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A continuidade do ser é vida sem fim

Da edição de agosto de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Como podemos definir a continuidade da vida? De certo modo, não implica ela atividade ininterrupta? Também significa permanência e persistência sem mudança essencial, que se estende além das limitações mortais e ilusórias de tempo e espaço. Aquilo que evidencia continuidade espiritual é eterno. E é medido, não em conformidade com padrões materiais ou mortais, mas somente em termos do infinito.

Continuidade lembra inteireza, integridade do ser. Tudo quanto expressa continuidade espiritual nunca pode carecer de qualquer qualidade necessária para a manifestação de sua inteireza original, natural e contínua. Continuidade pode ser considerada sinônima de imortalidade.

E continuidade do ser também implica união: unidade contínua de causa e efeito que não pode ser violada nem rompida. Podemos entender essa unidade permanente — o homem eternamente a refletir Deus, a fonte divina de toda verdadeira identidade e substância — como sendo a essência da aliança eterna do Pai com Sua criação. A promessa de unidade com o Espírito infinito não será nem poderá ser rompida, pois a aliança divina é perpetuamente auto-sustentada: a Mente onipotente mantém para sempre a sua própria lei — a lei do Amor — e seu própria representante.

O fato espiritual da unidade eterna, inalienável, do homem com Deus assegura ao homem vida sem fim. Deus é a Vida divina; e porque o homem existe para sempre com Deus como Sua exata imagem e semelhança, a verdadeira existência do homem demonstra perfeita continuidade do ser, identidade permanente. A vida contínua não conhece nascimento nem morte.

Mas, para compreender e comprovar a natureza real da identidade imortal do homem é preciso que venhamos a compreender mais da natureza de Deus, a Verdade onipresente, o Princípio divino, a única causa. A Bíblia afirma: “A vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17:3. E para conhecer melhor a Deus e ao Seu Cristo, precisamos esforçar-nos de contínuo para progredir espiritualmente e abandonar crenças materiais. Passo a passo, o progresso espiritual — a troca de velhas maneiras de pensar mortais por inspiração nova, impelida por Deus — mostra a atividade do Cristo, a Verdade, presente na consciência humana para transformar, redimir e liberar. Podemos levar a cada área de nossa vida a espontaneidade, a vitalidade espiritual, que declara a maravilha e a glória da vida eterna.

A experiência de cada um de nós pode manifestar o domínio prático que acompanha tal renascimento contínuo — em cada pensamento, motivo, desejo e aspiração purificados. Com o novo nascimento, despertamos paulatinamente para o fato já estabelecido do relacionamento inseparável entre o homem e Deus. É nossa herança divina reconhecer e demonstrar o ser contínuo. E o despertar para essa realidade vem como resultado natural de andar nas pegadas de nosso Guia e Salvador, Cristo Jesus, que provou amplamente a imortalidade do homem mediante sua própria ressurreição e ascensão. Para Jesus, o ser verdadeiro do homem não tinha começo nem fim. A Sra. Eddy, Descobridora da Ciência Cristã, escreve: “O conhecimento inabalável e verdadeiro que o humilde Nazareno possuía a respeito de preexistência, da natureza e inseparabilidade de Deus e o homem — tornou-o poderoso.” Miscellaneous Writings, p. 189.

Seguindo lealmente a liderança de Jesus ao longo da reta e estreita senda da existência para sempre unida com o Espírito, constatamos como seus discípulos que nós, também, precisamos esforçar-nos para viver uma vida de ascensão — vida de progresso contínuo e pensamento ascendente. É somente na medida em que nos esforçarmos honestamente para progredir em nossa compreensão de Deus e em nosso amor a Deus (o que também exige levar à humanidade as bênçãos daí resultantes) que poderemos ser verdadeiras e ativas testemunhas da promessa do ser contínuo. Pois somente quando a bondade divina e a espiritualidade têm ascendência em nossa vida obtemos a autoridade do Cristo para refutar a suposição agressiva da mente mortal de que a identidade individual pode chegar ao fim ou ser perdida. Não existe, porém, o esquecimento. A Vida não tem fim. No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy assevera: “Nada pode interferir na harmonia do ser, ou pôr um termo à existência do homem na Ciência.” Ciência e Saúde, p. 427.

A vida de muitos dos grandes profetas e líderes destacados na Bíblia, bem como o infindável supremo exemplo do Mestre, Cristo Jesus, oferecem muitos vislumbres dos resultados produzidos pelo reconhecimento do que significa o ser contínuo, ou a vida em Deus. Por exemplo, o relato bíblico da experiência de Moisés após ter ele obtido um vislumbre inspirado de seu relacionamento com Deus indica o notável vigor e domínio que enriqueceram a vida do próprio Moisés e que também serviram para salvar outros.

