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Restaurando os que sofreram abuso

Da edição de dezembro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Os detalhes de relatos sobre crianças que sofrem por formas de abuso chocam as pessoas escrupulosas pelo mundo a fora. A cada dia que passa, há maior divulgação, nos noticiários, deste tipo de crime.

Quem não deplorará o abuso e o mau trato de crianças? Em certos casos, a indignação avulta. A solidariedade para com a vítima pode tornar-se tão intensa que tende a aumentar o desejo de vingança.

Determinar a culpa e a punição é trabalho dos tribunais. Restabelecerá tal sentença, porém, o que sofreu abuso? Por si só, curará a comiseração os corações quebrantados e os corpos feridos? A sociedade faz bem em preocupar-se, pois os especialistas que examinam os agressores informam que estes, muitas vezes, sofreram abuso quando jovens. Será que a lastimável vítima de hoje destina-se a ser o agressor de amanhã?

A Regra Áurea oferece a saída para inverter-se essa tendência. Ser vítima da agressão alheia não precisa resultar em agressão a outrem. Deus revela a Si mesmo como Amor, e a justiça do Amor tem efeito restaurador para todos. Diz o Salmista: “O Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e de geração em geração a sua fidelidade.” Salmos 100:5.

Talvez parecerá difícil, em vista dos lamentáveis resultados do abuso, perceber que a verdade de Deus e Sua criação perfeita é demonstrável agora. Contudo, reconciliar-se o humano com o divino, em oração e crescimento espiritual, inevitavelmente trará a cura. Permanece sempre o fato de que a criação divina (inclusive o homem espiritual que, de acordo com as Escrituras, é criado à semelhança de Deus) é tão incapaz de acordo mal como de sofrer dano. Deus, o bem, não apóia nem a ocorrência, nem a repetição nem a lembrança do abuso. Por maior que pareça a distância entre o caso e a realidade espiritual, todos os envolvidos podem, assim mesmo, compreender e demonstrar a inteireza inviolável do homem. Esta é, na verdade, a nossa própria inteireza. Ao invés de haver uma geração de mortais a praticar abuso contra outra, pode vir a acontecer o que o Salmista proclama, ao referir-se a Deus: “Uma geração louvará a outra geração as tuas obras, e anunciará os teus poderosos feitos.” Salmos 145:4.

Cristo Jesus, o Filho de Deus, amou com ternura tanto os pequeninos como os adultos. Curou tanto os agressores da sociedade, como suas vítimas. Suas palavras: “Perdoados são os teus pecados” Lucas 7:48. comprovaram-se na cura da pecadora. Sua ordem: “Levanta-te ... e anda” João 5:8. pode ter parecido impossível ao homem preso ao leito atender. No entanto, o homem levantou-se e andou, curado. Da mesma forma, não duvidemos do que Jesus prometeu a seus seguidores: “Nada absolutamente vos causará dano.” Lucas 10:19. Podemos estar certos de que o eterno Cristo, a Verdade que Jesus exemplificou, está na plena posse de seu poder para fazer com que a promessa se cumpra hoje. O Cristo é a mensagem de Deus para a humanidade.

Assim que, com nosso estudo e prática, aceitamos em nossa vida a mensagem de Deus, esta começa a apagar, no âmbito de nossa experiência, as feridas e cicatrizes físicas, morais e espirituais que tendem a marcar e a perseguir as vítimas do abuso. O Cristo defende com coragem os inocentes, da fúria e da animalidade. E, com a compreensão e a demonstração espiritual do Cristo, a Verdade, as pessoas são curadas; sua perfeição e pureza — imperturbadas e intatas na verdadeira identidade do homem — são restauradas.

A lei de Deus pune o culpado até que haja arrependimento completo, pois o Cristo revela que o homem ideal de Deus nem abusa nem sofre abuso. A Sra. Eddy, Descobridora da Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), escreve: “Esta é a lei da Verdade com relação ao erro: ‘Certamente morrerás.’ Esta lei é energia divina. Os mortais não podem impedir o cumprimento de tal lei; ela se aplica a todo pecado e seus efeitos.“ Miscellaneous Writings, p. 208.

