Na Ciência divina aprendemos que procurar a ajuda de Deus não é uma proposição incerta, e, sim, que nela se acha incluída a expectativa confiante da cura. Equipados com o que a Ciência revela a respeito das leis eternas de Deus, sabemos que nos é possível ir a Deus constantemente e jamais exaurir Sua onipotente solicitude.
Os ensinamentos da Sra. Eddy provam que é falsa a noção de um Ser Supremo que aparece de modo intermitente e que, na maioria das vezes, está inacessível. Ela escreve em Ciência e Saúde: “O paganismo e o agnosticismo talvez definam a Divindade como ‘o grande incognoscível’; mas a Ciência Cristã aproxima Deus muito mais do homem, e torna-O mais conhecido como o Tudo-em-tudo, para sempre próximo.” Ciência e Saúde, p. 596.
O estudo da Ciência Cristã traz à pessoa uma conscientização ainda mais substancial da unicidade e da proximidade de Deus. Por ser Deus o bem infinito, isto significa que o bem está infinitamente presente e inclui tudo o que é grandioso, belo, permanente e verdadeiro. A própria totalidade de Deus assegura a presença do fato divino concernente a cada situação, não importa o que os sentidos materiais pretendam. Deus está sempre ao nosso dispor e nós O percebemos mediante a compreensão espiritual. A majestade e o poder do Ser Divino nunca podem ser relegados a um mero “lá” e “era”. Sua presença necessita ser expressa eternamente em termos de “aqui”, “agora” e “é”. Reconhecer esta verdade e a ela aquiescer resulta para nós numa paz não imaginada, onde quer que nos encontremos.
O homem, como idéia divina, é a expressão da única Mente, Deus. Essa manifestação é imediata e não requer nem admite a pretensão mortal de haver um bem retardado ou caprichoso. Ciência e Saúde explica: “Se Deus, que é Vida, ficasse por um só momento separado do Seu reflexo, o homem, durante esse momento não haveria divindade refletida. O Ego ficaria sem ser expresso, e o Pai não teria filhos — não seria Pai.” Ibid., p. 306.
Tornarmo-nos mais conscientes de nosso Pai celeste é atividade que inexaurível e eternamente se desdobra. Mas três passos concretos estão ilustrados para nós na vida de nosso Modelo, Cristo Jesus.
Primeiro: ficar voluntária e fervorosamente a sós com Deus, o Espírito divino. Uma conscientização mais aguda de Sua presença eterna tem de ser cultivada pacientemente, da mesma forma como se despende esforço para aprofundar um relacionamento humano. Só procurando, de todo o coração, achegar-nos à Mente divina é que podemos ouvir o que Deus está revelando a respeito de Sua natureza infinitamente bondosa e poderosa. Disto obtemos uma conscientização inestimável de nossa unidade com o Princípio divino, o Amor.
Uma vez cumprido o mandamento dado em Salmos: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” Salmos 46:10., então o quê? Outra vez, observando o exemplo dado por nosso Modelo, como ele estava sempre glorificando seu Pai, é natural pensarmos em usar nosso isolamento para o mesmo propósito sagrado. As Escrituras estão repletas de conselhos para dar a Deus a glória que Lhe é devida. Na medida em que avançarmos espiritualmente, constataremos que nunca se poderá louvá-Lo demais.
A Ciência divina mostra que a capacidade de sentir a presença de Deus em nosso viver diário está inseparavelmente entrelaçada à santificação do pensamento. Ponderando sobre a maneira em que Jesus conduzia sua vida, vemos que a pureza era para ele uma norma. Não nos podemos dar ao luxo de entrar num estado de pensamento que reconhece a Ciência, mas que não progride na demonstração do poder divino sobre o pecado e o mal. A purificação é exigência feita a todo aquele que tenciona provar a verdadeira filiação espiritual do homem. Disse Jesus: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” Mateus 5:8. Como a pureza é o estado espiritual natural e um direito de nascimento seu, meu e de todos os filhos de Deus, ela pode predominar paulatinamente em nossos pensamentos e em nosso viver diário.
“Na Ciência divina, o homem material está que da presença de Deus”, afirma Ciência e Saúde. “Os cinco sentidos corpóreos não podem tomar conhecimento do Espírito. Não podem chegar à Sua presença, e têm que viver no país dos sonhos, até que os mortais cheguem a compreender que a vida material, com todo seu pecado, sua doença e morte, é uma ilusão, contra a qual a Ciência divina está empenhada numa campanha de extermínio.” Ciência e Saúde, p. 543.
