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Uma religião do coração

Da edição de agosto de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


A Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss) é uma religião do coração. Seu significado realmente não pode ser captado apenas com a cabeça, como teoria. Compreendê-la com o coração é entendê-la com amor. E entendê-la com amor é entender seu verdadeiro significado, porque é a religião do Amor. Não existe outro meio de compreendê-la. Nas palavras da sua Descobridora e Fundadora, Mary Baker Eddy: “A parte vital, o coração e a alma da Ciência Cristã, é o Amor.” Ciência e Saúde, p. 113.

Eram a calidez e a radiância do Amor divino, manifestadas nas suas obras bem como nas suas palavras, o que deu à missão de Cristo Jesus seu transcendente poder luminoso. Nosso Salvador foi a transparência viva do Amor divino. Sua humanidade maravilhosa e sua compaixão trouxeram aos pecadores e aos sofredores provas convincentes da eficácia da cura pelo Amor. Sua afeição altruísta e seu sacrifício abnegado continuam a tocar os corações humanos através dos séculos.

Jesus mesmo disse que seus ensinamentos precisam ser entendidos no coração e com o coração. Falando da estolidez dos que o cercavam, disse: “O coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados” Mateus 13:15. (ênfase acrescentada).

Precisamos ver que a Ciência Cristã é a religião do Amor praticada pelo Mestre e demonstrada mediante a compreensão espiritual. As obras de cura dessa religião dão testemunho de que a luz do Amor está brilhando no coração dos homens. À medida que a luminiscência da Verdade e do Amor ilumina nossa consciência, nossa vida e nossas obras dão testemunho, mediante a cura, do verdadeiro significado da Ciência Cristá. Essa é a melhor evidência de que nós a compreendemos; e essa é a indispensável resposta aos errôneos pontos de vista tantas vezes apresentados e promovidos pelos que criticam a Ciência Cristã.

Não nos podemos dar ao luxo de perder de vista o que o amor espiritual significa praticamente e o que se acha implícito nele. Para citar um exemplo: Por vezes presume-se que o processo de cura na Ciência seja principalmente uma questão de argumentação. Ora, é verdade que a argumentação e o raciocínio espiritual sistemáticos — baseados na totalidade de Deus e na nulidade do mal e tornados concretos nas afirmações e negações em espírito de oração — são algo geralmente necessário na cura. Mas, não estará o processo de cura caracterizado ainda mais profundamente num coração inspirado pela Verdade e transbordante de amor — na gratidão e na alegria de reconhecer a onipresença do Amor? A clareza do pensamento e o raciocínio específico são essenciais, mas o espírito do Cristo precisa tomar a dianteira. Encontramos o relacionamento correto exposto no livro-texto, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, onde a Sra. Eddy escreve: “Lembra-te de que a letra e o argumento mental são apenas auxiliares humanos para ajudar a pôr o pensamento em concordância com o espírito da Verdade e do Amor, que cura o doente e o pecador.” Ciência e Saúde, pp. 454–455.

Outra ilustração tem a ver com nossas atitudes com respeito a outras pessoas. Como Cientistas Cristãos nossa meta e padrão é a perfeição espiritual; de fato, a Ciência Cristã nos dá um discernimento claro da perfeição absoluta da Mente divina e da criação espiritual da Mente. Mas não será que realmente consentimos em que a própria sinceridade de nosso anseio de perfeição nos torne supercríticos de outros?

É nesse ponto que o espírito do Cristo, cheio de afeição e humildade, se faz tão necessário. Nenhum ser humano jamais teve visão mais pura da perfeição sublime da Verdade e do Amor do que a teve o Mestre; no entanto, quando se viu confrontado com as fraquezas, perversidades e falhas dos mortais, sua paciência e amor foram sem paralelo. Se nos lembrarmos de que a Ciência Cristã é uma religião do coração, não permitiremos que um sentido imaturo das coisas nos aprisione num perfeccionismo material raso que magnifica e critica as falhas encontradas em outros. Nenhum lugar resta para a crítica maldizente ou o hábito crônico de procurar falhas em outros quando a afeição redentora do Cristo governa o coração. Que oportunidades maravilhosas de dar provas disto temos em nossos lares, em nossos locais de trabalho e nos relacionamentos em nossa igreja!

