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Pacificadores para o mundo

Da edição de agosto de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


O mundo está saturado de armamentos suficientemente poderosos para destruir várias vezes a humanidade, e o número e a sofisticação dessas armas está aumentando cada vez mais. O cristão devotado sente que aumenta sua responsabilidade de orar pela paz e de praticar a paz na sua própria vida. Ao nos libertarmos individualmente da crença de que guerras são valiosas ou inevitáveis, contribuímos para o equilíbrio da paz para toda a humanidade.

Quando Cristo Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus,” Mateus 5:9. não estava dizendo aos seus ouvintes uma banalidade qualquer. Suas palavras assinalavam muito mais. Jesus compreendia que, em seu sentido mais profundo, ser alguém um pacificador significava ser um filho de Deus — significava refletir a única Mente divina. Ao nos identificarmos com nossa verdadeira natureza como idéia de Deus — o homem espiritual — alinhamo-nos do lado da imortalidade e da bondade, ao invés de ficarmos do lado da destruição e da morte.

Mais do que mero exercício mental, essa perspectiva exige que vivamos, dentro do melhor de nossa capacidade, as qualidades morais e espirituais do verdadeiro cristianismo, as quais podem ser resumidas como sendo o amor ativo por Deus e pelo nosso próximo. Quando sinceramente assim fazemos, descobrimos ser capazes de amar os que estão ao nosso redor ainda que discordemos deles, que somos capazes de agir como pacificadores e aceitar com gratidão tentativas de reconciliação iniciadas por outros. Estabelecer esses liames de amor com nosso próximo dá-nos a enorme oportunidade de provar a verdade da Ciência Cristã e ver, numa base mais regular, a realidade de que Deus é a Mente única.

Uma das coisas mais desalentadoras quanto à ameaça de guerra nuclear é o medo de ela poder afetar-nos com pouca ou nenhuma advertência. Mas a Bíblia narra um caso em que, apesar de repentina destruição, havia resposta para o coração receptivo.

O último dia de Sodoma despontou provavelmente igual a qualquer outro dia. Cristo Jesus di-lo assim: “Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e destruiu a todos.” Lucas 17:28, 29.

Ló, sobrinho do patriarca Abraão, tinha sido advertido pelos anjos do Senhor para que saísse da cidade antes que fosse destruída. Ver Gênesis 19:1–29. A partida de Ló de Sodoma pode realmente simbolizar uma saída muito mais importante: a saber, a de deixar atrás de si crenças materiais e práticas que conduzem à destruição — erros tais como imoralidade, voluntariosidade, desobediência à lei divina e confiança em tudo, menos em Deus.

Essa “partida” é verdadeiramente uma saída mental, não física; e quanto antes a empreendermos, tanto mais probabilidade teremos de prevenir a violência e a guerra. Podemos começar agora a abandonar as propensões belicosas, os ódios, as hostilidades, o egoísmo, o malogro em amar a Deus e ao nosso próximo. Dessa maneira, faremos fermentar a atmosfera mental do mundo e eliminaremos, até mesmo, as raízes que haveriam de alimentar a escalada daquilo que leva à guerra.

Essa mudança de perspectiva não é algo sobre o que se possa legislar, porque tem de se dar em nosso próprio coração e em nossa mente. O sentido espiritual que guiou Ló, ajuda-nos a começar essa transformação. Esse sentido é parte integrante da pacificação. Essa percepção se deriva do desejo sincero de compreender a lei de Deus e de lhe obedecer.

Idealmente deveríamos viver dessa maneira, não por medo ao castigo mas pelo amor que temos à bondade e à magnificência de Deus. E Deus é a fonte de todo o bem. Tudo quanto genuinamente exalça a vida e prodigaliza o bem procede de nosso Pai-Mãe divino. É simplesmente natural para nós, Seus filhos — os pacificadores — sermos obedientes à lei divina, vivermos de acordo com a lei divina. O comportamento que de alguma maneira desrespeita tal lei não oferece satisfação permanente nem paz duradoura. Tudo que nos prende a um modo de viver material torna-nos submissos a apetites, temores e dores mortais. Desnorteados pelas exigências conflitantes dos sentidos materiais, talvez achemos bem dificil perceber a orientação segura do sentido espiritual que vem a nós graças ao Cristo. A escolha com que nos defrontamos é, de fato esta: a de ficarmos com as crenças de Sodoma, o modo de pensar material, ou a de elevarmo-nos a um nível mais alto de pensamento.