Mais ainda, aquele que abusa de crianças deve corrigir-se de seu crime e é o que finalmente fará. Jesus ensinou que o mal “é mentiroso e pai da mentira” João 8:44.. À luz da Ciência do Cristo vemos que há, basicamente, um só malfeitor que todos precisamos enfrentar. Esse malfeitor é a crença, errônea, de que o mal tenha realidade e poder. É responsabilidade de cada um de nós vencer o mal: o ódio, o ressentimento, a vingança, bem como o medo e a mágoa. Cada um de nós deve tomar posição firme a favor da verdade, da realidade de que há um único poder, Deus, o Todo-Poderoso. O mal sugere existirem motivações ou força de vontade em separado da Mente única, o Amor irreversível; sugere haver inocência separada, de certa forma, da segurança que a Alma divina proporciona. A Ciência, porém, pergunta: Pode algum delito desviar-se, ou escapar, do castigo pertinente ao mal, se considerarmos que Deus, o bem, é, na verdade, Tudo-em-tudo?

A Ciência Cristã ensina que a vontade de Deus é saúde, harmonia e alegria para todos. A Ciência ensina como exercer a autoridade da vontade divina, como silenciar motivos malévolos antes que se transformem em atos maléficos; como demonstrar a justiça divina de forma tangível. E a prática da Ciência Cristã cumpre a promessa bíblica: “Eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das cousas passadas, jamais haverá memória delas.” Isaías 65:17.

Os “novos céus e nova terra” emergem com o renascimento espiritual individual do “novo homem”, a quem o Apóstolo Paulo se refere, e do qual todos participamos. Este novo homem, ou o homem real, a nossa verdadeira natureza, não é nem adulto nem criança, mortal maduro nem imaturo. O homem é eternamente completo e perfeito. O homem reflete, com imparcialidade, o Amor inefável, e nele está envolto em segurança.

Como a manifestação do Cristo para esta época, a Ciência Cristã proporciona-nos a oportunidade de despertarmos espiritualmente aqui e agora — e compreendermos, passo a passo, que a individualidade espiritual do homem está isenta de mal. Muitos Cientistas Cristãos estão ativos em despertar a si mesmos e a outros — primeiro para abrir os olhos às pretensões do mal, e, depois, para superá-las. Um exemplo de como certa Cientista Cristã auxiliou seu país pode ser encontrado no artigo à página 561 deste Arauto.

Ciência e Saúde estabelece o ponto primordial a ser enfrentado pela sociedade afim de resolver a exploração de seus jovens: “A humanidade precisa aprender que o mal não é poder. Seu pretenso despotismo é apenas uma fase do nada. A Ciência Cristã desmantela o reino do mal, e promove no mais alto grau, a afeição e a virtude nas famílias, e portanto, na comunidade.” Ciência e Saúde, pp. 102–103.

Todos são amados de Deus. A proteção de Seu Cristo está disponível a todos. Mesmo que os meios humanos de proteção venham a falhar e mesmo que alguém seja considerado por demais empedernido ou jovem demais para estar consciente da mensagem do Cristo na Ciência, ainda assim, a missão do Cristo está sempre ativa e inclui a todos.

Nenhum ser humano pode ser tão brutal que não possa ser redimido pelo Cristo, o Redentor divino. E nenhum ser humano pode ter sido a tal ponto brutalizado que não possa ser restabelecido pelo Cristo, o Restaurador celestial. Nem pode algum ser humano ficar a tal ponto irado que não consiga discernir que é também dele a responsabilidade de trazer à luz o céu na terra, reivindicando, em espírito de oração, o socorro do Cristo e o restabelecimento, por meio do Cristo, de todo aquele que esteve envolvido em casos de abuso.

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