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Coerência na prática da cura

Da edição de junho de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma das características mais destacadas da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) é sua coerência: nos ensinamentos metafísicos, no método de prática e no padrão ético. Essa coerência assenta na aceitação irrestrita da onipotência e bondade de Deus, o Princípio divino, como o único criador e origem do ser do homem.

Por exemplo: Se começamos com a verdade fundamental de que Deus, o criador de tudo o que existe, é Mente infinita, chegamos, na Ciência, à conclusão lógica de que tudo o que é realmente criado manifesta a Mente e é, portanto, divinamente mental. E, do fato básico de que o Deus que tudo criou é Espírito, e não matéria, brota a conclusão de que, em realidade, tudo é espiritual, não material.

Torna-se inevitável a conclusão subseqüente, de que os sentidos físícos e a mentalidade material dos mortais, sendo totalmente dessemelhantes de Deus e não tendo sido criados por Deus, dão testemunho falso. Sua suposta evidência, chamada matéria e vida material, junto com toda discórdia, sofrimento, doença e morte, só pode ser ilusão auto-enganadora, um estado de sonho subjetivo que não tem base, nem substância, nem existência real.

Segue-se, então, que a doença é, no sentido mais profundo, mortalmente mental — um sonho torturado manifestado no corpo e proveniente do medo, da ignorância ou da pecaminosidade do pensamento mortal — e que o remédio é completamente mental e, na verdade, espiritual e divino.

Em outras palavras, aquilo a que os mortais chamam de processo físico de doença compõe-se exclusivamente da ação mental negativa, discordante e destrutiva, daquilo a que o Apóstolo Paulo chamou “o pendor da carne [que] é inimizade contra Deus” Romanos 8:7., e daquilo a que Cristo Jesus descreveu como “mentiroso e pai da mentira” João 8:44..

É evidente que o remédio está em inverter tal pseudo-ação mental por meio desta verdade salvadora: de que Deus é puro Amor e da consciência de que o status real do homem é o de reflexo de Deus.

O quadro todo de que há causas e efeitos físicos precisa ser substituído pelo reconhecimento de que Deus, a Vida, o Amor, é a única causa real e de que Sua manifestação, o homem espiritual (caracterizado por harmonia, perfeição e indestrutibilidade) é o efeito.

Essas verdades fundamentais governam, com coerência, tanto o método como a ética da prática da cura pela Ciência Cristã. Fundamental a essa prática é o fato de que Deus é o único poder e de que Sua ação, manifestada pelo Cristo sempre presente, é o único sanador. Portanto, o método de cura consiste em oração cristã sincera que harmoniza a consciência humana com Deus. Isso destrói ilusões mortais que deturpariam Deus e contaminariam o homem.

No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy nos apresenta uma ilustração simples da ação que produz discórdia no pensamento mortal não controlado pela compreensão espiritual. Comenta: “Um nome novo dado a uma doença afeta o público, tal como um nome parisiense dado a um novo traje. Todos se apressam em possuí-lo. Uma doença descrita minuciosamente custa a muito homem o bem-estar de seus dias terrenos.” Ciência e Saúde, p. 197.

Mais adiante no livro, continuando na linha de pensamento acima, dá o seguinte conselho aos Cientistas Cristãos que estejam orando para curar outros: “Podes chamar a moléstia pelo nome quando a negas mentalmente; mas, mencionando-a em voz alta, corres o risco, em certas circunstâncias, de gravá-la no pensamento.” Ibid., p. 412. Em vários trechos, a Sra. Eddy deixa claro que dar nome a doenças tende a aumentar o medo dos pacientes. E o medo, explica a Ciência Cristã, é a base da doença.

Tudo isso tem especial aplicação em nossa era, em que novas doenças estão sendo apresentadas continuamente ao público, às vezes com ampla cobertura, semelhante à que se dá aos novos astros de futebol. Uma vez que a doença surge do medo e de causas mentais associadas, é de se considerar seriamente se a prática comum de dar nomes ressonantes a novas enfermidades e de oferecer explicações, descritas minuciosamente, dos sintomas e do curso das doenças é prática que promove a saúde ou a doença.

Ciência e Saúde apresenta instruções adicionais sobre como lidar, por meio de tratamento metafísico, com a doença e com o medo gerado pelos nomes de doenças, quando nossa Líder escreve: “Para curar por meio de argumentos, acha o tipo da doença, descobre-lhe o nome, e alinha tua defesa mental contra o físico.”

O resto do parágrafo mostra o que isso envolve: “De início, argumenta mentalmente, não em voz alta, que o paciente não tem moléstia e formula o argumento de maneira que destrua a evidência da moléstia. Insiste mentalmente que a harmonia é a realidade e que a doença é um sonho temporal. Compenetra-te da presença da saúde e do fato de que o ser é harmonioso, até que o corpo corresponda às condições normais de saúde e harmonia.” Ibid.

Às vezes, porém, a afirmação da Sra. Eddy, acima mencionada, sobre chamar a doença pelo nome é tomada fora do contexto e, então, pergunta-se: “Mas, se nem eu nem o paciente sabemos o nome da moléstia? Seria desejável obter-se um diagnóstico médico a fim de tornar específico o tratamento metafísico?”