À medida que nossa percepção espiritual aumenta, vemos que a condição essencial à pacificação está em nossa compreensão da natureza de Deus como a Mente única. Uma vez que existe só essa Mente única, não pode haver diferenças irreconciliáveis, nem mentalidades mortais que produzem devastação. Essa Mente só conhece e só pratica o bem. Como o homem de Deus, cada um de nós reflete a natureza inteiramente pura da Mente. Se estamos em conflito com um vizinho, podemos resolvê-lo ao nos volvermos à Mente perfeita em busca de solução. O efeito pode ser uma conciliação de interesses que satisfará a todas as partes envolvidas. Num cenário mais amplo, também tornarnos-emos mais certos de que todos os conflitos podem ser apaziguados mediante oração, ao invés de o serem pela guerra. A Sra. Eddy escreve: “Os elementos recalcados da mente mortal não necessitam de uma terrível explosão para serem libertados. A inveja, a rivalidade, o ódio não precisam ser temporariamente tolerados até que o sofrimento os destrua; devem ser extintos por falta de ar e de liberdade.” Miscellaneous Writings, p.356.

Adotar como modelo a vida de Cristo Jesus e seguir seu exemplo combinam-se como método infalível para que nos tornemos pacificadores e expressemos nossa verdadeira identidade como filhos de Deus. Quando nos libertamos de crenças e desejos mortais — “os elementos recalcados da mente mortal” — ficamos menos sujeitos a reagir de maneira grosseira ou irracional Nossa calma interior aumenta e somos mais capazes de discernir a orientação do Cristo. Nossa vida torna-se mais estável, menos sujeita aos caprichos do modo de pensar materialista.

A Sra. Eddy escreve: “O erro mortal se dissipará numa quimicalização moral. Essa fermentação mental já começou, e continuará até que todos os erros da crença cedam à compreensão. A crença é mutável, mas a compreensão espiritual é imutável.” No parágrafo seguinte, continua: “À medida que essa consumação se aproximar, aquele que tiver pautado seu curso de acordo com a Ciência divina, há de perseverar até o fim.” Ciência e Saúde, p. 96.

Na experiência de Ló, somente ele e os filhos foram poupados. Mas quando pautamos nosso “curso de acordo com a Ciência divina” há uma oportunidade de realizar até mais do que salvar nossa própria vida. Nossos esforços podem também ajudar a salvar a vida do nosso próximo. Nossa crescente compreensão espiritual capacita-nos a fazer escolhas individuais mais sábias e a ser cidadãos melhores. A legalidade e a paz que haverão de integrar mais e mais cada aspecto de nossa própria vida serão exemplo animador e curativo para os que estiverem ao nosso redor.

Se nosso amor se baseia numa compreensão mais firme de Deus, que é o Princípio divino, o Amor, tem que estar dentro da lei e ser bom. Esse amor não pode ser conspurcado por iniqüidade ou por falta de coragem moral. Quando esse amor se expressa, começamos a ver que nem nós nem nosso próximo podemos ficar aprisionados em conflitos mortais, porque, antes de mais nada, nunca fomos realmente mortais antagônicos.

Mediante a obediência individual à verdadeira lei, a lei de Deus, podemos começar a inverter as marés que pretendem levar o mundo à guerra — ao máximo da anarquia. Quando nos tornarmos melhores “pacificadores”, ao invés de fomentadores de guerras, contribuiremos para que nós e o nosso mundo sejamos alçados para fora da mortalidade de Sodoma, e colocados em terreno mais elevado, em terra santa.

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