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Profunda paz interior

Da edição de junho de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Não podemos contar com os outros para que nos proporcionem paz interior. O dinheiro, por certo, não a pode comprar. Os haveres meramente pessoais e o êxito não a trarão; também não a produzirá uma mudança de local ou de trabalho. Mas quando o coração, humildemente e a sós com Deus, se volve inteiramente a Deus, o clamor mental começa a se desvanecer. Nossa vida se adianta no sentido de abençoar outros. Cresce nossa compreensão de que todo pensamento justo que acalentamos, todas as coisas que desprendidamente fazemos sob a direção de Deus, são indício de que Deus está evidenciando-se a Si Mesmo, bem como o fato de que Seu amor nos sustenta e nos torna bem sucedidos. Percebemos que estamos estreitamente ligados a Deus, e que nada pode perturbar esse aconchego. Então a paz interior será abundante.

Numa mensagem para A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, Massachusetts, a Sra. Eddy declara: “Ó esperança gloriosa! resta um repouso para o justo, um repouso em Cristo, uma paz no Amor. Esse pensamento silencia o queixume; a estrondosa rebentação do conturbado mar da vida desfaz-se espumejando, e por baixo há uma calma profundamente estabelecida.”Message to The Mother Church for 1902, p. 19. Será que temos de esperar que as condições se tornem ideais antes de podermos reivindicar domínio e calma? Não. Acaso Cristo Jesus teve de esperar que a multidão lhe desse passagem antes de dizer ao homem paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito, e vai para casa” Lucas 5:24.? Para alimentar as multidões, teve ele de esperar que os discípulos fossem comprar alimento? Até mesmo quando pendurado da cruz, o amado Guia pôde dizer, com um equilíbrio que ultrapassa a concepção humana: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Lucas 23:34.

“Deixo-vos a paz,” foi sua mensagem aos seus seguidores de todas as épocas, “a minha paz vos dou.... Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” João 14:27.

Deus a Mente infinita e onipotente, está em paz. Para Deus não é difícil ser Deus. Está sempre consciente de ser, Ele Mesmo, o Tudo, o Princípio criativo, a totalidade do poder, a Santidade Única. Com serenidade imperturbável, Deus leva adiante o Seu Próprio desenvolvimento infinito, majestosa e ordenadamente, excluindo todo o mal.

Quando lançamos nosso olhar — não da matéria para o alto — mas a partir do Princípio para o cosmo ilimitado do ser espiritualmente consciente, percebemos cada vez mais que aquilo que a Mente divina conhece e expressa de seu próprio eu constitui o tudo da realidade eterna e autêntica. “Para Deus, conhecer é ser: isto é, o que Ele conhece deve existir verdadeira e eternamente”Não e Sim, p. 16., escreve a Sra. Eddy.

Enquanto tivermos a nosso respeito o conceito de sermos parte do esquema mortal, sujeitos a todas as suas classificações e azares materiais, poderá haver para nós alguma paz na qual confiar? Pelo contrário, precisamos, de preferência, pensar em nós mesmos, na Ciência, como a imperturbável consciência individual da perfeição onipresente da Mente. Precisamos compreender que Deus é a Mente que refletimos, nossa verdadeira Vida e substância, a inteireza de nosso ser. Pelo fato de a discórdia não ser conhecida de Deus, não pode o homem, inclusive você e eu como expressões desse mesmo Deus, passar pela experiência dessa discórdia. Não existe nenhum fardo verdadeiro de erro para esmagar-nos com seu peso. O homem de Deus não está oprimido, ele é livre.

Esse modo de conhecer a verdade constitui oração que cura, ou seja, é tratamento pela Ciência Cristã. Não é um processo intelectual, não é a projeção de um dos nossos próprios pensamentos ou vontades privativas dirigidos para curar alguma situação. O tratamento é a Verdade divina em ação. É o Cristo, a santa manifestação de Deus, que Jesus demonstrava, revelando-se como a natureza do homem. Quando o Cristo toca nosso coração — às vezes sem proferir palavra — então o mais simples reconhecimento do amor de Deus tem efeito curativo.

Talvez digamos: “Como posso ter alguma paz quando estou sofrendo desse jeito?” Mas acaso não será exatamente o oposto? Acaso não nos sentiríamos doentes por não termos chegado a perceber que nossa paz está em Deus? Talvez estejamos absortos na tentativa de curar o que nos parece um corpo físico muitíssimo real ou procurando resolver um problema pessoal — em vez de nos preocuparmos em aprender mais sobre a espiritualidade absoluta do nosso ser. As portas abrem-se de par em par para uma bênção, quando podemos dizer a Deus (e de fato crer nisso): “Deus, eu estou ouvindo. Que é que Tu estás a me ensinar hoje?”