Consentir com ser influenciados pelos cinco sentidos materiais é algo prejudicial ao nosso bem-estar espiritual. Assemelha-se um pouco a colocar uma cortina fosca em frente a uma janela pela qual penetra o sol. Não fazemos com que o sol fique menos perto de nós nem o impedimos de continuar brilhando. Mas nos isolamos temporariamente do seu calor revigorante.
A influência da mente carnal porventura obscurece nosso pensamento, quer mediante os canais mais óbvios do pecado, da doença, da ansiedade e da limitação quer por meio de sugestões mais sutis, tais como a preocupação com o bem que havia no passado, com a saciedade de posses materiais ou, talvez, com uma amizade por demais intensa. Tais distrações impedem-nos de louvar a Deus, a única fonte de tudo o que torna a vida livre, plena e válida. Nada realmente pode competir com Deus; nosso Pai celeste precisa estar em primeiro lugar nas nossas afeições.
Maravilhamo-nos com o relacionamento frutífero de que Jesus gozava com o Pai, do qual resultavam não só paz e domínio inigualáveis para ele mesmo, mas maravilhosos “sinais, que se seguiam” Ver Marcos 16:17–20., ou seja, a regeneração física, mental e moral para outros. Nicodemos, “um dos principais dos judeus”, expressa-o sucintamente numa conversa com o Mestre: “Ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.” João 3:1, 2.
Comungar com Deus, louvando-O reverentemente, vivendo, tanto quanto somos capazes, na pureza do Cristo, há de fazer maravilhas em nossa vida. Tomemos a saúde, por exemplo. Um conhecimento prático da proximidade constante do Pai dá-nos confiança para nos volvermos a Ele em toda necessidade física. Compreender a divina unidade de Deus e o homem como causa e efeito tem certamente resultado curativo; é também preventivo maravilhoso de dificuldades físicas. Que alegria é perceber que as leis espirituais estão sempre em ação para manter nossa identidade como a expressão perfeita do único Ser infinito, Deus.
Admitir que Deus é Pai amável, que está eternamente presente e cuja ajuda está sempre disponível, já é um começo. Contudo, mais do que a aceitação intelectual deste fato se faz necessário. É preciso sentir a poderosa presença de Deus. Aquelas pessoas cujos testemunhos foram publicados no capítulo do livro Ciência e Saúde intitulado “Frutos” deram esse passo adicional indispensável. A maioria pegou o livro da Sra. Eddy na esperança de encontrar alívio para o sofrimento e o desespero. Mas encontrou muito mais do que esperava. Tais pessoas sentiram — em maior ou menor grau — o estado abençoado tão essencial à cura divina metafísica, que Paulo descreve como o deixar o corpo e habitar com o Senhor Ver 2 Cor. 5:8..
Certo homem teve uma luxação grave do tornozelo e narra: “Tomei meu livro Ciência e Saúde e comecei a ler. Não tardou que eu ficasse tão absorto na leitura do livro, que esqueci tudo acerca do meu tornozelo; este deixou inteiramente de preocupar meu pensamento, porque tive um vislumbre de que toda a criação de Deus é espiritual, e, durante esse tempo, perdi de vista o meu eu material. Ao cabo de duas horas, larguei o livro e encaminhei-me para outro quarto. Quando tornei a pensar no tornozelo, notei que já não me doía. ... E o tornozelo estava perfeitamente bem.” Ciência e Saúde, pp. 602–603.
Compreender que nós mesmos somos idéias de Deus é ver a evidência da presença de Deus em nosso viver diário. Se pensamos em nós como personalidades humanas, então estamos incertos quanto à nossa capacidade de produzir resultados coerentes e de sucesso. Mas compreender que, em realidade, somos a manifestação eterna da Mente que está sempre presente e tudo sabe, prepara-nos para vencer as limitações. Eliminar do pensamento o falso conceito do homem como personalidade finita e deixar o Cristo vir à nossa consciência, resulta em domínio sobre qualquer dificuldade.
Com uma convicção espiritual que tudo engloba, a Ciência divina estabelece o lugar em que só a saúde e a segurança podem ser encontradas — a consciência eterna da unidade do homem com a Mente, Deus. Esta verdade não só nos consola, como fortalece-nos para levar avante nossa atividade sem medo ou ansiedade. Compreender realmente o fato glorioso da unidade perfeita do homem com Deus, o bem, é desfrutar do Seu cuidado protetor em todas as circunstâncias concebíveis. Nunca podemos estar, por um momento sequer, fora da atmosfera da influência salvadora e protetora do Amor divino.
Jesus disse: “Aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada.” João 8:29. O Pai nunca nos deixa sós, pois guarda em segurança e boa saúde a cada um de nós perpetuamente em Seu cuidado onipotente.
