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São os problemas barreiras para nós?

[Original em português]

Da edição de dezembro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Quantos de nós já não ouvimos a expressão: “Quem não tem problemas para enfrentar?” Esse será um ponto de vista desalentador, especialmente se considerarmos outra pessoa ou até mesmo o próprio Deus como responsável pela dificuldade surgida.

Mas, se analisarmos o assunto dentro do parâmetro da Ciência Cristã
Christian Science (kris’tiann sai’ennss), vemos que as dificuldades nada mais são do que uma pretensão da assim chamada mente mortal a existir e dizer que governa nossas experiências, nosso corpo, nossa vida.

Certa experiência por que passei oferece um exemplo. Quando minha esposa e eu voltávamos, de ônibus, de uma reunião que se deu num país vizinho ao nosso, notei que havia sumido uma bolsa com todos os documentos, passaportes, cartões de crédito e talões de cheques. O momento do primeiro impacto foi o decisivo: ou eu me desesperava, cruzava os braços na apatia de me considerar vítima indefesa de um furto, ou me decidia a saber que era a oportunidade de se manifestarem as obras de Deus Ver João 9:3.. Optei por esta. Uma das primeiras providências foi telefonar para uma praticista da Ciência Cristã, que me apoiou muito e reforçou a minha confiança em Deus. Acedeu em orar por mim. Minha esposa também apoiou com suas orações e atitudes. Todos os acontecimentos daí para frente foram em conseqüência desse primeiro passo, dessa opção certa.

Comecei a dar os passos humanos necessários. Fui à delegacia de polícia abrir ocorrência, enquanto minha esposa foi aos bancos cancelar os cheques e cartões de crédito. Segundo os policiais, a perspectiva de reaver os documentos era quase nula.

Procurei sempre estar firme na Verdade, não me deixar sugestionar pelos comentários e não pôr barreiras para a manifestação da presença e do poder de Deus. Fui me conscientizando de que a verdade já declarada por mim e pelo trabalho da praticista era uma lei em ação. Então notei que alguns hinos do Hinário da Ciência Cristã me vinham ao pensamento e traziam mensagens como anjos guiando os passos. Percebi que estava cantarolando os trechos

Teus anjos vêm me libertar;
Sou livre do temor ...Hinário, n° 136.

Deus guia-me, Deus guia-me,
Com Sua mão, sim, guia-me;
Seu seguidor fiel serei,
Com Sua mão, pois, guia-me.Ibid., n° 95.

Durante a viagem eu havia estudado a lição-sermão do Livrete trimestral da Ciência Cristã e lido muitos trechos da Bíblia. Um deles, que ficou gravado e me dava uma profundo sensação de paz e tranqüilidade sempre que lembrava, era o da oração sacerdotal de Cristo Jesus, especialmente quando diz: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra.”  João 17:20. Eu me sentia abençoado e protegido.

À noite, em casa, minha esposa e eu reafirmamos o amor que o Pai tem por todos os Seus filhos, e incluímos em nossa oração a pessoa que praticou o furto. Juntamente com a praticista, oramos para entender que minha identidade espiritual não foi e nunca poderia ser tocada, estava intata e protegida. Tudo estava governado pela Mente única.

No dia seguinte peguei a concordância dos escritos de Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, e sob os títulos de Individualidade e identidade estudei os trechos. Continuei a afirmar a verdade a respeito de minha identidade e a aumentar a minha compreensão da Vida, Deus. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras diz: “O corpo e a mente materiais são temporais, mas o homem real é espiritual e eterno. A identidade do homem real não se perde, mas é encontrada graças a essa explicação; pois que por ela a infinidade consciente da existência e de toda identidade é discernida e permanece inalterada. É impossível que o homem perca qualquer coisa de real, quando Deus é tudo e está eternamente com o homem.” Ciência e Saúde, p. 302.

Essas palavras, bem como as mensagens angelicais de passos guiados, que ainda me vinham por hinos, estavam tão fortes que pouco eu percebia as falsas barreiras exibidas pela mente mortal, que queria falar do problema, do medo, da insegurança e outras mentiras, como a dificuldade em se achar algo valioso perdido numa cidade tão grande. Procurei ficar receptivo para os passos a que o Pai me orientasse e ser paciente.

Pouco tempo depois telefonaram de um dos bancos, informando que alguém tentara passar um dos cheques numa loja, para pagar suas compras cuja entrega ficara retida. Enquanto a experiência se desenrolava, senti que a mão de Deus estava agindo e que o Cristo estava dirigindo os nossos passos, removendo as barreiras da crença mortal não só de mim, mas de muitas pessoas que se envolveram no caso.

Ao ter de tratar dos vários pontos, eu procurava sempre afirmar a verdade, inclusive a da inocência e honestidade espirituais da pessoa que fizera isso. Foi uma oportunidade prática de esforçar-me para emular Jesus, quem, como Ciência e Saúde explica, “via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais” Ibid., pp. 476–477..