Ainda outro exemplo tem a ver com a questão da personalidade. Aprendemos na Ciência a verdade portentosa de que Deus é a única Mente e a verdadeira Mente do homem; que essa Mente é o único Ego; que o erro de haver um eu mortal separado de Deus precisa ser repudiado e o egotismo mortal silenciado. Também aprendemos que o bem não se origina no eu humano, visto que a fonte de todo o bem é o Princípio divino, a Mente, o Amor — o bem infinito que é não só universal mas também imparcial.

Contudo, não será que em nosso zelo de repudiar o egotismo mortal, tendemos a reduzir a nós (ou a outros) a zero e dizer, com efeito, que existe “Deus apenas” — rebaixando desse modo nossa própria individualidade dada por Deus como reflexo de Deus, e a de nosso próximo? Dando crédito a Deus como o único poder, o Mestre disse: “Eu nada posso fazer de mim mesmo.” João 5:30. Mas também deu testemunho do poder, da glória e do domínio do homem que reflete Deus, quando disse: “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras.” João 14:10. Como lemos em Ciência e Saúde: “O Ego-homem é o reflexo do Ego-Deus; o Ego-homem é a imagem e semelhança da Mente perfeita, do Espírito, do Princípio divino.

“O Ego único, a Mente única ou Espírito chamado Deus, é a individualidade infinita que provê toda forma e graça e que reflete a realidade e a divindade no homem espiritual individual e nas coisas espirituais individuais.” Ciência e Saúde, p. 281.

O exemplo da vida do Mestre torna claro que nossos esforços para adorar a Deus somente como o bem, nunca devem levar-nos a deixar de ter apreço por nós mesmos e por outros, pois Deus é Amor que inclui tudo e aprecia tudo. Nunca deveríamos ser frios para com outras pessoas ou descurar delas. Se o espírito do Cristo, de humildade e afeição, toma a liderança em nossos corações, nunca deixaremos que a carência “impessoal” de desvelo pelos outros gele nossa perspectiva. Ao contrário, estaremos nos esforçando para encontrar e apreciar em outros e em nós mesmos a centelha da divindade que dá testemunho da nossa identidade espiritual real à imagem de Deus.

Por vezes as pessoas falam na Ciência Cristã como em “uma religião intelectual”; mas, no sentido ordinário da frase, isto é uma impropriedade de termos. Realmente, a Ciência Cristã não atribui peso à pompa, à cerimônia ou ao ritual, nem depende ela de apelo carismático; e é uma religião de idéias, que requer pensadores e desafia as crenças da humanidade. Mas é também a verdade, pura, prática e curativa, que Jesus ensinou e provou. É a genuína Ciência do Cristo, descrita por sua inspirada Descobridora, a Sra. Eddy, como “abrasada de Amor divino” Ibid., p. 367..

Nada existe de abstrato a respeito do Cristo, a Verdade. É evidente dos relatos evangélicos que o grande Mestre, sempre atento à orientação do Pai e também à necessidade humana, partilhou amável e pacientemente o Cristo, a Verdade, com todos os que quisessem ouvir. Mediante suas obras, o Verbo se fez carne em vidas redimidas — de homens, mulheres e crianças profundamente abençoados e curados. Seu ministério ilustrou a coincidência do divino com o humano: o poder redentor do Amor divino atendendo ao clamor humano, verdadeiramente sincero, por ajuda. Como Cristo Jesus deixou claro, o toque curativo desse Amor se faz sentir não só em palavras exaltadas e em curas inspiradoras, mas também na humildade e no afeto inspirados que o levaram a dizer, com referência aos atos cristãos de misericórdia: “Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Mateus 25:40.

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