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A Igreja em ação

Libertando os cativos

Da edição de janeiro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã

Christian Science Journal


O serviço prestado em estabelecimentos penais não vem a ser atividade independente, e, sim, atuação patrocinada por igrejas filiais. Quando realizado de modo a não interferir com qualquer outra atividade da igreja, este ministério eleva não só os voluntários mas também aquelas pessoas que são atendidas, e expande o poder sanador das igrejas.

Irving C. Tomlinson, atendendo a pedido da Sra. Eddy, conseguiu dar início a cultos da Ciência Cristã num determinado presídio. A Sra. Eddy ficou encantada e comentou: “Estou feliz por você haver iniciado a missão da Ciência Cristã tendo fé em abrir as portas da prisão e libertar os cativos. Deus nos abençoará nesta maneira por Ele indicada. ...”  Citado por Irving C. Tomlinson, Twelve Years with Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1966), p. 186. Atualmente as bênçãos podem ser vistas em relatos acerca de vidas elevadas e reformadas por este ministério de nossa igreja. Comissões conjuntas às vezes visitam estabelecimentos penais. Com relação a isto, os leitores talvez queiram reler uma declaração do Conselho de Diretores da Ciência Cristã, “Keeping joint activities in perspective”, publicada no Christian Science Journal de outubro de 1980.

Fazem-se intensas exigências à compreensão espiritual daqueles que contribuem para este ministério — exigências que sempre elevam. Depois de algumas visitas a uma penitenciária, compreendi que, antes de poder ajudar os outros, primeiro eu precisava obter minha própria liberdade da crença no testemunho dos sentidos, enganador e mortal, ali evidenciado. Os persistentes clamores provenientes de pecado, discórdia e divisões, que cultivavam depressão e desespero, tinham de ser expulsos de meu pensamento. Foi um claro caso de “Médico, cura-te a ti mesmo”  Lucas 4:23..

Desde o início, o que mais me ajudou foi uma maravilhosa percepção, que a tudo permeava, da totalidade de Deus, de Sua onipresença, onipotência e onisciência, o que começou a excluir de meu pensamento a possibilidade de haver quaisquer influências opostas. A Sra. Eddy escreve: “Para os sentidos físicos, as estritas exigências da Ciência Cristã parecem peremptórias; os mortais, porém, estão se apressando em compreender que a Vida é Deus, o bem, e que em realidade o mal não tem lugar nem poder na economia, quer humana, quer divina.” Ciência e Saúde, p. 327. A noção errônea de que o homem, o filho de Deus, possa estar atrás das paredes de uma prisão — incorrigível, condenado, desprovido de amor, esquecido ou negligenciado — foi afastada de meu pensamento.

À medida que voluntário e detento chegam a manter-se livres do falso testemunho do sentido material, vêm a regozijar-se juntos nas palavras de Isaías: “O Senhor é o nosso juiz; o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso rei: ele nos salvará.”  Isaías 33:22.

Num sentido muito preciso, os detentos são escravos das suas próprias falsas crenças, as que mantêm a respeito de si mesmos. Pode ser difícil que aceitem este ponto, assim como o é para todos nós, às vezes. Mas a escravidão às falsas crenças só fica rompida quando os indivíduos se arrependem verdadeiramente e superam o que pretenderiam ser seus próprios traços de caráter perigosos e seus atos errôneos. Entretanto, é encorajador aprender, na Ciência, que Deus não condena o homem ao mal.

O arrependimento começa quando reconhecemos que todas as pretensões do mal — crenças nossas ou de outros — são, em última análise, impessoais e também falsas. O Cristo, a Verdade, traz o poder de Deus para redimir a todos nós da crença no pecado. Na realidade, o homem da criação de Deus não tem natureza pecadora nem pode agir em desobediência a Deus. Esta perspectiva capacita o indivíduo, através da Ciência Cristã, a reivindicar e provar sua própria liberdade de ser puro, inocente e prestativo em todas as maneiras.

Identificando a raiz da aparente servidão do homem ao erro, a Sra. Eddy declara: “Foi a ilusão do sentido material, não a lei divina, que vos atou, vos tolheu os membros livres, vos mutilou as capacidades, vos debilitou o corpo e vos desfigurou a tábua da existência.” Ciência e Saúde, p. 227. O ministro que serve numa prisão (um trabalhador institucional voluntário) vê-se constantemente chamado a refutar “a ilusão do sentido material”. Ele o faz afirmando com alegria que, sob a lei divina, o homem é puro e íntegro.