À medida que eu sentia a atividade da mão de Deus mostrando o caminho, notava que minha compreensão espiritual progredia mais, e já não tive barreiras para ver pureza nessa pessoa.

O poder da verdade de fato demonstrou-se naquele dia. O rapaz voltou à loja para pegar suas compras e aí foi interceptado pelos investigadores! Poucas horas mais tarde eu já estava com a bolsa, com todos os documentos, cartões e cheques. Excluindo a emissão de um único cheque, que serviu de pista, nenhum outro documento foi usado. Os investigadores, que há anos lidam com casos semelhantes, disseram ser inédito o que aconteceu — numa cidade com doze milhões de habitantes uma bolsa ser furtada e voltar intata ao seu dono em menos de vinte e quatro horas. Comentaram que minha “sorte” era extraordinária. Eu, com o coração transbordante de alegria e gratidão, disse-lhes do poder da oração, e do carinho e cuidado que o Pai tem por nós.

A Ciência Cristã nos ensina e habilita a demonstrar que há uma só Mente, Deus, que governa tudo, inclusive o homem, Sua imagem e semelhança. A Mente divina é Tudo, a causa real única, sempre presente, e é-nos possível volver-nos a essa Mente para que passe a orientar e governar nossas experiências e nossa vida. Ao aumentar nossa compreensão do Espírito e de nossa verdadeira natureza espiritual, alcançamos domínio. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A Mente divina é a Alma do homem e dá ao homem domínio sobre todas as coisas.” Ibid., p. 307.

Sob essa verdade, vemos que as barreiras à harmonia, as quais a crença na mente mortal nos procura apresentar, são ilusórias. Tornam-se grandes oportunidades de crescimento espiritual, ao impelirem-nos a demonstrar que o homem sempre está sob a proteção e o amor do querido Pai. Então já não nos lembrar com o teatrinho da mente mortal. Devemos sempre nos lembrar de que essa assim chamada mente apenas sugere vida e sensação na matéria; e, na proporção de nossa espiritualidade, aceitamos ou rechaçamos a sugestão. Se estivermos firmes compreendendo que a única Vida é a divina, e que nós, como idéias de Deus, expressamos todas as qualidades da Vida, ou seja, beleza, pureza, bondade, atividade, fartura, harmonia, estaremos cada vez menos sujeitos ao mal, ou magnetismo animal. Uma luz surge, guiando, mostrando os caminhos que levam à solução dos problemas; e assim nos identificamos mais e mais com a proteção e segurança que encontramos com o Pai.

Cada um de nós deverá crescer em compreensão para expressar Deus cada vez mais e saber que Ele nos dá, e mantém, somente o bem espiritual. Ao passarem por um homem cego de nascença, os discípulos perguntaram a Cristo Jesus quem havia pecado, para que o homem nascesse cego. O Mestre respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus.”  João 9:3.

É essa a percepção que devemos ter. Se a dificuldade surgiu, está em evidência, então vamos parar de condenar o mundo e vamos trabalhar — orar para superarmos a sugestão de que somos vítimas e para estarmos receptivos às “obras de Deus”. Sabemos que Suas obras são boas, perfeitas, só nos trazem felicidades e se manifestam instantaneamente pela ação de Sua própria onipresença e onipotência. “Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros”  Tiago 4:8., é o que diz a Bíblia. Cristo nos mostra como solucionar os problemas, quais passos dar, qual caminho seguir.

Não há barreiras para Deus, e portanto elas também não podem existir para a pessoa que esteja vigiando e orando. É lógico que ninguém quer dificuldades, mas se elas surgirem, devemos enfrentá-las e vencê-las com o poder da oração, com a justiça do Amor divino, que é uma lei ativa que aniquila todo o mal — não apenas crime, como também carência, desarmonia, doença, ou qualquer outra crença.

A Ciência Cristã nos dá todos os elementos necessários para vencermos as aparentes barreiras que a mente mortal nos apresenta. Através da luz que ela projeta sobre as Escrituras, principalmente sobre os ensinos de Cristo Jesus, a Ciência sempre nos traz progresso à compreensão, nos mostra que somos filhos amados de Deus, o Amor. O nosso estudo nos traz a segurança e certeza de que a nossa vida é espiritual, e por isso não estamos sujeitos a problemas, mas temos domínio sobre eles.

Devemos diariamente fazer nosso trabalho de comunhão com o Pai e, através do estudo e da oração, estar alerta e vigilantes. Dificuldades poderão surgir, mas quando pensamos e agimos cientificamente, verificamos que, em vez de serem transtornos ou barreiras, elas se tornam a oportunidade de demonstrar “as obras de Deus”.

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