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Um conceito novo de economia

Da edição de março de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Em termos simples, economia tem a ver com as necessidades humanas mais básicas. Geralmente consideramos estas necessidades imediatas — alimentação, moradia, vestuário — e as forças que agem para produzi-las, em termos materiais.

Diante de inflação desenfreada, distribuição desigual de recursos naturais, destruição e medo, o mundo necessita, obviamente, de um conceito de economia mais profundo que a conjetura material.

Há mais de cem anos, Mary Baker Eddy falou das evidências mundiais de escassez e doença. Sua visão espiritual detectou em tais desgraças a descoberta e a autodestruição da materialidade, através da ação fermentadora da Verdade. Ver Ciência e Saúde, p. 96.

Na base desse conflito está a confiança humana na hipótese de que a economia encontra-se dominada por forças naturalmente instáveis, que flutuam de acordo com ciclos de tempo, fluxo de dinheiro, decisões políticas vacilantes, medidas de controle financeiras e governamentais ou a falta delas. Os esforços para satisfazer a todas as necessidades humanas, mantendo-se dentro dos parâmetros de tais conjeturas materiais, vêm a ser frustradores, se não desprovidos de esperança. Ignoram a lei mais elevada da criação espiritual de Deus, em que a economia divina inclui toda a bondade e todo o poder.

Os discípulos viram-se em apuros diante de uma situação econômica desequilibrada, na ocasião em que Cristo Jesus lhes disse para darem algo de comer aos quatro mil, numa colina da Galiléia. Poderíamos fazer nossas as palavras daqueles discípulos e perguntar: “Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão?” Mateus 15:33.

Como foi que o Mestre respondeu a essa interrogação? Perguntou aos doze o que tinham em seu poder. A quantidade parecia não ser muita. Mas, refutando o quadro de limitação, Jesus abençoou os poucos pedaços de pão e os peixes; diante dos próprios olhos dos discípulos aquelas milhares de pessoas foram saciadas, e houve alimento de sobra. As hipóteses humanas foram derrotadas pela lei espiritual.

Nosso Mestre e os discípulos encararam o problema da escassez desde pontos de vista opostos. Os discípulos raciocinaram a partir da aparência física, usando hipóteses materiais. Jesus, por outro lado, encarou o quadro de pessoas famintas e aplicou-lhe o poder expresso naquela potente declaração de sua identidade espiritual: “Eu e o Pai somos um.” João 10:30. A dimensão do problema — isto é, que havia milhares de pessoas para serem alimentadas, em vez de, digamos, somente pequeno número delas — não fazia diferença. O conceito de escassez, não importando quanta, não podia coexistir com sua consciência da lei espiritual que declara a onipresença e a onipotência de Deus. Assim, enquanto os discípulos eram tentados pelas condições materiais a desesperar-se, o Mestre via que aquelas mesmas condições materiais não mereciam confiança, em vista de ser o universo espiritual criado e mantido por Deus.

Jesus olhou ao redor e viu Deus e Sua semelhança. Como poderia uma distribuição desigual parecer-lhe fator real, quando compreendia que a Mente divina nunca manteve em si mesma um quadro de escassez?

Poderíamos raciocinar, ainda mais, que na realidade espiritual nunca houve naquela colina qualquer escassez — porque a infinidade está preenchida somente com a abundância da bondade infinita de Deus. A prova que Jesus deu deste fato faz-se tão verdadeira agora como se fez há dois mil anos. A Sra. Eddy escreve: “É empenho específico da Ciência Cristã resolver todas as questões sem deixar margem para sofismas, desde a base bíblica de que Deus é Tudo-em-tudo; enquanto que a filosofia e a assim chamada ciência natural, ocupando-se com hipóteses humanas, ou causa e efeito material, são ajudadas somente a intervalos distantes por verdades elementares, e culminam em problemas não solucionados e em posições superadas e desprovidas de provas.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 181.

Se Jesus tivesse encarado o quadro material de escassez segundo as conjeturas dos discípulos sobre produção, distribuição e consumo materiais, o resultado teria sido um problema não resolvido: tão grande número de pessoas, tão pouco para comer. Mas Cristo Jesus invalidou os conceitos materiais com a obediência à lei espiritual de que Deus e Sua abundância incluem tudo o que Deus cria. A aplicação desta lei à crise econômica em uma colina resultou em cura que estabeleceu profundo exemplo para seus seguidores.