A coerência nos diz que a resposta é não. O tratamento pela Ciência Cristã lida completamente com os elementos mortalmente mentais que constituem a doença. Isso inclui negar quaisquer crenças ou temores que o paciente possa estar abrigando com relação ao nome ou à natureza do problema. Requer que, armados da Verdade, anulemos qualquer preocupação ocasionada pelo que quer que o nome da doença sugira ao paciente. Também pede que refutemos com a Verdade qualquer imagem de doença mantida no pensamento, bem como a tendência da mente humana de aceitar docilmente a assim chamada causa física.

Falando no exemplo estabelecido pelo Mestre da cura, Cristo Jesus, a Sra. Eddy escreve: “Do começo ao fim, a causalidade física foi posta de lado por esse homem original, Jesus. Ele sabia que o Princípio divino, o Amor, cria e governa tudo o que é real.” Ibid., p. 286.

Concomitantemente, um diagnóstico físico, focalizando os sintomas e um processo de doença descrito mais ou menos minuciosamente, apenas desviaria a atenção daquilo que realmente precisa ser corrigido. Tenderia a aumentar o medo. Como está no livro-texto da Ciência Cristã: “Um diagnóstico físico de moléstia — porque a mente mortal forçosamente é a causa da moléstia — tende a produzir a moléstia.” Ibid., p. 370.

O que se faz necessário na prática da Ciência Cristã não é um diagnóstico físico, mas uma percepção espiritual intuitiva do estado mental do paciente que revele o que precisa ser encarado e vencido. Uma estimativa metafísica da situação, inspirada pelo amor ao paciente e obtida mediante o discernimento espiritual e a orientação da Mente divina, vai à raiz do problema. As verdades expostas pela Ciência, compreendidas e aplicadas diretamente à situação, corrigem as crenças nela abrangidas e produzem a cura. Assim, confiando na Verdade imutável, o Cientista Cristão une-se à ordem e harmonia do governo de Deus. Graças à compreensão espiritual, ele percebe a coerência da ação científica da Mente divina, o Princípio onipotente. Desfaz-se de temores e crenças de doença mediante uma profunda cristianização e espiritualização do pensamento e da adoração, e o resultado é a cura física.

A experiência de um amigo ilustra esse ponto. Ele teve de viajar a negócios a uma região extremamente conturbada de um continente distante, onde havia sérios conflitos e ódio inflamado. Uma noite após sua chegada, antes de partir numa perigosa excursão pelo interior do país, sentiu-se muito mal com dores abdominais. Não conseguindo resolver o caso sozinho e em extrema emergência, telefonou finalmente a uma praticista nos Estados Unidos da América.

Não foi feito diagnóstico médico para determinar se tratava-se de apendicite, febre, intoxicação ou algum outro mal clinicamente batizado. Tal diagnóstico físico era desnecessário. A praticista, que estava alerta às circunstâncias do local, rapidamente percebeu a necessidade e tratou dela. Em essência, ela respondeu, de forma vigorosa, o seguinte: “Há apenas uma Mente infinita e você está na presença dessa Mente. Você não está envolvido em uma situação em que há tensão mental e tumulto e muitas mentalidades mortais guerreando-se umas às outras. Você terá sua cura.” Após a conversa telefônica, ela orou para compreender que Deus fizera o paciente imune ao ódio, à tensão e à confusão mental. Cerca de duas horas depois, ao amanhecer, meu amigo estava completamente livre da moléstia e em condições de cuidar de seus negócios.

Na Ciência Cristã, a coerência exclui a mistura de meios físicos com meios espirituais para a consecução da cura. Concomitantemente, ela exclui a confiança no diagnóstico físico, o qual avalia, de maneira conflitante, não só a natureza do problema mas também a receita para resolvê-lo.

Ao mesmo tempo, a prática da Ciência Cristã é profundamente cristã e dá ao paciente a liberdade total, bem como a responsabilidade, de decidir se prefere continuar a confiar com coerência na Ciência Cristã ou se quer entregar seu caso a outras formas de tratamento.

Como foi indicado acima, é sábio levar em consideração o contexto completo das declarações da Sra. Eddy e ponderar tudo o que ela tenha dito sobre determinado assunto. A instrução: “acha o tipo da doença, descobre-lhe o nome”, está no contexto de um capítulo inteiro que revela ser a natureza da doença uma crença, e ser puramente mental e espiritual a natureza do diagnóstico e do tratamento pela Ciência Cristã.

Tudo aquilo que, nesse capítulo, em outras partes do livro-texto e em outros livros de autoria da Sra. Eddy, se refere a nomes de doenças é relevante, e assim são os trechos sobre diagnósticos. O estudo desse e de outros tópicos correlacionados, usando-se a Concordância, ajuda a esclarecer questões como as que ora consideramos, e a guiar, de maneira correta, o estudante. Assim, a coerência da Ciência Cristã é observada em sua prática. E essa coerência é essencial à cura pela Verdade.

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