trabalhadores — podemos ser levados a concluir, como muitos, que Deus algumas vezes é caprichoso, que Seu governo nem sempre é justo e que Seus filhos não são, no mesmo grau, Sua semelhança.

Quando, porém, consideramos essa parábola, partindo da lógica espiritual — do ângulo do dono da casa — não estará Cristo Jesus realmente nos dizendo que o reino dos céus tem apenas uma mesma moeda para nos dar? Moeda que não pode ser diminuída em pequenas unidades nem aumentada noutras de maior valor? O bem infinito, a única importância que a Mente ilimitada conhece, é imutável, porque é tudo e não se coaduna com os conceitos humanos de mais ou de menos de mais cedo ou de mais tarde. Assim, o dono da casa falou com probidade quando disse a um dos trabalhadores que se queixavam: “Quero dar a este último, tanto quanto a ti.”

Em termos humanos, o denário que os trabalhadores receberam equivalia, na época de Jesus, ao sustento de um dia. Essa medida sustentadora está igualmente disponível para cada um de nós e não há esforço humano capaz de alterar suas proporções. A Ciência Cristã nos habilita a provar a presença do cuidado de Deus. Ao compreendermos, cada vez melhor, a realidade palpável do bem, sua generosa mesada apresenta-se em nossa experiência como “o que for justo” Mateus 20:4. para atender às nossas necessidades e aumenta, para o sentido humano, na mesma proporção em que cresce nosso reconhecimento de que está infinitamente acessível. Só o suprimento compreendido dessa maneira é permanente, porque representa uma característica em expansão de nossa verdadeira identidade espiritual. Não importa quão amplos sejam os recursos baseados em bens materiais, eles continuam sendo moeda falsa que é divisível e pode ser acumulada ou perdida. Ainda que essa soma material possa ser bem grande, sua natureza essencialmente finita determina que nunca será equiparada ao Todo. Em sua exegese sobre a conclusão da criação no Gênesis, a Sra. Eddy escreve: “Assim as idéias de Deus na existência universal são completas e estão expressas para sempre, pois a Ciência revela a infinidade e também a paternidade e a maternidade do Amor. A capacidade humana é lenta em discernir e compreender não só a criação de Deus mas também o poder e a presença divinos que acompanham essa ciração e demonstram sua origem espiritual. Os mortais jamais poderão conhecer o infinito, enquanto não se despojarem do velho homem e alcançarem a imagem e a semelhança espirituais.” Ciência e Saúde, p. 519.

O sustento infinito e eterno da ciração do Amor divino não pode ser ajustado a conceitos humanos de mais ou de menos. Da mesma forma, a finidade, o erro visto apenas pelo sentido material, também não possui uma gama de valores; sua soma sempre resulta em zero. Limitação de qualquer tipo é um conceito errôneo, uma crença falsa de que o bem infinito não seja infinito. Ora, nenhuma das miríades de fantasias da limitação pode reivindicar mais status ou importância do que outra. Do ponto de vista da Verdade infinita, não há erro nem exaustão, e toda pretensão oposta é uma mentira, sem substância nem vida. Só o sentido material, o velho homem que temos de abandonar, atribui valores e graus de importância àquilo que não é real nem verdadeiro e depois reclama porque o senhor da vinha fez a tudo igual.

Uma erva daninha que tenha crescido por seis meses no jardim e que supere toda a vegetação a sua volta, pode ser removida tão rápida e meticulosamente quanto outra que nasceu há seis dias e quase não chama a atenção. Para a erva daninha maior isso pode parecer injusto; mas a Verdade indivisível é tão imparcial em remover o erro quanto o é em outorgar o bem. Para remover de nossos jardins as ervas daninhas de uma vez por todas — para curar-nos de toda forma de limitação — temos de saber distinguir entre as flores e as ervas daninhas (entre os atributos reais do reino de Deus e suas contrafações), a fim de podermos arrancar o que deve ser arrancado. A Sra. Eddy escreve: “A nulidade do nada é patente; mas precisamos compreender que o erro nada é, e que sua nulidade não é salva, mas tem de ser demonstrada a fim de ficar provado que a Verdade é algo — sim, que é tudo.” Ibid., p. 346.

Trabalhar na vinha do Pai é aprender a abandonar as limitações, os valores e as prioridades que ocultam de nós a realidade de Sua bondade infinita e sempre presente. Mesmo em meio ao clamor atormentador da mortalidade, podemos discernir que o suprimento medido materialmente é apenas uma mesquinha contrafação do sustento espiritual ilimitado — o fluxo incessante da inteligência divina — que forma e preserva nossa verdadeira identidade. Quando mantemos em mente a idéia verídica da bondade infinita de Deus, sua presença crística destrói tudo o que pretenderia acorrentar a nós ou a outros. E, ao tomarmos a cruz e afastarmo-nos dos falsos deuses do sentido material, estaremos menos predispostos a formular ou a experimentar momentos em que nosso sustento pareça inadequado para atender a nossas necessidades ou que pareça ser maior ou menor que o de outras pessoas. Teremos sempre “o que for justo” para nós.

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