Considerando haver Jesus compreendido que a fonte de seu poder era Deus, por que ainda se preocupou com o que havia à mão? Não poderia ter produzido alimento sem os poucos pães e peixes?

Jesus não precisava de nenhum auxílio material para compreender Deus ou para provar a infinita capacidade que tem o Amor divino para satisfazer a cada necessidade. Mas, seus seguidores, evidentemente, o necessitavam. Aprenderam que os símbolos do suprimento, vistos à luz da consciência do Cristo, são convertidos em abundância para multidões.

Hoje há quadros de escassez perturbadores, talvez em nossa própria vida, certamente no mundo que nos rodeia. Embora esteja claro o nosso dever de eliminar de nossa própria experiência o conceito de escassez, como cumpriremos com o dever cristão de rejeitar o clamor de carência de toda a humanidade?

Precisamos estar vigilantes contra o protesto que poderá vir: “Eu não posso! Este dever é demasiadamente grande para mim!” Eis a mesma antiga hipótese que afligiu os discípulos. E a escassez mundial é grande demais para ser revogada exclusivamente por meio de esforço humano ou intelectual. Mas, não é esse o nosso dever. Nosso dever é reconhecer que Deus é Tudo-em-tudo, que Sua lei governa o universo, e que o bem infinito que Deus expresa está, continuamente, acessível. Nosso dever é recusar aceitar a escassez como fazendo parte da perfeita criação de Deus. A Sra. Eddy dá-nos as regras básicas: “O reconhecimento de vida, substância ou lei, separadas ou diferentes de Deus — o bem — é proibido.” Message to The Mother Church for 1902, p. 6.

Ao executar esse trabalho pela humanidade, podemos seguir o precedente bíblico manifestado na multiplicação dos pães e dos peixes. Podemos contar com nossa compreensão do Cristo e, nessa luz, ver as sombras de dúvida desaparecerem. A totalidade de Deus é suficientemente ampla, suficientemente profunda, suficientemente grandiosa para abranger o universo. A lei de Deus que se aplica às pequenas coisas de nossa vida diária aplica-se, igualmente, às necessidades básicas do universo. Quando nos sentimos abençoados devemos saber que toda a humanidade está também abençoada. O Amor divino não empunha uma vara de condão imaginária que faz o bem de forma discriminatória. O Deus infinito, todo abrangente, sempre presente, abençoa a todos.

Cristo Jesus não deu graças pelos pães e os peixes para depois dividilos somente entre os discípulos e despedir as multidões. Jesus estava grato pelo que havia à disposição. Por meio de sua compreensão do imensurável bem de Deus, anulou a ação da crença material que diz: “Não há o suficiente!” Assim, a necessidade de cada indivíduo, naquela colina, foi abundantemente satisfeita.

A mesma compreensão crística que nos capacita a receber suprimento abundante, além dos limites da habilidade humana, expõe e anula as leis falsas de economia, na economia geral.

Se estivéssemos nos defrontando com reduzidos recursos pessoais, deveríamos perceber, de imediato, que conjeturas materiais não podem defraudar o homem. Deveríamos reconhecer que é a inteligência divina e não a dinâmica de marketing, vendas ou flutuações de crédito o que governa a economia divina. E deveríamos declarar que a Ciência Cristã não aceita como inevitáveis os ciclos de recessão, inflação e recuperação. A lei de Deus é sempre estável é a lei do bem presente para o homem.

Tais declarações acerca do que é espiritualmente verdadeiro irão ser os nossos pães e peixes. E a universalidade da Ciência Cristã demonstra serem essas verdades válidas para toda a humanidade.

Os fatos espirituais refulgem na radiância de sua origem pura, a Mente divina, Deus. E, como tal, não podem ficar restringidos nem serem, de modo limitado, aplicados somente a um indivíduo que está “solucionando um problema”. A glória plena desses fatos espirituais brilha em recantos escuros de que talvez jamais iremos saber e traz reconhecidas bênçãos para a humanidade.

Jesus destruiu as hipóteses materiais, não uma só vez, mas repetidas vezes; não por acaso, mas com resultados perfeitos. Provou ser um entendimento científico a respeito de Deus a base para destruir a crença primitiva não só em escassez, mas também em doença.

Cumprir nosso dever cristão de ver que essas leis se aplicam tanto individual como coletivamente, apressa a chegada do dia em que elas serão mais largamente compreendidas e demonstradas por toda a humanidade.

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