Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Ore diariamente para o seu próprio bem

Da edição de fevereiro de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Orar para o nosso próprio bem pode ser um prazer diário. É um veículo de inspiração e paz, e um meio de solucionar problemas. É necessário para alcançar progresso espiritual e demonstração. Por certo não é preciso relutar em nos valermos desta oportunidade celestial de fortalecimento e renovação.

Às vezes, haverá quem pense: Seria egoístico orar para o meu próprio bem? Não, se o motivo é glorificar a Deus e adorá-Lo, se é saber como verdadeiramente abençoar outras pessoas. O desejo de expressar a natureza da Verdade e do Amor divinos é altruístico porque afasta-nos os pensamentos de concentrarem-se no eu e os conduz rumo a Deus. Quando oramos por maior aptidão para ajudar o próximo e para curá-lo, estamos procurando nosso bem no que partilhamos com outros. O Amor divino atende a tal oração.

Deveríamos orar por coisas materiais? Consideremos o conselho de Cristo Jesus: “Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? ... Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:31, 33.

Os frutos das orações de Cristo Jesus eram tangíveis e específicos; incluíam cura, suprimento e reforma do caráter em favor de outros, bem como a sua própria vitória sobre a morte. De fato, a Bíblia como um todo é rica em relatos de orações atendidas — orações que resultaram em proteção, cura, triunfo sobre a adversidade, solução de conflitos.

O Mestre deixou claro que o próprio fundamento da oração esclarecida é o reconhecimento do poder total e da bondade de Deus e o reconhecimento de que o ser do homem é divino — de que em seu relacionamento com o Deus todo-amoroso é dEle inseparável. No Getsêmani sua oração incluiu a humilde petição: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti. ... Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” João 17:1, 5.

Nessas singelas palavras nosso Modelo reconheceu sem reservas a plenitude do ser de Deus e sua glória. Reconheceu a identidade real do homem que reflete a natureza divina. Afirmou o propósito do homem de dar testemunho de tudo o que Deus é. Disto se pode concluir que o identificarmo-nos corretamente é essencial na oração para o nosso próprio bem.

Alguém poderá argumentar: “Serei digno? Estou tão aquém!” A parábola de Cristo Jesus sobre o fariseu e o publicano dá a resposta. O Mestre denunciou a justificação própria do fariseu, cuja oração era apavonada recitação de suas virtudes pessoais. Mas do publicano, que emitira seu anseio honesto por misericórdia e pelo perdão divino de seus pecados, Jesus disse: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta, será humilhado; mas o que se humilha, será exaltado.” Lucas 18:14.

Oprimido pelas sugestões mortais de pecado, talvez alguém insista: Mas quem sou eu para orar para o meu próprio bem? Não seria isso presunção de minha parte?

Antes pelo contrário. Presunção (a presunção da mente carnal que é inimizade contra Deus) seria insistir que em nossa verdadeira natureza temos mentalidade particular, separada da Mente infinita, e uma natureza carnal contrária à pura semelhança do Amor infinito! O homem é verdadeiramente feito à imagem de Deus, que é Mente infinita, Espírito, Vida, Verdade, Amor.

Cristo, a Verdade, veio para despojar-nos do pecado e de suas conseqüências, despertando-nos para nossa verdadeira filiação com Deus — despertar cuja exigência inescapável é a de que nos disponhamos ao arrependimento e à reforma, bem como a dar a glória a Deus.

Nisso podemos tirar uma lição da parábola de Jesus a respeito do filho pródigo, tão rica em significação. Em repúdio direto ao seu status original, o filho deixara o lar e condescendera em excessos e pecados, desperdiçando sua própria vida e reduzindo o bem que poderia fazer a outros. Contudo, quando, por fim, em arrependimento genuíno, decidiu-se a voltar para casa — desinteressado de seu viver pecaminoso — verificou que seu pai já o aguardava não só prazenteiramente e com amor mas também disposto a despertá-lo para a sua verdadeira condição de filho.

