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As “canções” da Ciência

Da edição de março de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Em geral, considera-se a música como elemento de elevação. Em todos os cultos realizados numa Igreja de Cristo, Cientista, a música tem seu papel.

A Ciência Cristã, porém, também se refere à música de maneira figurada ao comparar os pensamentos às notas. O despertar espiritual que esta Ciência proporciona não se limita ao alívio temporário, mas se estende à revitalização permanente e à cura. Conseguimos a revitalização e a cura ao nos afastarmos de um ponto de vista material e alcançarmos um ponto de vista espiritual. A Sra. Eddy escreve: “A música é o ritmo da cabeça e do coração. A mente mortal é a harpa de muitas cordas, que emite discórdia ou harmonia, segundo seja humana ou divina a mão que a tange.” Ciência e Saúde, p. 213.

Claro está que as cordas da harpa não podem fazer coisa alguma por si mesmas. Precisam ser tangidas. E nossas cordas mentais, quando tangidas apenas pela mente humana, tendem a sintonizar concepções, limitações, falhas, hábitos, lembranças, obsessões mortais. Estes, por sua vez, parecem produzir tensão e frustração. A distração, por si só, não conduz à cura, porque ela não estabelece o pensamento numa base mais espiritualizada .

A mão divina, no entanto, quando lhe é permitido assumir o controle, executa um toque bem diferente — o que agita, aprofunda e espiritualiza-nos. Então rompe-se o que parecia ser a ação repetitiva compulsória e muitos conceitos novos afloram. Idéias desafiadoras e inspiradas apresentam-se e revelam uma nova gama de possibilidades. Não se trata de um processo de embalo, mas de um despertar que eleva e anima.

Mais do que isto: O aparente conflito entre a cabeça e o coração fica resolvido quando passamos a ver-nos como expressões espirituais de Deus, que é ao mesmo tempo Mente e Amor. Então, a sabedoria e a compaixão seguem de mãos dadas. Nem o modo de pensar calculista e frio, desprovido de uma centelha da gentileza do Amor, nem os impulsos irracionais e emocionais que parecem estar fora do controle da Mente, nos conseguem dominar. E a escuta apática, amortecida tanto para a Mente como para o Amor, pode ser lançada fora.

A Sra. Eddy desenvolve uma metáfora musical no seu poema “Cristo, meu refúgio”, que assim começa:

Da mente a harpa, ao vibrar
Gentil louvor,
Com tons maviosos faz cessar
O mal, a dor.

E surge a idéia angelical
Em luz e paz;
Que entoa um canto celestial
De fé veraz.Hinário da Ciência Cristã, n° 253.

A oração atenta descerra a consciência individual para a harmonia da Mente divina, onde se originam os pensamentos que concedem saúde. Em outras palavras, a Mente divina impele em nós os pensamentos corretos, pois somos sempre representados pelas cordas e não pelo harpista. Cabe-nos aguardar com esperança a ação da Mente e a ela corresponder.

Então despertamos para a conscientização de que não somos mortais perturbados, fustigados pela tensão e pela pressão das condições presentes, reagindo quer com apatia quer com excesso de ação; mas que somos a expressão do Amor. A orientação e a solicitude da Mente, o Amor, governam cada situação e nos transmitem os pensamentos de que necessitamos, quando os necessitamos. Esses então encontram eco em equilíbrio, autocontrole e equanimidade, sejam quais forem as condições predominantes.

Há séculos, pediram a Davi, um jovem pastor, que tocasse sua harpa para o Rei Saul, que padecia de depressão mental. A Bíblia registra: “Então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele.” 1 Samuel 16:23. Davi talvez percebeu algo da renovação espiritual a que a música alude — talvez obteve um vislumbre da verdade ressaltada neste salmo: “Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar eu me satisfarei com a tua semelhança.” Salmos 17:15.

Estar ciente de nossa identidade espiritual à semelhança de Deus desempenha parte importante no método terapêutico da Ciência Cristã, o qual se baseia na obra de cura realizada por Cristo Jesus. Cristo Jesus expeliu os demônios da depressão e da demência, e esperava que seus seguidores fizessem o mesmo.

A Mente divina nunca está confusa, deprimida, temerosa; não é repetitiva, indecisa, limitada, nem está sob pressão. As qualidades expansivas da Mente permeiam a consciência. Banem os pensamentos mórbidos e discordantes. Em lugar destes surgem pensamentos salutares e harmoniosos. Então a experiência humana começa a espelhar essa melhora.

Como podemos ter a certeza de que estamos espiritualmente despertos? Não é mediante a concentração humana, nem mediante uma azáfama mental frenética, nem por uma apatia inexpressiva, mas mediante a oração. A oração traz paz, graças a um sentido mais espiritualizado e a uma escuta menos distraída das instruções da Mente divina. A percepção sábia e não o pensamento voluntarioso; a vigília e não o sonho; a oração e não a doutrinação — esses estados melhorados não vêm com a força de vontade ou o vigor humanos, mas como resultado da receptividade e da confiança espirituais.

A Sra. Eddy diz: “A canção da Ciência Cristã é: ‘Trabalhar — trabalhar — trabalhar — vigiar e orar’.” Message to The Mother Church for 1900, p. 2. Porque se constitui numa canção, o nosso trabalho precisa sempre ter seu ritmo, sua melodia, sua alegria. Esse trabalho nunca é árduo. Essa vigília tem prazer em ser solícita. Essa oração é uma canção que procede do coração. E, com o auxílio dela, qualquer pessoa pode sentir-se refrescada e bem.

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