Quando a natureza de Deus como o “Eu Sou o que Sou” lhe foi revelada, Moisés aprendeu também que esse era o nome divino, eterno, do qual disse Deus ainda, “assim serei lembrado de geração em geração” Êxodo 3:14, 15.. O grande símbolo de Deus, o nome “Eu Sou o que Sou”, indica suprema afirmação de continuidade, de permanência; da inteireza, da totalidade e da atividade ininterrupta da Verdade, a estender-se além de qualquer noção de tempo. Deus, o “Eu Sou”, o Ser Divino, é a eterna fonte de tudo o que existe. Nada existe além de Deus, ou a Mente, e a idéia perfeita da Mente, o homem.

Afirma um Comentário Bíblico que esse nome de Deus, “Eu Sou o que Sou”, também pode significar: “Eu dou origem a tudo o que existe.” The Interpreter's Dictionary of the Bible (Nova Iorque: Abingdon Press, 1962), 2° tomo, p. 671. Essa causa infinita, ou Princípio divino, é a grande força de adesão e coesão que mantém a continuidade perpétua de toda a vida.

Graças às muitas experiências diretas de Moisés acerca do poder de Deus e devido a sua estreita comunhão com o Pai, o patriarca obteve sem sombra de dúvida uma percepção do efeito prático resultante de reconhecermos nossa unidade com Deus. A Bíblia conta-nos que Moisés tinha oitenta anos de idade quando liderou os filhos de Israel pelo deserto de Sinai, para fora da escravidão ao Faraó. Durante outros quarenta anos Moisés guiou a multidão, ensinando, animando, refinando no povo o sentido de obediência e fidelidade a Deus. E assim sua querida nação finalmente chegou à Terra da Promissão.

A Bíblia registra: “Tinha Moisés a idade de cento e vinte anos quando morreu; não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor.” À época em que o trabalho de sua vida na terra ficou concluído, era evidente que suas capacidades não se achavam reduzidas; e o relato bíblico faz notar também que “ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura” Deuter. 34:6, 7.. A Ciência Cristã ensina que nossa consciência espiritual de que a vida é ininterrupta e a capacidade é sem fim nunca pode ser confinada a uma sepultura — pois a consciência espiritual verdadeiramente não conhece lugar de enterro.

Essencial é que estejamos livres de qualquer pensamento sepulcral: de medo, dúvida, insegurança ou incerteza quanto à realidade permanente da vida do homem em Deus e oriunda de Deus. Podemos manifestar mais coerentemente a luz e a radiância da Vida divina, a Alma — não a escuridão e o confinamento. A herança cristã do homem é liberdade e vitalidade imorredouras. Podemos exemplificá-la a cada momento, de modo que pessoa alguma veja em nossa vida negrume e desespero onde deve existir alegria e luz.

A consciência cheia de espontaneidade, harmonia, paz e ações de graça, de expectativa e louvor, está ativamente começando a exercitar a continuidade do ser. Não carrega peso morto. Tal consciência é a que recebe a bênção do salmista: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.” Salmos 23:6. Em seu livro Pulpit and Press, a Sra. Eddy declara: “Quem vive no bem, vive também em Deus — vive em toda a Vida, por todo o espaço. Seu é um reino individual, seu diadema a coroa das coroas. Sua existência é imortal, desenvolvendo para sempre seu Princípio eterno. Espera pacientemente no Amor ilimitável, o senhor e doador da Vida. Reflete essa Vida, e com ela vem o poder total do ser.” Pul., p. 4.

A época em que vivemos é maravilhosa para ser Cientistas Cristãos. É uma época em que as realidades espirituais do ser esplendem na consciência humana — tempo de esperança e promessa da vinda do reino do Pai. Mas a promessa não é encontrada nas maravilhas ilusórias e esmaecentes e nos prazeres temporais da matéria. Só pode ser concretizada nas verdadeiras glórias e na abundância infinita do Espírito.

Podemos viver como se fôssemos pioneiros da demonstração cristã iluminada — provando passo a passo a verdade ilimitável do ser já revelada nos ensinamentos da Ciência Cristã. Então cada momento pode oferecer novas e revigorantes oportunidades de inspiração e vislumbres espirituais originais, de vitórias morais e de maiores realizações na cura e na regeneração. Cada prova prática que individualmente damos da identidade real do homem, de sua unidade ininterrupta com Deus, haverá de progressivamente desvendar e anular a mentira da mortalidade. E é somente a mentira que chega ao fim — nunca a vida.

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