Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

“Sou inofensivo”

Da edição de dezembro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Beto criou-se numa região costeira, no extremo norte da Nova Zelândia. Gostava de fazer longas caminhadas pelos promontórios desertos que se adentravam no Oceano Pacífico entre praias de areias douradas. Gostava de sentar nas pontas rochosas de onde podia observar as ondas do mar a quebrarem-se nas pedras e avançarem mansamente até às praias, mais calmas. No verão, as praias estão enfeitadas pelas flores, na cor vermelho-vivo, das mirtas dos Mares do Sul ou “pohutukawa”, como ali são chamadas, e pelas plantas de linho com suas flores altas. Outrora, os maoris, que habitavam a Nova Zelândia antes de chegarem os europeus, faziam roupas e cestos desse linho.

Num lindo dia de verão, perto do Natal,Os leitores lembrarão que as estações do ano são, no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul, exatamente inversas. Assim, na Nova Zelândia o Natal cai no verão. Beto saiu para uma longa caminhada por um promontório que ele ainda não havia explorado. O reflexo do sol brilhava nas ondas do mar e a terra exalava o aroma penetrante dos arbustos. Mas, ao se aproximar do ponto aonde queria chegar, o chão começou a ficar pedregoso e escorregadio, e era perigoso continuar. Olhando em volta, à procura de um caminho mais seguro, Beto viu uma estreita trilha aberta pelas ovelhas, logo abaixo, ao longo da beirada do penhasco, acima dos rochedos. Havia naquela trilha um bom e sólido arbusto de linho que, se ele se deixasse escorregar pelo pedregulho, o seguraria. Então poderia continuar o passeio até o promontório. O arbusto via-se muito bonito, coberto de flores e como que empoleirado na encosta do penhasco, seis metros acima das rochas onde se quebravam as ondas azuis. Beto estava feliz com o lindo dia, ao deslizar na direção do arbusto.

Mas aí teve uma grande surpresa! As flores do linho estavam cobertas de vespas, nada contentes com alguém tão grande vindo de encontro ao arbusto delas. As vespas começaram a picá-lo no rosto e nas partes expostas do corpo.

“O que vou fazer?” ofegou. Beto não conseguia enxergar através da nuvem de vespas para poder correr pelo estreito caminho. A dor era tão forte que quase ficou tentado a jogar-se nas rochas lá embaixo. Por isso, fez apenas o que podia fazer — orou a Deus.

Beto morava longe de uma Escola Dominical da Ciência Cristã ou de uma igreja filial, mas seus pais haviam-lhe ensinado bastante coisas acerca desta religião. (Um pequeno grupo de Cientistas Cristãos reunia-se a cada domingo para ler a lição bíblica No Livrete trimestral da Ciência Cristã. semanal e cantar hinos.) Beto lembrou-se de um salmo que começa assim: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.” E outro versículo lhe veio à mente: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus.” Salmos 46:1, 10.

Beto ficou imóvel e, depois, disse às vespas: “Vão embora! Vocês são criaturas inofensivas de Deus.”

Aí, pensou um pouco mais e disse: “Somos todos criaturas inofensivas de Deus. Eu também sou inofensivo. Deus criou tudo e tudo é bom.” Pois entendera que, para as vespas, ele era um inimigo e elas estavam simplesmente procurando se defender. Viam nele um enorme intruso a interferir com seu lindo dia de verão em meio às flores. Fora isso mesmo o que ele pensara delas, vendo-as como suas inimigas, culpando-as de estragar seu belo passeio pela costa.

Quando o entendeu, as vespas pararam de atacar e voltaram às flores. Foi como se percebessem que ele não lhes causaria mais problemas.

Entretanto, quando se levantou, Beto sentiu muita dor e estava assustado. Logo seu rosto ficou tão inchado que Beto mal conseguia enxergar. Gostaria que seus pais ou algum praticista da Ciência Cristã o ajudassem a obter a cura. Mas, antes de chegar à casa mais próxima, teria de andar quase três quilômetros ao longo do promontório.

Começou a caminhar devagarinho, procurando lembrarse de alguma história bíblica apropriada à situação.

Lembrou-se da história de Paulo em sua jornada para Roma, contada nos Atos dos Apóstolos. Ver Atos, caps. 27–28. Paulo encontravase entre um grupo de prisioneiros a caminho do julgamento. Primeiro naufragou; depois foi atacado por uma cobra. Talvez Paulo se houvesse sentido sozinho — assustado, até — mas ele sacudiu da mão a cobra e livrou-se dela. Mal podia imaginar, então, o quanto contribuiria para a conversão do Império Romano ao final daquela jornada. Paulo simplesmente obedecia a Deus e confiava em Seu cuidado. Com certeza sabia que, ao pregar o Cristo, a Verdade, fazia o trabalho de Deus e era inocente de qualquer crime.

Beto compreendeu que, por terem sido suas intenções inocentes, pois ele não tencionara agredir as vespas, os ferrões destas não podiam afetá-lo. Ele participara do dia alegre e inofensivo de Deus. E ainda fazia parte desse dia, expressando alegria e obediência. Se ele dissesse a Deus sinceramente: “Sou Tua expressão; guia meus passos”, Deus lhe mostraria como chegar em casa.

Ao final da longa caminhada, Beto podia enxergar suficientemente bem para correr à sua própria casa. A mãe dele notou-lhe o rosto inchado e viu que ele estivera chorando. Sentaram-se enquanto ele contava sua história. A mãe mostrou-lhe um trecho no livro Ciência e Saúde da Sra. Eddy, que confirmava o que ele pensara sobre as vespas. “Por compreender o domínio que o Amor tinha sobre todas as coisas, Daniel sentiu-se em segurança na cova dos leões, e Paulo provou que a víbora era inofensiva. Todas as criaturas de Deus, que se movem na harmonia da Ciência, são inofensivas, úteis, indestrutíveis.” Ciência e Saúde, p. 514. Falaram na beleza daquele dia e em como, na realidade, nunca fora interrompida. O incidente todo era uma mentira acerca das criaturas de Deus. Beto e as vespas haviam cometido um tolo engano, mas isso nunca havia ocorrido realmente no dia de Deus.

Logo a dor e o inchaço sumiram dele completamente, e seu coração parou de bater tão forte. Beto ainda voltou à praia para catar conchas e brincar nas ondas. As picadas nem ardiam mais.

Beto nunca esqueceu daquela lição sobre as criaturas de Deus.

As experiências de curas em artigos do Arauto foram cuidadosamente verificadas, inclusive em artigos escritos por crianças ou para estas.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / dezembro de 1985

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.