Consciente ou inconscientemente, o mundo em geral baseia seu pensamento, hoje em dia, na limitação. Receita limitada, oportunidades limitadas, tempo limitado, saúde limitada. Os "não posso" ou "não tenho" parecem governar o pensamento dos mortais: "Não posso pagar as prestações da casa." "Não posso realizar em tempo o que gostaria." "Não tenho oportunidades para vencer na vida." "Não consigo paz nem saúde permanentes."
Muita gente procura um meio de remover essas barreiras de limitação que surgem em sua experiência humana. E existe um meio de removê-las. Pensamentos limitados e negativos podem ser transformados em perspectivas mais brilhantes e de maior amplitude, o que trará cura e acerto a nossa vida.
Cristo Jesus, o mensageiro indicado por Deus para a humanidade, mostra-nos o caminho mediante suas palavras e obras. Jesus não se deixou impedir pelo conceito de limitação, acatado pelo mundo. Rejeitou totalmente a crença finita de que o homem nasce na matéria e fica cativo de suas superstições e leis autoconstituídas. Jesus provou, por suas obras de cura e por sua própria ressurreição e ascensão, que o homem, tal como foi criado por Deus, é inteiramente espiritual e ilimitado em sua expressão de vida, felicidade e saúde.
Do início ao fim da Bíblia, lemos a respeito de homens e mulheres inclinados para as coisas do espírito, que tiveram lampejos do fato espiritual subjacente da infinidade de Deus, de Seu poder e bondade, de que Deus expressa esse bem, de forma ilimitada, em toda a Sua criação, inclusive o homem. O Salmista inspirado cantou: "Grande é o Senhor nosso, e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir." Salmos 147:5.
Em época mais moderna, a Sra. Eddy, mediante a revelação da Verdade que lhe veio como resultado de seu estudo dedicado e profundo da Bíblia, trouxe à luz a verdadeira natureza de Deus e do homem que está livre de quaisquer limitações materiais. A Ciência Cristã elucida a natureza infinita de Deus e a natureza infinitamente boa de Seu descendente espiritual, o homem. Entre os muitos trechos de seus livros que consubstanciam esse pensamento momentoso acha-se este, extraído de Ciência e Saúde: "Deus expressa no homem a idéia infinita que se desenvolve eternamente, que se amplia e, partindo de uma base ilimitada, eleva-se cada vez mais."Ciência e Saúde, p. 258. Do início ao fim desse livro, a Sra. Eddy denuncia cientificamente o conceito mortal de limitação como algo ilusório, sem fundamento.
Por exemplo, no Glossário de Ciência e Saúde, que expõe a interpretação metafísica de termos bíblicos, a Sra. Eddy define o rio Eufrates de uma forma que nos dá o que pensar e cuja última parte diz: "A atmosfera da crença humana antes que esta aceite o pecado, a doença ou a morte; um estado de pensamento mortal, cujo único erro é a limitação; o finito; o oposto do infinito."Ibid., p. 585.
Por trás de toda consideração mortal das coisas — doença, disfunção orgânica, desespero, medo, preocupação, etc. — jaz a crença básica de que vivemos na matéria e que, portanto, estamos sujeitos a leis de limitação e carência. O pensamento limitado, alicerçado na matéria, é um convite aberto a todos os "eu não posso" e "não tenho".
Contudo, graças à compreensão espiritual da natureza fundamental e infinita de Deus e de Seu jorrar de bem incircunscrito a toda a Sua criação, tal como é ensinada na Ciência Cristã, esses conceitos negativos do sentido material podem ser substituídos pelos "eu posso" e "eu tenho" do sentido espiritual.
Para cultivar essa total troca de direção, o pensamento cuja base está na espiritualidade precisa tomar a iniciativa de dar provas de que nossa herança é a expressão completa e feliz do criador, Deus, nada carecendo. Podemos basear nosso pensamento no fato espiritual da existência de um Deus infinito que está suprindo continuamente Sua idéia, o homem, o tu e o eu verdadeiros, de tudo quanto significa o bem ilimitado. O Salmista confiantemente proclamou: "[Deus] nenhum bem sonega aos que andam retamente." Salmos 84:11.
Ora, estes recém-encontrados "eu posso" e "eu tenho" não representam os modos da mente humana ou o mero pensamento positivo ou voluntarioso, isto é, a mente mortal desejando satisfazer aos seus anseios mundanos. A Ciência Cristã ensina que devemos recorrer altruisticamente ao ouvido divino, em oração profunda e conscienciosa, no sentido de fazer a vontade de Deus e levar alegria e amor não só a nós mesmos como ao nosso próximo. "Faça-se a Tua vontade" deveria ser o tema de nosso cântico espiritual contínuo. Ao englobarmos conscientemente a verdade do ser, nossa existência humana resplandecerá com toques da divindade e teremos o de que necessitamos, até mesmo uma abundância de bem, tempo amplo, vigor, saúde e verdadeira felicidade.
