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Uma cura no Natal

Da edição de dezembro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Era Natal — o primeiro após o passamento de minha mãe. Eu era a filha mais velha e coube-me a tarefa de preparar a ceia, mas sentiame triste e oprimida.

Havia algumas semanas aparecera-me no abdome uma saliência do tamanho de um punho. Enquanto eu preparava o molho, tinha muitas dores. Pensei, então: “Muito bem, fique aí apenas mexendo o molho, ou pense no que significam realmente os símbolos do Natal.”

Comecei, então, pela estrela de Belém. Pensei que o papel da estrela era o de proporcionar esperança, luz e orientação durante a noite escura. Os navegadores freqüentemente se orientam pelas estrelas, e, assim, aquela estrela-guia podia representar a orientação espiritual, guiando as pessoas desde a noite do materialismo, ou escuridão mental, até o Messias ou Salvador. A orientação espiritual significava, para mim, que o Cristo, a Verdade, traz, constantemente, luz. Tendo essa luz, minhas decisões, meus propósitos e meus motivos podem ser divinamente estabelecidos e estar livres do critério inseguro de opiniões humanas ou de caprichos pessoais.

Os pastores — despertos, atentos, interessados — pareciam-me naturalmente talhados a estarem entre os primeiros a perceber esse portento celestial. Assim, essas qualidades pastorais mentais (vigilância, mansidão, disposição de expressar amor abnegado até mesmo com desconforto físico) podiam servir-me igualmente bem, pois, também eu reconhecia e seguia humildemente a orientação espiritual na consciência, aonde quer que me conduzisse.

Os reis magos, viajando grandes distâncias para entregar suas finas oferendas, prestaram sua homenagem ao recém-nascido. Pensei que esses magos simbolizam a submissão voluntária dos mais altos sistemas de conhecimento humano e suas valiosas invenções. Inclinaram-se perante Cristo Jesus, a representação humana da sabedoria divina, quem foi capaz de explicar todos os mistérios, dominar todas as formas de matéria e demonstrar a vida que não pode ser sepultada — como de fato o fez.

Reconheci na oferta dos presentes (ao menino Jesus e nas comemorações de hoje em dia) a expressão de amor e carinho, o acompanhamento natural do costume cristão de “paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” Lucas 2:14..

Quando ponderava por que dera-se na manjedoura, e não numa hospedaria lotada, esse evento divino, percebi quanta lógica havia num acolhimento humilde, símbolo da receptividade. Assim também o calmo e humilde escutar tornar-me-ia mais apta a ouvir e testemunhar a divina mensagem de cura do que o clamor da vontade própria, agitada e alvoroçada. O pensamento egocêntrico não abre lugar ao cicio tranqüilo e suave. A voz suave da Verdade na consciência de cada um auxilia-nos a escolher o certo, o bom, o puro.

Lembrei-me das palavras de um hino adaptado de um poema de John Greenleaf Whittier:

Saúdem todos a manhã,
Jesus menino nos nasceu.
A graça excelsa, divinal,
De espaço e tempo nos livrou.Christian Science Hymnal, n° 170.

Foi exatamente o que me aconteceu naquele Dia de Natal! Apartei-me das coisas do tempo e do espaço. A sensação de fadiga, dor e pesar desprendeu-se de mim. Eu não apenas mexia o molho, mas sentia-me inspirada pelo que ponderava. Ocorreram mudanças em meu ponto de vista, enquanto eu considerava o significado espiritual desses símbolos.

Assim, a ceia chegou ao fim, e a reunião da família foi alegre e harmoniosa. Mais tarde, ao banhar-me, notei que aquela saliência havia desaparecido! Simplesmente sumira; a pele estava macia — sem qualquer marca. O Cristo, a Verdade, operando em minha consciência, havia-me curado. Mostrou-me meu ser verdadeiro, espiritual, intocado pela moléstia. O advento da compreensão espiritual sobrepujou e silenciou a crença humana que se mostrara numa forma de desarmonia.

A comemoração do Natal por meio de tradições e símbolos é agora, para mim, diferente. A estrofe final do mencionado hino diz:

O simbolismo exterior,
Não mais habita dentro em mim.
A escolha fácil se tornou
Ao que a Deus louvor cantou.
Retém, irmão, o teu Natal,
Com zelo honesto, seu sinal,
Mas não condenes quem sentir,
Que o Cristo nasce hoje, aqui.

Esse sentir, no coração, o nascer da idéia divinal, esse aclarar, na consciência, o profundo significado das coisas, é algo que pode ser nosso diariamente. Espiritualmente, o despertar íntimo e a percepção trazem renovação; ficamos purificados, renovados. Seria de admirar que alegria, louvor, gratidão e cura acompanhassem essas reflexões espirituais?

A fundadora deste periódico e Descobridora da Ciência Cristã, a Sra. Eddy, transmite esperança a todos os que hoje procuram o método crístico de curar, esperança de vitória sobre a preocupação, a opressão, o desânimo, a moléstia, o desespero, o temor.

Diz-nos: “Jesus era o mais alto conceito humano do homem perfeito. Ele era inseparável do Cristo, o Messias — a idéia divina de Deus, fora da carne. Isso habilitou Jesus a demonstrar o seu domínio sobre a matéria. Anjos anunciaram aos Magos de outrora essa aparição dual, e anjos sussurram-na, pela fé, ao coração faminto em todas as épocas.” Ciência e Saúde, p. 482.

Ó, quanto é animador descobrir o significado mais profundo dos símbolos da bela história do Natal e, além disso, encontrar a cura genuína! Assim podemos ter Natal e curas — todos os dias!

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