Com quanta freqüência dizemo-nos: “Eu desejaria poder sentir amor por essa ou aquela pessoa, mas ela é tão grosseira (difícil, cruel, enfadonha, raivosa e assim por diante)”? Reconhecemos que devemos amar mais, e queremos amar mais. No entanto, parecemos incapazes de sentir o amor de que Cristo Jesus falou, quando nos instruiu a amar nossos inimigos, abençoar àqueles que nos maldizem, fazer o bem àqueles que nos odeiam, e orar por aqueles que nos usam malevolamente. Ver Mateus 5:44.
Como poderemos sentir o amor que nos capacitará a seguir seu notável conselho? Eu estava buscando sinceramente uma resposta e achei-a num livro para crianças, Um vento na porta, em que Meg, a heroína, perguntou a Proginoskes, o querubim, como poderia ela eventualmente sentir amor pelo Sr. Jenkins, o desagradável diretor da escola. O querubim achou a pergunta de Meg assaz estranha, e respondeu: “Amor não é o que você sente. É o que você faz.” Madeleine L’Engle, A Wind in the Door (Nova Iorque: Farrar, Straus & Giroux, 1973), p. 116.
Realmente, muitas vezes vivemos esta possibilidade. Podemos sentir de um modo e agir de outro. Podemos sentir medo e ainda assim agir corajosamente. Por que não adaptar esta capacidade ao âmbito do amor? Inicialmente, podemos sentir falta de amor e respeito por alguma outra pessoa e ainda assim ser pacientes e amáveis para com ela, de modo que é a nossa verdadeira natureza que age desse modo. Pode parecer difícil a princípio, mas quando verdadeiramente compreendemos que o homem é o filho de Deus, podemos ter sucesso no esforço sincero de distinguir e provar a natureza espiritual do homem. As recompensas são magníficas. Torna-se impossível amar conscientemente uma pessoa como filha de Deus e continuar a sentir por ela falta de amor e respeito. Eventualmente a ação conduz à cura de um sentimento negativo. Começamos a conhecer a pura alegria de amar aos outros, a despeito do que parecem ser e a despeito de nossa avaliação pessoal deles.
Paulo nos deu notável e prática definição do amor em sua primeira carta aos coríntios, quando disse: “O amor é paciente e benigno, o amor não arde em ciúme, não se ufana, não se ensoberbece ... não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba.” 1 Cor. 13:4-8.
Quando somos pacientes, amáveis, altruístas, alegres, humildes, generosos, confiantes, nosso mundo torna-se mais amável. Quando sou verdadeiramente paciente, a impaciência dos outros não me abala. E a paz e a paciência que há em meu pensamento podem freqüentemente ajudar a acalmar a outra pessoa.
Jesus não estava pedindo o impossível quando nos ensinou a abençoar àqueles que nos maldizem. Jesus simplesmente compreendia a cura natural efetuada pelo amor e sabia que verdadeiramente um coração amável não pode ser magoado.
Dando a interpretação espiritual da Oração do Senhor, na linha “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”, a Sra. Eddy escreve: “E o Amor se reflete em amor.” Mateus 6:12; Ciência e Saúde, p. 17. Quanto mais ativamente amarmos, mais iremos compreender o poder do Amor divino. E amor, como o querubim o expressa, é o que você faz.
