Continuamente as pessoas se defrontam com decisões, algumas grandes, outras pequenas. E, quando surgem questões importantes a serem resolvidas, é compreensível que procurem aconselhar-se com outros sobre o que devem fazer.
Às vezes, parece que as pessoas têm a impressão errada de que a função do praticista da Ciência Cristã é essencialmente a de conselheiro. De vez em quando, praticistas recebem chamados de alguém que está em busca de conselhos pessoais sobre se este é o momento certo de casar, sobre quais os passos específicos a dar numa transação comercial, sobre a oportunidade de vender certo tipo de ações, ou se devem visitar determinado parente no fim da semana!
É importante, contudo, compreender que dar conselhos humanos em tais assuntos pessoais não está entre os deveres próprios de um praticista da Ciência Cristã. A função primordial do praticista é a de orar. O praticista colocou sua vida a serviço de Deus para ajudar a humanidade a conseguir a cura e a regeneração espiritual por meios espirituais tão somente. Não é psicólogo, conselheiro matrimonial, consultor comercial, não é financista nem agente de viagens. O praticista registrado no Christian Science Journal e no Arauto da Ciência Cristã está à disposição do público para dar tratamento pela Ciência Cristã, ou seja, oração científica, para aqueles que lhe pedem ajuda em tempos de doença, sofrimento ou crise.
Em seus escritos, Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, torna claro o que a função do praticista deve incluir. E escreve baseada em sua própria experiência como primeira praticista da Ciência Cristã. Refere-se, por exemplo, aos numerosos problemas pessoais que lhe eram trazidos. E, com relação a dificuldades matrimoniais, escreve: “Em tais casos, temos dito: 'Não siga os conselhos de um mortal, ainda que seja seu melhor amigo; mas deixe-se guiar tão somente por Deus;'....” Miscellaneous Writings, p. 236.
O reconhecimento crístico da supremacia de Deus, a Mente onisciente, ente, persuade-nos a recorrer a Deus em oração para que oriente o nosso viver. Mas, procurar meras opiniões de pessoas humanas, à parte de quão dignas de respeito essas pessoas sejam, é correr o risco de falhar, pois a razão humana é falível. A mente humana por vezes está correta no que presume, mas outras vezes não o está.
O praticista está alerta para esse fato. Quando acede em orar por uma pessoa que lhe pede ajuda, talvez tenha de explicar-lhe compassivamente que é somente Deus, a Mente divina, quem cura, quem revela as idéias de que necessitamos e quem nos orienta no caminho que devemos seguir. E o praticista que exerce a prática tendo por base o Amor infinito, que faz claramente distinção, em seu próprio pensamento, entre a atividade limitada da mente humana e o poder ilimitado da Mente divina, obtém sucesso em seu ministério de cura. A Sra. Eddy declara: “O melhor sanador é aquele que menos se projeta e assim se torna uma transparência para a Mente divina, que é o único médico; a Mente divina é o sanador científico.” Ibid., p. 59.
Cristo Jesus, cujo ministério de cura e salvação não tem paralelo, demonstrou claramente que é Deus a origem de tudo o que necessitamos. Estava sempre conduzindo seus seguidores ao Pai, em vez de guiá-los á sua personalidade. Ao tratar de algumas das questões e ansiedades mais fundamentais no pensamento humano, nosso Mestre disse em seu Sermão do Monte: “Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos?. .. Buscai,. .. em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:31, 33.
É essencial reconhecer que conselhos e projeções humanos podem não ser suficientes para atender às necessidades de uma pessoa e podem até estar incorretos. A orientação de Deus porém, Sua revelação da verdade espiritual, está sempre correta. E Sua provisão do bem é abundante. O que Deus requer de nós e a maneira pela qual nos guia podem não ser o que a vontade humana espera receber em determinada ocasião, mas é sempre aquilo de que realmente necessitamos. A vontade de Deus, quando buscada com humildade e seguida obedientemente, abençoa nossa vida. E, ainda que, por vezes, nos vejamos repreendidos pelo Amor divino, o resultado vale bem qualquer sacrifício, porque verificamos que nossa vida está sendo renovada, redimida e curada.
Se seguirmos meramente os conselhos humanos de um praticista (ou se os dermos), arriscamo-nos a deixar de ouvir a Palavra de Deus e a não discernir o que verdadeiramente necesssita de cura, enquanto damos ouvidos a opiniões mortais. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, o livro-texto da Ciência Cristã, a Sra. Eddy diz: “Na prática mental, não deves esquecer que as opiniões humanas falíveis, os motivos egoístas contraditórios e as tentativas ignorantes de fazer o bem, podem tornar-te incapaz de conhecer ou julgar com acerto as necessidades de teus semelhantes.” Ciência e Saúde, p. 447.
Conselhos pessoais, quando o que realmente se faz necessário é oração, podem se tornar em armadilha. E quem será o culpado, se o raciocínio humano e as opiniões humanas não produzirem os resultados desejados? Além disso, opiniões bem intencionadas e palavras bem escolhidas não produzem realmente a cura. O livro-texto da Ciência Cristã revela qual é a necessidade: “Não são as vulgaridades humanas, mas as beatitudes divinas, que refletem a luz e o poder espirituais que curam os doentes.” Ibid., p. 446.
Nos tempos em que importantes decisões devem ser tomadas, nossos motivos podem ser elevados. Quando for nosso desejo fazer a vontade do Pai, glorificá-Lo e conseguir progresso espiritual, verificaremos que as respostas certas virão. Serão respostas práticas para atender às necessidades humanas e resolver dilemas. E, se o anseio sincero de fazer a vontade de Deus induzir-nos a apelar para um praticista da Ciência Cristã em busca de ajuda, poderemos ter a certeza de receber resposta direta. O terno atendimento por parte do praticista não é mero conselho pessoal, mas oração cristã científica, trazendo “as beatitudes divinas” para curar e redimir.
