Hoje, talvez mais do que em nenhuma outra época, pessoas sinceramente interessadas na Ciência Cristã procuram melhorar sua capacidade de demonstrar o poder que esta tem, de curar. Todos nós gostaríamos de adicionar testemunhos convincentes à já abundante evidência de que a oração cura realmente.
Para realizar este desejo convém ponderar meticulosamente outra vez o primeiro requisito subjacente a toda cura na Ciência Cristã. Encontra-se este preceito nas Escrituras: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.” Mateus 22:37.
A Ciência Cristã revela que Deus é Tudo: que não existe nenhum outro. Quando amamos Deus, reconhecemos a grande verdade de Sua totalidade e bondade. Isto é fundamental à Ciência Cristã, porque a Mente divina, inclusive sua manifestação infinita, é a substância de toda realidade.
No aprender a amar Deus existem dois aspectos particularmente importantes para obter a cura. Ambos se fazem necessários. Diríamos que o primeiro é o de demonstrar um cristianismo mais profundo em nossa vida; o segundo é o de manter em pensamento uma compreensão espiritual e científica da relação do homem para com Deus. Quando deixamos que estes dois pontos fundamentais guiem nossa demonstração da totalidade de Deus, abre-se o caminho para a cura.
Podemos começar por orar para expressar a bondade de Deus — para mostrar que nosso amor não é tão teórico a ponto de ficar alheio às necessidades da humanidade. Essencial a tal oração é o desejo de ser genuinamente cristão — de ser honesto, moral e de amar os outros compassivamente.
Quando oramos: “Pai, ajuda-me a expressar Tua bondade espiritual e a amar o meu irmão”, estamos voltando-nos para o Cristo, a Verdade, a influência ativa de Deus que modifica o nosso pensamento. Mary Baker Eddy escreve: “Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 332.
Quando aceitamos esta influência do Cristo, ela aumenta naturalmente nosso amor por Deus e pelo homem e a compreensão de nossa verdadeira semelhança espiritual com Deus. O ser crístico traz à luz a verdadeira natureza de ambos, nós e outros, como o homem espiritual, o reflexo perfeito de Deus, o bem. Compreender assim a nossa identidade verdadeiramente espiritual ajuda-nos a ser melhores cristãos. Torna-se-nos natural sentir e expressar profundo amor por Deus e pelo homem. O Amor é o Princípio de nosso verdadeiro ser. A Bíblia diz: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” 1 João 4:19.
O desejo de ser semelhantes ao Cristo em nossos pensamentos e ações não só nos relaciona mais ternamente com os outros, mas também prepara o caminho para a nossa própria cura. Um cristianismo mais profundo coloca inevitavelmente nosso pensamento mais próximo do fato espiritual de que a Vida é Deus, o bem, fato sobre o qual toda a cura se acha fundamentada.
À esta altura, no entanto, alguém talvez pergunte: “Quer dizer que isto é tudo o que tenho de fazer? Orar por bondade e para ser cristão, e então serei curado? Se é este o caso, por que há pessoas boas que nem sempre são curadas?” A resposta a esta pergunta estende-se ao aspecto espiritual e científico de amar Deus de todo o coração, obedecendo assim ao mandamento dado nestas palavras de Moisés: “Não terás outros deuses diante de mim.” Êxodo 20:3. Este aspecto, tão fundamental à cura, implica em compreender e comprovar a supremacia das leis de Deus sobre as pretensões da matéria.
Em concordância com os ensinamentos de Cristo Jesus, esta Ciência revela que Deus é Espírito infinito — portanto, que a matéria não é coisa alguma. Compreender a totalidade e a bondade de Deus é ajuda sempre presente à cura física porque tal compreensão revela que a aparente substância da matéria não é o que parece ser. Em verdade, no seu sentido mais lato, na matéria não há substância real, porque a substância real é o Espírito. A matéria não é nada mais nem menos do que crenças falsas a respeito da criação perfeita de Deus.
Num parágrafo do livro Miscellaneous Writings a Sra. Eddy indica como Jesus foi capaz de exercer o domínio dado por Deus sobre a assim chamada substância da matéria: “Aprendemos algo das qualidades da Mente divina por intermédio do Jesus humano. O poder de sua bondade transcendente manifesta-se no domínio que esta lhe dava sobre as qualidades opostas ao Espírito a que os mortais denominam matéria.” Mis., p. 199.
A matéria é formada com “as qualidades opostas ao Espírito”. Jesus sobrepujou-as mediante o “poder de sua bondade transcendente”, poder que Deus lhe dera. Se a matéria estava sujeita à bondade transcendente de Jesus (e sabemos que estava, por causa de sua aptidão de curar pessoas e de ressuscitar a si e a outros), então também nós podemos começar a demonstrar o domínio sobre a matéria mediante a bondade do Cristo que estamos aprendendo a amar e a expressar.
Esta bondade do Cristo baseia-se num grau de bem mais excelente fundamento de amor a Deus que o dos níveis limitados da bondade humana. Muitas pessoas apreciam profundamente as qualidades de bondade e de verdade, contudo não são curadas mediante a oração porque não compreenderam que amar Deus significa reconhecer Deus como Espírito, ver no Espírito a única realidade.
A doença está baseada na crença de que a matéria é realidade sólida: que o homem vive na carne e em razão da carne, e que são inevitáveis a deterioração e a morte. Esta crença é o oposto de amar Deus, porque viola o primeiro mandamento. Reconhece uma suposta substância, um suposto poder ou realidade, separada de Deus.
Esforçar-se ao máximo para ser cristão e, no entanto, manter no pensamento a crença de que a matéria é uma realidade e de que o homem é mortal — mesmo que um bom mortal — tende a negar a cura científica porque não se está aderindo à base sobre a qual a cura se concretiza, isto é, a eterna perfeição do homem como imortal expressão espiritual de Deus. Se quisermos obter cura espiritual contínua, nossa prática do cristianismo precisa ser científica, como o era a prática de Jesus. Isto significa inequivocamente que precisamos alicerçar o pensamento na Ciência do Cristo, a Verdade. Precisamos ancorá-lo na verdade de que Deus, ou a Vida, é Espírito; de que nossa individualidade verdadeira é inteiramente espiritual. Esta verdade a respeito da totalidade do Espírito, que subentende e expõe a nulidade da matéria, é o que a Ciência Cristã revela.
Amar Deus significa crescer na compreensão de que a substância da Vida é o próprio Espírito, manifesto nos elementos perfeitos da verdadeira bondade espiritual que o homem real expressa. Nisso está a maneira científica de encontrar a cura. Descobrimos que nossa verdadeira identidade é agora, e sempre foi, a pura e perfeita expressão da Vida que é Deus, o Espírito. E, à medida que nosso modo de pensar e agir se coaduna com os verdadeiros fatos espirituais do ser, a lei do Amor destrói o medo e a dor, e garante a cura.
Estes passos para aprender a amar Deus não são complexos. Todos podemos esforçar-nos para levar uma vida de cristianismo mais elevado. E todos podemos reconhecer humildemente em Deus a única presença, o único poder e a única Vida. Então seremos capazes de dar testemunhos convincentes de que a oração científica cura realmente. Escreve a Sra. Eddy: “Os caminhos do cristianismo não mudaram. A mansidão, o desprendimento próprio e o amor são as sendas de Seu testemunho e as pegadas de Seu rebanho.” Rudimentos da Ciência Divina, p. 17.