A influência acolhedora do Amor divino está sempre à mão para fazer-se sentir em nosso coração e também em nossa vida. O Amor aguarda somente nossa oração receptiva cheia de arrependimento sincero. Tal oração é a via de acesso à compreensão de Deus que cura e salva.

Alguns perguntarão: Como haveremos de orar para o nosso próprio bem? Os pontos fundamentais de tal oração foram dados por Cristo Jesus em seus ensinamentos e em seu exemplo. Os Cientistas Cristãos os encontram expostos em detalhes práticos e com clareza nos escritos de sua Líder, Mary Baker Eddy. Há bom exemplo neste comovedor parágrafo:

“Uma coisa desejei muitíssimo e de novo peço ardentemente, a saber, que os Cientistas Cristãos, aqui e em toda parte, orem diariamente para o seu próprio bem, não verbalmente, nem de joelhos, mas mental, humilde e insistentemente. Quando um coração faminto implora ao divino Pai-Mãe Deus que lhe dê pão, não lhe é dada uma pedra, porém mais graça, obediência e amor. Se este coração, humilde e confiante, pede lealmente ao Amor divino que o alimente com o pão do céu, com saúde e santidade, estará apto a receber a resposta ao seu desejo; então fluirá para ele a ‘torrente das Suas delícias’, o afluente do Amor divino, e disto resultará grande crescimento na Ciência Cristã — até mesmo aquela alegria que encontra o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem.” Miscellaneous Writings, p. 127.

Com as obras escritas por nossa Líder ganhamos muita luz sobre o que significa identificarmo-nos corretamente. Encontramos o claro contraste estabelecido entre o conceito mortal do homem como sujeito à doença, cheio de pecado, prestes a morrer, e o verdadeiro homem espiritual criado por Deus. Aprendemos a rejeitar como irreais as ilusões do sentido mortal e a compreender como reais as glórias da criação de Deus, inclusive a imortalidade, a pureza, a grandiosidade e a individualidade de nosso próprio ser real como a imagem e semelhança de Deus.

Ilustrando: Lemos em Ciência e Saúde: “A contemplação contínua da existência como se fosse material e corpórea — como se tivesse começo e fim, e se compusesse das fases chamadas nascimento, decomposição e dissolução — oculta a Vida verdadeira e espiritual, e faz com que nosso estandarte se arraste no pó.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 550.

Que faremos a respeito disso? Em outra página, lemos: “Precisamos formar modelos perfeitos no pensamento e contemplá-los continuamente, senão nunca os esculpiremos em vidas sublimes e nobres. Que o altruísmo, a bondade, a misericórdia, a justiça, a saúde, a santidade, o amor — o reino dos céus — reinem em nós, e o pecado, a doença e a morte diminuirão até que finalmente desapareçam.” Ibid., p. 248.

Existe, é claro, muito mais do que podemos mencionar aqui. Se nos dispusermos a procurar todos os trechos em que aparecem as palavras “diário”, “diariamente”, ou “cada dia” encontraremos nos escritos da Sra. Eddy rica e inspirada orientação sobre a maneira de orar espiritual, científica e especificamente para o nosso próprio bem — tudo o que haveríamos de necessitar para um estudo diário sistemático e muito mais do que a maioria de nós explorou plenamente e cumpriu continuamente.

Será que orar para o nosso próprio bem requer tempo? Francamente, sim; mas tal oração eleva nossa vida e acelera nosso progresso tanto espiritualmente como nas questões diárias. É essencial tomar tempo para manter silenciosa comunhão com Deus e para oração sistemática; mas boa dose de oração para o nosso próprio bem pode ser feita no decorrer do dia — ao invertermos as sugestões do sentido mortal com as verdades da Ciência.

Orando fielmente para o nosso próprio bem todos os dias, obtemos novos e mais claros vislumbres da natureza do homem real — natureza que reflete Deus e é nossa própria e verídica individualidade. O que poderia ser mais importante do que descobrir o que Deus é e quem e o que verdadeiramente somos?

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 1984

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.