Os Natais que para mim tiveram o maior significado, foram aqueles dos quais o Cristo veio participar, ainda que eu não estivesse preparado para o Natal.
Voltando-me persistentemente para a luz do Cristo, retornou-me a alegria na presença irresistível da realidade espiritual. Aprendi outra vez esta lição, a de que a luz da compreensão espiritual nunca está realmente perdida, porque não pertence ao mortal. É luz que emana de Deus e ilumina o homem que Deus criou. Tal luz está sempre conosco. Intocada pelas circunstâncias, a Verdade está sempre “preparada” e comunica-nos a inteireza da criação de Deus, inclusive de Seu homem.
Nesses dias de Natal, através da oração, houve curas físicas. E, ainda mais do que qualquer cartão de Natal poderia transmitir, percebi o Cristo, a mensagem de Deus para a humanidade, como a luz que resplandece nas trevas. Ver João 1:5.
Felizmente, o Cristo não está à espera de uma perfeita preparação humana para o Natal. Não exige que todos os pacotes de presentes estejam criativamente embalados, que as árvores estejam decoradas, a família reunida, não espera nem mesmo a preparação perfeita em resultado de horas e mais horas de silencioso estudo espiritual. O Natal chega a nós — se o permitirmos!
A estrela de Belém brilha sobre a palha tão facilmente como sobre o linho e a prata; sobre a caverna e os animais da manjedoura tão facilmente como sobre lugares confortáveis. E tem de manifestar sua própria inteireza, trazendo-nos à compreensão a retidão espiritual dada por Deus, a consciência de que o Amor divino dispõe tudo num significado espiritual e harmonioso. Eis a grande luz e o “cântico” do universo espiritual, ao qual o sentido espiritual de qualquer um responde, do mesmo modo que os pastores ouviram a milícia celestial que louvava a Deus e dizia: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” Lucas 2:14.
Estaremos “preparados para o Natal” se as digressões da vida na matéria não tiverem entorpecido e apresado nossa atenção, de modo a estarmos olhando na direção errada, quando a hora chegar. Obviamente, muitos estavam com os olhos distantes, ou olhavam na direção errada, à época do nascimento de Jesus e durante seu ministério. Os minúsculos acontecimentos da vida material com seus pretensos sucessos e supostas recompensas (ou seus fracassos e frustrações), determinavam totalmente os limites da atenção das pessoas.
Apenas algumas delas olharam para os céus, dispostas a aceitar o significado do seu tempo. Apenas algumas delas compreenderam o novo nascimento da espiritualidade.
Mary Baker Eddy, quem fundou uma Igreja destinada a seguir Cristo Jesus além dos convencionalismos da sociedade e a levar até à humanidade o pleno significado de Deus, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Há séculos atrás, os religionários estavam dispostos a aclamar um Deus antropomorfo e envolver Seu mandatário em pompa e esplendor; mas não foi dessa maneira que a verdade apareceu. Antigamente, a cruz era o símbolo central da verdade, e assim é até hoje.” Ciência e Saúde, p. 224.
Portanto, não é de pouca monta estar preparado para o Natal, no seu pleno significado espiritual. Verdadeiramente, estar preparado significa estar pronto para ouvir anjos, as mensagens de Deus aos homens. Significa estar disposto a sair no encalço do Cristo e, encontrando-o, adorá-lo calmamente, oferecendo-lhe dádivas, ou seja, reconhecendo, com toda nossa vida e nosso ser, que esta inocência pura é o ponto central de nossa existência, pois só ela pode revelar a Deus e ao homem. Estar pronto significa desejar com tanto empenho esta verdade sobre Deus e o homem como Seu filho, a ponto de demonstrá-la, mesmo que muitas pessoas no mundo continuem a zombar dela e a ignorá-la, alegando que a idéia-Cristo não tem valia ou que é impraticável.
Mas, por que consideramos o Natal tão profundamente significativo, quando, de fato, o Cristo pode ser conhecido em nosso coração a qualquer dia do ano? Porque Jesus, o filho humano nascido de Maria em Belém, expressou o Cristo como jamais antes ou desde então se fez. A Sra. Eddy comenta: “É deveras oportuno que os Cientistas Cristãos comemorem o nascimento de Jesus. Àquele que trouxe grande luz a todos os séculos, que disse ser leve seu fardo, é devida uma homenagem — mas ela está falida.” Miscellaneous Writings, p. 374.
Então, vale a pena estar pronto para este dia dos dias, o dia do nascimento de Cristo Jesus: o Dia do Natal. Mas a verdadeira preparação é puramente espiritual. E sempre estamos melhor preparados do que qualquer sentido humano das coisas pode sugerir. Estamos preparados quando o coração está aberto, franco e sinceramente desejoso da verdade e do amor. Procurando a estrela, escutando os anjos, também nós chegamos a encontrar a criança.
Por mais estranho que pareça, quando encontramos o Cristo, é a nós que se dão os maiores presentes, as dádivas da cura, da luz espiritual, do acesso a possibilidades ilimitadas. A Sra. Eddy observa: “A lembrança do menino de Belém propicia aos mortais dádivas maiores do que as dos reis magos — esperanças que não podem enganar, que despertam as profecias, os clarões de glória, as coroas de mansidão, os diademas do amor.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 258.
Encontrar esta criança é conhecer algo de nossa própria inocência e pureza eternas, como filhos de Deus. Aí nos maravilhamos com a realidade de nossa própria vida em Deus e a revelação do Cristo que vem, ao sentido humano obscurecido, como “a luz do mundo” João 8:12..
 
    