Faz alguns anos nossa família teve a oportunidade de comprovar essas verdades espirituais a respeito de Deus e de Sua idéia infinita, o homem. De uma hora para outra, nossa receita chegou a zero. Ficamos sem dinheiro para pagar as contas. Tínhamos duas casas sob hipoteca, cujas prestações estavam para vencer. Tínhamos de fazer os pagamentos mensais de nosso carro. Tínhamos dois filhos, que precisavam ser alimentados e vestidos. A situação era dificílima e, para o sentido mortal, uma crise. Mas, meu marido e eu, tendo sido Cientistas Cristãos a vida toda, habituados a resolver todos os nossos problemas mediante oração, volvemo-nos para Deus em busca de resposta.
Passados alguns dias de oração consagrada, chegamos à maravilhosa conclusão de que Deus, o Amor divino, era a única presença e a única substância, e nunca podia haver-se exaurido. Deus era a única realidade da existência e estava exatamente ali conosco naquele momento e para sempre. Ativemo-nos a esse fato espiritual até que ele inundou nossa consciência de uma inabalável certeza. À luz da verdade, até mesmo o pensamento de carência era risível.
A prova do fato espiritual não foi imediata, mas mantivemos nossa posição, ancorados na verdade. Sentimos grande paz e alegria. Não se passou muito tempo e recebemos uma quantia substancial de dinheiro, de forma inesperada. As circunstâncias envolvidas foram as mais incomuns, mas sabíamos que aquela era a resposta específica às nossas orações, a evidência humana, exteriorizada, da idéia espiritual que havia se desdobrado em nossa consciência e que nos capacitara a ir ainda mais alto em nossa compreensão de Deus. Desnecessário dizer, todas as nossas contas foram pagas, e sobejou. Logo depois, surgiu nova fonte de receita regular.
Por sua própria natureza, o infinito não conhece limites, nem pressões, nem forças opostas, nem desgaste. E todos podemos provar este grande e estimulante fato, e dele depender, como sendo a verdade substancial, prática. Na proporção em que aceitarmos e compreendermos suas poderosas implicações, como se acham ressaltadas na Bíblia e nos escritos da Sra. Eddy, as barreiras do pensamento e do viver limitados serão derrubadas e sua nulidade ficará comprovada. Ver-nos-emos, passo a passo, transformados, deixando de ser personalidades pequenas, egotistas e cheias de preocupações, e tornandonos mais conscientes de nosso eu original e verdadeiro como a expressão individualizada do único Deus infinito. Sentiremos a própria presença e o poder de Seu amor todo-abrangente, que nos liberta dos argumentos limitadores de uma mente mortal mítica.
E existe um ponto importante: Não só em nossa própria vida precisamos ver a infinidade da bondade todo-abrangente de Deus expressada, mas também no conceito que entretemos acerca de outras pessoas. Não podemos mentalmente limitar os outros em qualquer forma, ou pensar que eles não têm suficiente receita, não têm suficientes amigos, inteligência, saúde, ou não têm suficiente amor. Nem deveríamos pensar de nosso país ou do mundo como não tendo nada suficiente, como sendo limitados em recursos, pensamentos corretos ou em amor. Precisamos esforçar-nos para não abrigar considerações de carência ou limitação em qualquer ponto de nosso caminho progressivo rumo ao Espírito. Na Ciência Cristã vemos que em realidade não existem coisas tais como circunstâncias confinantes, oportunidades limitadas, vidas presas em armadilhas, enganos fatais, ou falta de capacidade. O homem não é um mortal sujeito às mentiras restritivas de recessão, inflação, desemprego, ou às assim chamadas leis da medicina. O homem é a idéia infinita de Deus, "que se amplia e, partindo de uma base ilimitada, eleva-se cada vez mais".
Voltemos por um momento à definicão de "Eufrates" — à primeira parte. (Como em algumas das outras definições contidas no Glossário de Ciência e Saúde, são dadas ao leitor duas significações: uma, o ponto de vista materialista, a ser negado, e, a outra, o ponto de vista cientificamente espiritual, a ser entendido e demonstrado.) Lemos: "A Ciência divina, que envolve o universo e o homem; a verdadeira idéia de Deus; um símbolo da glória que há de vir; a metafísica, que toma o lugar da física; o reino da justiça.”Ciência e Saúde, p. 585.
Ao nos levantarmos mais na compreensão de nossa identidade real, a da “verdadeira idéia de Deus”, sem dúvida romperemos como a cadeias as crenças negativas do mundo — os “não posso” e os “não tenho”. Verificaremos que a mentira chamada carência e limitação ficará superada pela “Ciência divina, que envolve o universo e o homem” — todos os preciosos filhos de Deus, nem um só deles excluído. Com alegria, mudaremos nossa maneira de pensar limitada e materialista, a “física” pela “metafísica”, pelas verdades espirituais, à maneira de “eu posso” e “eu tenho”. Desse modo, encontraremos a glória do ”reino da justiça” em nossa própria consciência individual, e assim ajudaremos o mundo todo a encontrá-lo. Conseqüentemente, viremos a rejubilar-nos, por fim, com reconhecermos nossa única e verdadeira identidade na idéia espiritual de Deus, irrestrita, alegre, ativa, a mover-se para a frente e sempre além, na escala ilimitada do ser.
 
    
