A tensão mental resultante de provação física pode ser curada rápida e completamente. Não importa quão grave pareça, sem tomar em consideração o que aparentemente o tenha causado, o choque pode ser curado pela oração científica.
Eu sei. No último inverno escorreguei no gelo, batendo violentamente a cabeça no chão. Incapaz de me mexer, volvi-me a Deus e orei com todas as veras da alma. A dor logo me abandonou, e consegui ir para casa com a ajuda de um transeunte. Mas a sensação de choque continuou. Parecia que eu não podia descartar o pensamento de ter passado por terrível provação. Toda aquela noite apeguei-me às verdades espirituais que havia aprendido na Ciência Cristã, inclusive a da totalidade do Espírito divino como a única substância e Mente.
No dia seguinte, ainda sofrendo, continuei apelando para a Verdade divina em busca da cura. Li algumas páginas do livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy e, depois, minha atenção se fixou nesta sentença: “Nada pode interferir na harmonia do ser, ou pôr um termo à existência do homem na Ciência. O homem é o mesmo, tanto depois como antes de ter fraturado um osso ou de seu corpo ter sido guilhotinado.” Ciência e Saúde, p. 427.
Essas palavras poderosas destacaram-se — iluminadas! Fechei o livro e agradeci a Deus porque nem a queda no gelo nem a perturbação mental que se seguiu nunca tinham acontecido no reino de Deus — o único lugar em que jamais eu tinha realmente estado. A sensação de choque se dissipou tão rapidamente que eu até pude sentir como ela regredia. As contusões e o emperramento desapareceram completamente dentro de dois dias.
Como foi que essa cura se efetuou?
• Orei para que eu tivesse receptividade espiritual, reconhecendo Deus como a Mente infinita, única, como minha Mente, e depois fiquei à escuta da mensagem de Deus.
• Neguei que a evidência do sentido material fosse real e depois des-considerei-a completamente.
• Volvi-me às poderosas palavras da Sra. Eddy em Ciência e Saúde e deixei que me trouxessem luz espiritual.
• Conscientizei-me de que, como idéia espiritual de Deus, nunca estivera separada dEle, nem sequer por um momento. E fui curada rapidamente.
Há outras espécies de choque. Que é que há sobre a “descompressão” pela qual passa um diretor de empresa ou um personagem público quando se aposenta, ou é despedido, ou quando é destituído do cargo mediante votação, caindo verticalmente de posição e da atividade, e, talvez, perdendo também a segurança financeira? Consideremos, por exemplo, o personagem bíblico Jó. Aí estava um homem sem a menor nuvem no seu céu e que, repentinamente, decaiu de uma posição de prosperidade e de felicidade para uma de miséria abjeta. Jó perdera todas as suas vastas posses e, então, subseqüentemente, começara a despertar e compreender a irrealidade da matéria considerada como substância, e a volver-se ao Espírito como a única realidade. E, quando assim fez, “o Senhor ... deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra” Jó 42:10..
Quando nos volvemos a Deus, conscientizando-nos de nosso ser completo como Sua idéia, orando na confiança inspirada por esse estado do ser completo em si mesmo, podemos, tal como foi ensinado por Jesus ao povo, falar “como quem tem autoridade” Mateus 7:29. sobre o erro — sobre a crença de que estivemos privados do bem. Estarmos conscientes do nosso eu espiritual, verdadeiro — um eu nunca afetado pelas condições materiais fictícias — significa conscientizarmo-nos de que estamos refletindo toda a verdadeira substância, toda a alegria de Deus.
Quando confrontados com perda e choque, precisamos reconhecer a nós mesmos unicamente como idéias espirituais de Deus. Precisamos volver-nos radicalmente do ponto de vista com que a mente mortal avalia a situação para aquilo que a Mente divina, Deus, está vendo. Não há nenhuma cisão no Seu reino, nenhuma quebra da harmonia, nenhuma perda do bem. E Seu reino é o único que existe!
O reconhecimento da existência tal como ela é divinamente, é aquilo a que Cristo Jesus se referia na sua regra de cura: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:32. Deus fez todas as coisas bem feitas. Deus nos fez perfeitos, e Deus mantém-nos assim, acima e separados daquilo que parece um acontecimento material. Segue-se, então, que nada precisa ser feito à matéria. Por muito críticas que a circunstância material e a tensão mental pareçam ser, o máximo que possivelmente possamos fazer consiste em perceber com clareza a realidade espiritual e estar convencidos dela.
A Bíblia fala da segurança do homem, impossível de ser mudada: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.” Salmos 90:1. Tendo eternamente vivido no Espírito e do Espírito, Deus, nunca chegamos a ser tentados pela discórdia, pela doença, pela carência, pelo medo, pela morte. Essas condições, por serem materiais, de fato não existem. No Espírito não há um mal que penetre a harmonia do homem nem que lhe imprima marca na vida.
Para alguém que tenha passado por grave provação, a sugestão mortal é: “Você passou por males demasiados! Levará muito tempo para você ficar livre de tudo isso.” Mas isso é uma mentira. Deus não sanciona nenhuma perda ou choque. E Suas idéias espirituais, que permanecem eternamente intatas, também não os admitem. Fortalecidos pela compreensão desse fato, revigorados e reavivados por Cristo, a Verdade, podemos evitar uma recuperação demorada. Um lapso de meses ou de anos pode aliviar a dor da maioria das provações. Mas por que não ficar livres hoje — neste momento? A compreensão da realidade espiritual é o caminho. Esta não só cura o choque, mas também nos restaura, ou nos proporciona compensação pela perda do suprimento, ou da atividade, ou da saúde, ou de companheirismo, segundo a maneira inigualável da Mente.
A Ciência Cristã também pode evitar a perda e o choque. À medida que avançamos no nosso estudo da Ciência do ser perfeito, vemos que há sabedoria em atribuir persistentemente todo o bem a Deus, o Espírito infinito. Confiar na matéria como se nesta houvesse substância e vida, em vez de confiar unicamente no Espírito, significa provocar perda e confusão.
Pensemos nisto: Ninguém pode sofrer um choque do qual não possa recuperar-se completamente. Ouçamos as palavras triunfantes de Jesus: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo.” João 16:33. A maneira dramática com que ele derrotou as limitações materiais e as chamadas leis materiais promete a vitória para você e para mim. Nem mesmo o ordálio na cruz, que produziu o tremor de terra e rasgou o véu do templo, podia vencer esse homem investido do poder de Deus.
A Sra. Eddy escreve: “O Cristo real não tinha consciência da matéria, do pecado, da doença e da morte, e só tinha consciência de Deus, do bem, da Vida eterna e da harmonia. Logo o Jesus humano tinha acesso ao seu eu mais elevado e à sua relação com o Pai, e ali achava repouso das tribulações irreais, na consciente realidade e realeza do seu ser — mantendo o mortal como irreal e o divino como real. Foi essa retirada do eu material para o espiritual que o fortaleceu para triunfar sobre o pecado, doença, e morte.” Não e Sim, p. 36.
Da mesma maneira o Cristo, a Verdade, quando para ele apelamos com compreensão e seriedade, há de recuperar a você e a mim das tribulações irreais, seja qual for a tensão ou o choque que tiverem produzido.
