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Julgai “pela reta justiça”

Da edição de março de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


O filho de um amigo meu está viciado em drogas. Um casal que conheço, vive junto sem estar casado. Numa festa a que fui recentemente, ouvi dois homens falando em não referir todos os rendimentos nas suas declarações de renda. Provavelmente todos nós conhecemos situações similares, envolvendo questões de ética ou de moral. Como pensar a respeito das pessoas envolvidas em atividades ilícitas ou imorais?

Em seu discurso Message to The Mother Church for 1901, Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, faz a seguinte declaração sobre a natureza do mal: “O mal não é nem qualidade nem quantidade; não é inteligência, nem pessoa nem princípio, não é um homem ou uma mulher, um lugar ou uma coisa, e Deus nunca o fez.” Message for 1901, pp. 12–13.

Ao estudante de Ciência Cristã, essa afirmação da Sra. Eddy ilumina o caminho científico para se lidar com o mal — para compreender com clareza que o mal não faz parte do homem, o qual é a imagem e semelhança de Deus. À medida que entendemos essa verdade revelada, somos capazes de condenar o mal, ou erro, ao passo que podemos amar o homem (o homem real criado por Deus). A chave para a cura é aprender a separar em silêncio (mentalmente) a pretensão do mal de nosso conceito de homem e substituir a visão errada pelo fato espiritual contrário, o da perfeição e bondade do homem.

Certa vez, meu filho, que então cursava os últimos anos do primeiro grau, voltou para casa e contou-me que um dos professores estava sendo muito injusto e mal orientado com sua classe. Meu filho não costumava reclamar sobre a escola ou os professores, por isso, ouvi, indignei-me e condoí-me dele (de início). Logo vi, porém, que isso não curaria nem melhoraria a situação. Assim, conversamos sobre como ver o professor na semelhança de Deus e discutimos os atributos divinos que anulariam a imagem de injustiça e de falta de consideração para com os alunos.

Como eu ainda me sentisse perturbada, naquela noite, depois que meu filho foi deitar-se, tomei a Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, a fim de estudar e orar. Usei as concordâncias para procurar palavras como “justiça” e “sabedoria”. Desse estudo resultou uma clara convicção de que só Deus exerce justiça e de que o homem, por refletir Deus, inclui esse atributo. E afirmei que ninguém está excluído desse conceito correto de justiça. Fiquei inteiramente convencida de que a sabedoria de Deus está sempre presente a fim de ajustar a balança da justiça humana de modo apropriado.

No dia seguinte, meu filho voltou para casa e contou que o professor dissera à classe que ele estava mudando de todo várias regras injustas que havia erigido; também, que estava reavaliando uma prova importante e a escala de notas que havia usado. Os alunos não cabiam em si de contentes com essa nova atitude de justiça e o resto do ano transcorreu harmonioso e proveitoso para a classe. Deus, o Princípio divino, havia sido visto e reconhecido como a fonte de toda justiça e esse reconhecimento ajustou a situação humana ao julgamento de Deus.

Talvez uma das coisas mais difíceis de um cristão aprender, seja a de não julgar o progresso ou o motivo dos outros segundo seus padrões humanos. Num curto artigo, intitulado “Não julgueis”, a Sra. Eddy pergunta: “Quando é que o mundo cessará de julgar as causas, a partir de um sentido pessoal das coisas, conjetural e equivocado? Quando o pensamento habita em Deus — e não deveria, segundo nosso pensar, habitar noutra parte — temos de abençoar ao que ocupa lugar em nossa memória, quer seja amigo ou inimigo, e cada um tem de partilhar o benefício dessa radiação.” Miscellaneous Writings, p. 290. Esforçar-nos, com constância, para manter o pensamento em Deus, fortalece-nos individualmente, abençoa a humanidade, purifica a atmosfera mental e atrai outros para a pureza e a verdade da Ciência Cristã.

Mais adiante, no mesmo artigo, lemos: “Pontos de vista errôneos, não importa como tenham sido engendrados, com relação ao curso verdadeiro e reto de um Cientista Cristão, dissolver-se-ão, finalmente, no nada.” Ibid., p. 291. Ao julgarmos as ações de outrem, mesmo com motivos considerados humanamente justificáveis, é bom lembrarmos que um ponto de vista falso pode estar sendo entretido inconscientemente e que tal julgamento não tem base válida — de fato, não tem valor real.

Quando eliminamos a tendência de julgar, libertamo-nos de um falso sentido de responsabilidade que sussurraria ao nosso ouvido que é nosso dever pessoal corrigir os pontos de vista dos outros. Pode haver ocasiões em que um conselho sábio seja não só apropriado, mas também útil e necessário; no entanto, delinear para os outros o modo “certo” de pensar ou agir é, muitas vezes, uma forma de dominação e pode envolver vontade e justificação próprias.

Ficar pensando ou falando sobre os atos de outros diminui o tempo que poderia (e deveria) ser utilizado em afirmar, com alegria, verdades sanadoras que anulam a sensualidade, a atração falsa, a fraqueza moral, a incompetência, a infidelidade e os muitos etcéteras que pretenderiam identificar-se como fazendo parte do homem. (É claro que oração específica, ou tratamento metafísico, para uma pessoa só é feito quando a pessoa em questão a solicita diretamente.)

A exigência de cada instante é disciplinar o pensamento para que despersonalizemos o mal e vejamos o homem como Deus conhece Seu filho amado. Cristo Jesus nos diz: “Não julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça.” João 7:24. A reta justiça detecta a pretensão que tem o erro, de ser uma pessoa; rejeita a pretensão e vê o homem pela inspiração da Verdade. Na perfeição do Princípio, o homem é a idéia pura, reta, completa, inteligente e amada de Deus.

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