Quando as curas realizadas pela Ciência Cristã que já testemunhamos em nossa própria vida despertam em nós gratidão profunda, não resta dúvida de que desejamos chegar com humildade mais perto do amor e da obra de cura do Mestre, Cristo Jesus.
Lemos nos Evangelhos que Jesus curava instantaneamente toda forma de enfermidade e limitação, inclusive coxeadura, cegueira, hemorragia, pecado e morte — sem depender de métodos materiais. Os Evangelhos falam-nos em Deus como Pai cujo amor e cuidado estão à disposição de todos os que sinceramente volvem-se ao céu em busca de consolo. Ensinam-nos a importância de auto-exame contínuo que leve a amar Deus um pouco mais a cada dia.
Jesus sabia que havia hipocrisia religiosa extrema entre seus contemporâneos. Muitos sacerdotes e fariseus falavam acerca de Deus. Correspondia, porém, a vida deles a suas palavras? O Mestre trabalhou arduamente para mostrar a seus discípulos que o que se tem no coração e na mente é mais importante do que a aparência exterior de santo. O amor puro e os motivos justos, aliados à oração, resultam naturalmente em obras cristãs.
Jesus ensinou os doze discípulos a orar e a curar. Esperava que eles, e todos quantos os seguissem, viessem a fazer o que ele fez. O livro dos Atos registra que seus discípulos curaram com muito sucesso.
Em certa ocasião, no entanto, um homem trouxe aos discípulos o filho dele, que sofria de fortes ataques, para que o curassem, mas eles não o curaram. O pai não perdeu a esperança e procurou Cristo Jesus, descrevendo o problema que lhe afligia o filho e contando que os discípulos não o conseguiram curar.
O que fez Jesus? A Bíblia registra simplesmente: “Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e desde aquela hora ficou o menino curado.” Mateus 17:18.
O que fizeram os discípulos? Não justificaram seu fracasso nem tampouco o esconderam; mas, quando ficaram a sós com o Mestre, procuraram sinceramente compreender por que não haviam curado o menino. Jesus respondeu: “Por causa da pequenez da vossa fé. .. . Esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.” Mateus 17:20, 21.
As palavras do Mestre dão resposta para todas as épocas. A incapacidade de curar não estava em Deus, que é onipotente e onipresente. Nem estava a dificuldade, tampouco, no método. Não! Confiar só na oração e nos meios espirituais, cura. Jesus não repreendeu a fonte ou os meios de cura. Repreendeu a atitude e as crenças daqueles que procuravam pôr em prática tais meios.
A Sra. Eddy escreve, sobre a resposta do Mestre: “Os cristãos que aceitam nosso Mestre como autoridade, consideram infalíveis suas palavras. Os discípulos de Jesus, ao não conseguirem curar um grave caso de demência, perguntaram a seu grande Mestre: ‘Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?’ Respondeu ele: ‘Esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.’ Essa declaração de nosso Mestre, com referência ao relativo valor, habilidade e certeza das leis divinas da Mente em oposição à mente humana e acima da matéria na cura da doença, permanece, sem sombra de dúvida, uma decisão divina a favor da Mente.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 190.
Deus, a Mente, pode curar e cura. Como discípulos de Jesus na era moderna, podemos confiar na mesma Mente em que ele confiou e nela nos podemos apoiar. Volver-se à Mente, o que conduz à alegria e ao consolo, também traz à luz tudo quanto, em nossa consciência, seja dessemelhante do Divino. Talvez fosse esse o motivo de ter o Mestre exigido não apenas oração, mas “jejum”.
Como se faz esse jejum? Como pode uma compreensão melhor do jejum auxiliar aqueles que desejam participar na cura por meios espirituais? Jejuar implica abster-se de opiniões humanas. Diariamente o metafísico faz escolhas: quando se levantar, o que comer, como orar, o que fazer, como pensar a respeito da família, dos membros da igreja, dos vizinhos, dos pacientes. Nessas decisões está incluído algo mais do que gosto e cultura. Um senso moral de escolha, baseado numa crescente compreensão de Deus, está sendo cultivado ou rejeitado.
O verdadeiro Cientista Cristão tem o dever de esforçar-se para refutar a mera opinião mortal. À proporção que cultivamos a pura compreensão de Deus, nosso julgamento baseia-se menos no testemunho dos sentidos e na educação dos mortais. Quando começamos a jejuar de pontos de vista mortais e de padrões obstinados do pensamento mortal, ficamos melhor capacitados a ouvir a Deus e a Ele obedecer. Gradativa e suavemente os detalhes de nossa vida diária se aproximam mais do que é divino. O próprio tom de nossas orações e de nossa vida vem a expressar mais do Cristo.
Ao nos aproximarmos de Deus, constatamos que as falhas de caráter passam a destacar-se como que em alto relevo. O jejum exige arrependimento sincero. É preciso abster-se de aceitar mentiras sobre Deus e o homem, desarraigando o pecado, de vez, do pensamento e da ação. À medida que nos vamos libertando de crenças mortais e egotistas, tornamo-nos mais sensíveis a essas crenças em outrem. Dessa forma o metafísico pode discernir essas crenças errôneas e enfrentá-las sábia e rapidamente, com o único propósito de curar e abençoar. A Sra. Eddy escreve, referindo-se a Cristo Jesus: “Se tivesse participado das crenças pecaminosas dos outros, teria sido menos sensível a essas crenças.” Ciência e Saúde, pp. 53–54.
“Esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.” Não seriam as palavras do Mestre outra forma de dizer que se faz necessária grande espiritualidade para realizar continuamente curas? O materialismo e o egotismo tentam emperrar diariamente as rodas do progresso. Aprender a amar e a curar a exemplo do Mestre não consiste só em orar ocasionalmente para nós mesmos ou para outrem. Nossa Líder, a Sra. Eddy, escreve: “Se a Verdade está vencendo o erro na tua conduta e conversa diárias, podes finalmente dizer: 'Combati o bom combate. .. guardei a fé', porque te tornaste um homem melhor.” No parágrafo seguinte, refere-se ao discípulo: “Se honesto, levará isso a sério desde o começo e se adiantará cada dia um pouco na direção certa, até que finalmente complete sua carreira com alegria.” Ibid., p. 21.
O tratamento, a oração, na Ciência Cristã tem forma e substãncia, não obstante, não está limitado nem contido no tempo. Quando alguém concorda em dar a outrem tratamento pela Ciência Cristã, este precisa ficar confirmado na forma em que o sanador vive naquele dia inteiro e em toda a sua vida. Isso apenas é a oração e o “jejum” que curam aqueles que procuram a verdade humilde e sinceramente.
A cada um de nós é possível procurar e servir a Deus com maior sinceridade hoje do que ontem. Na medida em que compreendermos melhor, comprovaremos melhor. O desejo de expandir a Causa da cura cristã impõe moralmente profundas exigências aos Cientistas Cristãos leais. Ainda assim, com amor, humildade e sinceridade, na medida em que seguirmos nas pegadas de Cristo Jesus, estaremos realizando o bastante.
 
    
