“Anjos. Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas; a inspiração da bondade, da pureza e da imortalidade, neutralizando todo o mal, toda a sensualidade e mortalidade.” Ciência e Saúde, p. 581.
“Pensamentos de Deus ... intuições espirituais ... a inspiração da bondade. ...” Como é confortador saber que os pensamentos de Deus estão sempre conosco, satisfazendo-nos em cada uma de nossas necessidades de sabedoria, força, auxílio. A explicação que a Sra. Eddy dá em Ciência e Saúde do termo bíblico “anjos” mostra-nos que os anjos podem e devem fazer parte natural de nossa vida.
Anjos não são mitos; anjos têm realidade. A Ciência Cristã revela, todavia, que anjos não são seres espirituais emplumados, bonitos e um tanto misteriosos. Ciência e Saúde explica-nos: “Os anjos são pensamentos puros que emanam de Deus, alados com a Verdade e o Amor, seja qual for sua individualidade.” Ibid., p. 298.
Todos podemos ter — e, em realidade, já temos — os anjos da presença de Deus que nos guardam e guiam. Essas intuições espirituais apresentam algo da verdadeira natureza da consciência. Cada um de nós é, na verdade, o reflexo espiritual, o homem, de Deus. Como imagem e semelhança de Deus, o homem inclui tudo o que Deus transmite; o homem sabe assim como Deus sabe. Cristo Jesus falou nessa simples, mas profunda, verdade metafísica, quando disse: “O Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz.” João 5:20. A plenitude de Deus tem de ser, e é, refletida na inteireza do homem.
Os anjos vêm a nós como pensamentos sanadores, pensamentos de amor, sabedoria, proteção. São sinais do Cristo, a Verdade, o Salvador sempre presente na consciência humana. Podem acudir-nos como idéias específicas de cura, como clara orientação ou, simplesmente, como terna afeição espiritual por alguém, a qual resulta em bênçãos para nós e para outrem.
Entretanto, precisamos estar suficientemente tranqüilos a fim de ouvir essas mensagens que nos falam suavemente na profundeza da consciência. As vozes angelicais são perfeitamente audíveis ao nosso sentido espiritual. Mas, para que delas possamos colher a inspiração, temos de silenciar os clamores arrogantes da assim chamada mente mortal em sua tentativa de declarar-se real. E silenciamos o alarido da mente mortal, ou vontade humana, ao orarmos diariamente para entender que o homem é governado pelo Amor divino e para ceder a esse governo.
A articulista lembra que foi curada de um problema físico depois de orar fervorosamente para superar a atitude de crítica em relação a outra pessoa, como ela membro da igreja. Quando deixou de ater-se mentalmente à justificação própria e cedeu ao controle do Amor, foilhe possível ouvir a mensagem angelical que lhe falava na identidade verdadeira, divinal, daquela companheira de trabalho. Prestando ouvidos àquela mensagem espiritual, também reconheceu sua própria substância espiritual imaculada como filha amável de Deus; e ficou curada.
Cristo Jesus dizia freqüentemente àqueles a quem falava, que deveriam realmente ouvi-lo. Depois de contar a parábola do semeador e da semente às pessoas que o rodeavam, disse-lhes: “Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.” Ver Mateus 13:1–23, 43.
Deus dá-nos a todos “ouvidos” para ouvir: a capacidade de entender espiritualmente e de obedecer. Essa é uma capacidade inerente à nossa natureza verdadeira. Aceitando em grau maior essa natureza, compreendemos que entre as belas características das mensagens angelicais está a de que nunca são complicadas. Na parábola do semeador, Jesus tem mensagem singela. Diz a seus seguidores que, e quiserem abrir caminho para que a palavra de Deus lhes enriqueça a vida, precisam preparar o coração para receber nele as bênçãos de Deus. Preparar o coração para receber mensagens angelicais consiste em consagradamente demonstrar afeição, honestidade, humildade, pureza espirituais, qualidades crísticas estas que pertencem naturalmente a cada um de nós como idéias de Deus. Essas qualidades abrem-nos os “ouvidos mentais”, por assim dizer, àquilo que precisamos ouvir, no momento em que precisamos ouvi-lo.
Muitas vezes o que os anjos nos dizem não é facilmente aceito pelo que chamamos o nosso bom senso. Talvez nos venha a intuição de tomar direção completamente oposta àquela que seguíamos, ou mesmo, a de fazer algo bastante diferente da nossa maneira de agir habitual. As mensagens de Deus nunca estão confinadas às formas convencionais do pensamento mortal nem são por elas limitadas. Os anjos transcendem o sentido mortal. Quando prestamos atenção àquilo que é espiritualmente verdadeiro, é não ao sentido corpóreo, obedecendo às intuições espirituais que procedem de Deus, ficamos conscientes de que Deus está presente conosco, a guiar nossos passos, e disso temos provas.
Como podemos ser mais receptivos à inspiração dos anjos? Talvez uma das formas seja a de desenvolver em nós a disposição de submeter a todos os nossos planos e projetos acerca da maneira pela qual o bem deve manifestar-se em nossa vida e na dos demais. O bem — o bem espiritual que procede de Deus — está acima de qualquer planejamento. O bem é infinito, está disponível a todo instante, porque Deus, o Espírito divino, está sempre presente. Os anjos dizemnos que o suprimento é ilimitado, as oportunidades são infinitas e o amor é eterno. Os anjos são a voz da Alma, assegurando-nos que Deus está sempre conosco. Escreve a Sra. Eddy em Miscellaneous Writings: “Nesse Seu refúgio da Alma não penetra nenhum elemento da terra para expulsar anjos, para silenciar a intuição correta que vos guia em segurança ao lar.” Mis., p. 152.
Os pensamentos de Deus, as intuições espirituais, as inspirações da bondade — de quantas maneiras diferentes Deus nos expressa Seu cuidado vigilante, com amor e orientação! Como saberemos que são anjos os pensamentos a aflorarem em nosso coração? No livro Miscellaneous Writings temos a resposta: “Quando anjos nos visitam, não ouvimos o ruflar de asas, nem sentimos o contato suave da plumagem do peito de uma pomba, mas reconhecemo-lhes a presença pelo amor que despertam em nosso coração.” Ibid., p. 306.
Iremos ouvir cânticos angelicais, neste Natal?
 
    