Por exemplo, quando iniciei, acreditava ser necessário consultar os registros pessoais daqueles detentos que haviam mostrado interesse pela Ciência Cristã e a quem eu ia visitar. Entretanto, durante minha segunda visita ao setor de cadastro, veio-me o pensamento: Onde estou procurando a verdadeira identidade do homem? Na matéria, ou no Espírito? Nunca mais quis ou precisei estudar a biografia humana de algum detento. Em vez disto, volvi-me aos relatos de sua origem e identidade espirituais, encontrados em Gênesis 1:26, 27 e em todos os escritos de nossa Líder, a Sra. Eddy.

O primeiro capítulo do Gênesis fala-nos no homem criado “à imagem de Deus”  Gênesis 1:27.. Este fato, juntamente com a concisa definição do termo homem que a Sra. Eddy dá, tem sido o meu guia constante para achar a identidade dos detentos que visito. Essa definição diz: “Homem. A idéia composta que expressa o Espírito infinito; a imagem e semelhança espiritual de Deus; a representação completa da Mente.” Ciência e Saúde, p. 591. É tarefa do Cientista Cristão que trabalha numa prisão, compartilhar com os detentos seu conceito firmemente estabelecido acerca do verdadeiro e impecável ser de cada um. Deste modo todos ficam redimidos, elevados, curados — libertados da servidão dos traços mortais pecaminosos.

A seguir, eu precisava livrar-me da crença no estigma que a sociedade em geral, e as comunidades em particular, impõem às prisões. Como Jacó na sua experiência no Peniel Ver Gênesis 32:24—30., tive de conscientizar-me de que Deus encontra-se verdadeiramente onipresente. Portanto, não pode haver lugar numa penitenciária ou prisão — nenhum diminuto canto de cela, sala de reuniões, escritório ou pátio — em que a presença curativa de Deus não esteja. E assim não pode haver alojamento para as falsas e fictícias crenças de amargura, ódio, remorso, luxúria, vingança, egoísmo, raiva, crueldade, discriminação, desonestidade, ganância, injustiça ou retaliação — tudo o que, persistentemente, tenta desanimar e arruinar um estabelecimento penal.

A onipotência, a onipresença e a onisciência de Deus estão disponíveis para abençoar a todos, funcionários e detentos, de um estabelecimento penal. Nada pode desenvolver-se fora da jurisdição de Deus, longe de Sua sabedoria e ação todo-abrangentes. Vista em termos espirituais, não pode haver qualquer situação na qual cada uma das expressões individuais de Deus não está cumprindo o puro propósito designado por Deus. Esta verdade, compreendida, traz cura e elevação às prisões, onde é por demais comum que grupos rivais — agentes de segurança e detentos — tentem manipular-se reciprocamente.

Outros desafios estimulantes aguardam o trabalhador voluntário de estabelecimentos penais: como conciliar suas atividades no lar, na igreja e na prisão; como auxiliar alguém que crê que Deus o abandonou; como escutar com compaixão histórias de injustiça e discriminação; como lidar com as ansiedades daqueles que temem voltar àquilo que sempre consideraram uma sociedade “hostil”; como escutar com o sentido espiritual e responder corretamente às intenções reveladas por alguns detentos de vingarem-se de companheiros anteriores, ou de cometerem crimes ainda piores quando libertados.

Certo homem havia passado a maior parte de sua vida entrando e saindo da prisão e, na época, sentia-se mais seguro dentro dela do que no mundo lá fora, o qual considerava hostil.

Esse prisioneiro e eu nos encontrávamos todos os domingos e, apesar de ser ele considerado pessoa solitária, sem amigos e sem nada para dizer, rapidamente correspondeu aos fatos espirituais acerca de si próprio — que era filho do Amor, a idéia de Deus. Cada semana líamos juntos toda a lição bíblica do Livrete trimestral da Ciência Cristã. Ele lia da Bíblia e eu lia do livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy. À medida que líamos, parávamos para discutir os trechos, muitas vezes a seu pedido.

Os funcionários da prisão começaram a comentar favoravelmente que ele estava ficando mais social. Sua compreensão espiritual cresceu, e seus temores com referência a pessoas e circunstâncias fora da prisão diminuíram. Quando chegou o dia de ser posto em liberdade, saiu de boa vontade. Normalmente não acompanho de perto alguém que visitei num estabelecimento penal depois de a pessoa ter sido libertada. Mas, naquele caso, eu conhecia o lugar onde ele ia morar e, por muito tempo ainda, regozijei-me com as boas notícias que recebia a seu respeito.

[Excertos transcritos da seção “The Church in Action” do Christian Science Journal]

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