Talvez o sentido mortal sugira: “A dificuldade é tão grande!” e “Já se vem arrastando há tanto tempo!” Mas podemos afirmar positivamente que o mal, em todos os seus fingimentos, é mero mesmerismo — que acredita na sua suposição, que se manifesta como se fosse verdadeiro, que tolera a si mesmo — é uma nulidade do começo ao fim. Não tem identidade real, não tem intensidade ou duração, não tem quem nele creia, não tem história. Não nos pode tocar, nem mesmo como lembrança ou quadro mental.

Talvez nos sintamos maltratados, espezinhados, amargurados, com receio de ser novamente feridos. Temos de aprender que nossa paz não depende de quem está ao nosso redor ou do que estão dizendo ou fazendo (ou não estão dizendo, nem fazendo). A solução consiste em manter nossa altitude espiritual, manter a calma convicção, na Ciência, de que a Mente está de contínuo mantendo suas idéias em perfeita unidade consigo mesma. Como poderiam os impulsos do homem de Deus, os quais emanam do próprio coração do Amor divino, fazer menos do que abençoar e unificar?

Na Ciência Cristã, enfocamos os erros de pensamento e os corrigimos. A impureza, o egoísmo, a justificação própria precisam ser expulsos; mas precisamos fazê-lo sem que nós mesmos afundemos na autocondenação ou num sentimento de culpa ou em aflição.

É o mal que é condenado — não o homem. Elevarmo-nos em consciência como imagem amada do Espírito infinito, abençoada com todo o bem que o Amor está vertendo, e empenharmo-nos em expressar o bem do Amor, hora após hora — eis a humildade genuína que desejamos. Não estabelece limites. Libera, exalta e dá-nos paz!

O perfeccionismo humano de nossa parte não é o bastante. E isso pode fomentar irritabilidade, tensão e escravização. Mas a convicção de gozarmos de completa perfeição espiritual, refletindo o Pai, tranqüiliza e produz benefícios irreversíveis.

Freqüentemente, o primeiro passo para conseguir a libertação de qualquer sugestão mesmérica de desconforto está em nos acalmarmos — não apenas mediante uma fortidão espartana ou forçados a uma continência de si mesmo, mas por meio de uma entrega confiante aos cuidados inteligentes de Deus. Certa feita a Sra. Eddy disse a um homem que estava se retorcendo de dor: “Se o senhor se acalmar, poderei curá-lo” Irving C. Tomlinson, Twelve Years with Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1966), p. 49., e ela o curou.

Toda a bulha da mente mortal, todo o seu lamento e queixume (transbordantemente emocionais), são silenciados pela consciência da serenidade do Amor presente em toda parte. Elementos doentios, inflamatórios e congestivos, tanto mentais como físicos, são eliminados. A tensão e a dor desaparecem; a função normal é liberada e a experiência melhora.

Como descendentes de Deus, vivemos num universo espiritual onde não há doença nem germe, nenhum pensamento ou corpo adoentados, nenhum envelhecer, nenhum morrer, nenhuma dor. Aí não há a noção de problemas não resolvidos! Não há nenhum montão ou colisão de ansiedade ou de ressentimento! Nenhuma cicatriz ou resíduos insalubres! Nenhum medo!

Encarados segundo a perspectiva divina, cada um de nós individualiza a plenitude da idéia-Cristo, a evidência infinita do próprio Espírito. Não é a matéria o que constitui nossa identidade, ou corpo, mas a consciência refletida que emana da Mente, o Ego divino. Como nosso ser é incorpóreo, nosso identidade não apresenta nenhuma superfície material em que a falsa crença estabeleça contato para tirar proveito de nós.

Nada está desarranjado, nada está faltando na saúde que Deus nos dá. Tudo quanto você e eu necessitarmos, já está incluído no nosso ser consciente como expressão da Mente. Podemos apegar-nos à verdade de que, em toda parte, cada um de nós é realmente a idéia de Deus, é governado pela inteligência divina, e está sendo cuidado e encontra-se em segurança no Seu amor.

Na Bíblia lemos: “Cada um servirá de esconderijo contra o vento, de refúgio contra a tempestade, de torrentes de águas em lugares secos, e de sombra de grande rocha em terra sedenta.” Isaías 32:2.

Os relâmpagos do erro podem estrondear ao nosso redor, mas podemos seguir para a frente sem perturbar-nos, invadidos de profunda paz interior, que é nossa por direito divino. Podemos provar, passo a passo, que na infinidade da Mente não há mal que possa ferir os filhos e as filhas de Deus. Deus nos ama — com amor mais poderoso do que todas as forças deste universo material, um amor no qual se pode confiar mais do que em qualquer outra coisa que este mundo possivelmente possa oferecer. Podemos descansar nisso.

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