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Pai, acorda-me!

Da edição de janeiro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Apelar para Deus em ocasiões de grande necessidade é quase instintivo nos seres humanos. Voltar-se para Deus é natural, pois, na verdade, cada um de nós é realmente o filho de Deus. A Bíblia diznos: “Não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.” Romanos 8:15.

Quando uma criança tem pesadelos, freqüentemente chama em voz audível: “Mamãe, mamãe”, e isso faz com que a mãe acorra imediatamente ou que o filho acorde. Também nós podemos acordar do pesadelo da existência mortal, apelando para nosso Pai-Mãe Deus em profundo e reverente anelo: “Pai-Mãe Deus, acorda-me. Abre meus olhos para a presença celestial de Tua totalidade e bondade.”

Quando alguém tem um sonho, geralmente não percebe que está dormindo. Semelhantemente, os seres humanos, adormecidos na crença de que a vida está na matéria, em geral não reconhecem a natureza ilusória desse sonho ou falsa crença. Com freqüência, a beleza do sonho, ou sua aparente promessa, ilude-nos, fazendo-nos pensar que a vida na matéria é o real e que tem algo de bom a oferecer-nos. Mas, a beleza e a promessa do sonho são, quando muito, a tentativa que fazem os sentidos materiais, de se apoderarem da realidade espiritual. Como um estado de sonho é o suposto contrário da vida em Deus, o Espírito, o sonho em si não tem nada de permanente a oferecer-nos. A Sra. Eddy fala no despertar da ilusão material, quando escreve em Ciência e Saúde: “As duras experiências provenientes da crença na suposta vida da matéria, bem como nossos desenganos e sofrimentos incessantes, levam-nos, como crianças cansadas, aos braços do Amor divino. Então, começamos a compreender a Vida na Ciência divina.” Ciência e Saúde, p. 322.

Mas, será realmente necessário que soframos, que o sonho venha a tornar-se pesadelo, antes de nos dispormos a acordar e abandonar a crença de que a vida se compõe das dores e prazeres dos sentidos materiais? Ciência e Saúde destaca um ponto que bem merece o consideremos seriamente: “Deveria haver progresso sem dor, acompanhado de vida e paz em vez de discórdia e morte.” Ibid., p. 224.

Entretanto, há grande diferença entre o progresso espiritual sem dor e a apatia confortável que tende a perpetuar a crença de vida na matéria. Se ainda nos atrai um agradável sentido material de existência, embora a Ciência Cristã nos mostre a inescapável impostura disso, podemos pedir a nosso Pai para acordar-nos agora, para ajudarnos a encontrar o caminho e a demonstrar agora a substância da realidade espiritual. Nosso crescimento espiritual não precisa ser doloroso. Pode ser indolor.

Como poderemos demonstrar e vivenciar um crescimento espiritual contínuo e indolor? É vital orarmos diariamente por nós mesmos, estarmos dispostos a ser regenerados e a deixar hábitos e maneiras de pensar ultrapassados, tão logo descubramos que não têm mais nada a oferecer-nos. Mas também precisamos reconhecer que o homem criado por Deus já está desperto, está para sempre em união com Deus e com Seu universo de idéias espirituais harmoniosas.

A verdadeira identidade de cada um de nós é a do homem espiritual, a expressão incorpórea e eterna do infinito Pai-Mãe Deus, a Vida divina. Na realidade, o homem nunca nasceu na matéria, não vive na matéria, não está adormecido na matéria e, de fato, não tem absolutamente relação ou conexão alguma com a matéria. O estado do homem é totalmente espiritual, pois ele é a idéia de Deus, o Espírito.

Deus é a Mente divina consciente, e o homem reflete a consciência divina. Por isso, o homem está sempre consciente da natureza da realidade, a Vida, a Verdade e o Amor infinitos, e a está expressando sempre. O homem conhece somente a beleza da Alma, a eternidade da Vida, a harmonia do Princípio, a alegria do Amor, pois conhece somente o que Deus conhece.

Quanto mais orarmos e ponderarmos os fatos espirituais da existência, quanto mais nos regozijarmos por sua presença constante, quanto mais nos utilizarmos deles em nossa experiência diária, tanto mais experimentaremos um despertar consciente para a realidade espiritual. Dispor-nos-emos a ser despertados para a natureza da Vida como Espírito e, proporcionalmente, começaremos a ver a irrealidade da vida na matéria.

Lemos em Ciência e Saúde: “A existência mortal é um enigma. Cada dia é um mistério. O testemunho dos sentidos corpóreos não nos pode ensinar o que é real e o que é ilusório, mas as revelações da Ciência Cristã tornam acessíveis os tesouros da Verdade.” Ibid., p. 70.

A única maneira de conhecermos a realidade é a que Deus nos revela por meio do Cristo, a Verdade — a revelação de que Deus é Espírito e de que o homem é a testemunha do Espírito, revelação trazida à luz pelos ensinamentos de Cristo Jesus. Embora conhecendo pouco da metafísica mais profunda da Ciência Cristã, quando nos voltamos para Deus em oração sincera e fervorosa, estamos, de fato, buscando a iluminação do Cristo. Estamos pedindo que nos ajude, que nos mostre o caminho para fora da escuridão do sonho mortal do materialismo.

E, por não fazer parte do sonho de vida na matéria, o Cristo pode vir em nosso socorro. Se a mãe da criança que tem um pesadelo estivesse no sonho, a mãe faria parte do sonho e não seria capaz de ajudar. Mas a mãe da criança está fora do sonho. Pode ouvir o chamado audível do filho que pede socorro e pode, gentil ou vigorosamente, sacudi-lo ou falar-lhe, até que ele acorde.

Por isso, podemos nos volver a nosso Pai-Mãe Deus, a Seu Cristo, a Verdade, e às revelações da Ciência Cristã, na plena confiança de que as verdades que enunciam estão fora do sonho de vida na matéria. A revelação de que há vida somente no Espírito é a mensagem do Consolador de que a Bíblia nos fala. Ver João 14:16—18. Esse Consolador é totalmente capaz de dissipar a ilusão de um estado de sonho, porque é a luz penetrante da Verdade.

Em seu livro Miscellaneous Writings a Sra. Eddy escreve: “Na desolação da compreensão humana, o Amor divino ouve o pedido humano de socorro e a ele atende; e a voz da Verdade enuncia as verdades divinas do ser que livram os mortais dos abismos da ignorância e do vício. Esta é a bênção do Pai.” Mis., p. 81.

Não que o Pai, ou o Espírito, conheça o sonho de vida na matéria ou entre no sonho. Mas, como é Espírito, Deus está sempre presente e, quando procuramos alcançá-lo com desejo fervoroso de ser despertados do sonho, nossos pensamentos abandonam, em certo grau, o sonho, e aceitam a realidade. Despertamos para uma compreensão mais pura e mais elevada da totalidade e perfeição de Deus e de nossa verdadeira união com Sua bondade espiritual.

Logo, em vez de esperar até que o sonho se torne desagradável e nos vejamos forçados a acordar, poderíamos agora mesmo começar a orar: “Pai, acorda-me.” E, se sentirmos um tanto inseguros quanto a abandonar os velhos e conhecidos pontos de vista do materialismo, temos somente de nos compenetrar do que está contido neste acordar. Como diz Ciência e Saúde: “Quando despertamos para tornar-nos conscientes da verdade do ser, toda doença, dor, fraqueza, todo cansaço, pesar, pecado e a morte, serão desconhecidos, e o sonho mortal cessará para sempre.” Ciência e Saúde, pp. 218—219.

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