Poderá o casamento continuar sendo um caso de amor, em vez de encalhar nos baixios da desilusão? O que é preciso fazer para manter vivo um casamento e não deixar que se transforme noutro dado estatístico no alto índice de divórcios? Quando o casamento está firmemente alicerçado em valores espirituais e morais, é ele um tesouro, uma das experiências de crescimento mais ricas na vida.
Meu marido e eu devemos à Ciência Cristã nosso casamento duradouro e feliz, porque a Ciência nos ofereceu a maneira espiritual de encarar essa instituição humana. Na época em que nosso amor desabrochava, percebemos o quanto era importante tanto a Bíblia como o capítulo “O Matrimônio” no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde pela Sra. Eddy. Esse capítulo faz parte integrante da revelação da Ciência do Cristo. Percebi que, como tal, as declarações sobre o casamento contidas no livro-texto eram inspiradas e tinham a autoridade e a sanção da lei divina. Vi que, longe de serem mera opinião arbitrária ou código vitoriano de comportamento, esses ensinamentos refletem uma lei científica a que eu devia aderir e obedecer para minha própria felicidade e crescimento espiritual, bem como para benefício da sociedade.
Quando nossas intenções se tornaram sérias, portanto, começamos a ler tudo o que a Sra. Eddy havia escrito a respeito de casamento e de divórcio do ponto de vista do moral do casamento. Queríamos progredir juntos, ser felizes em nosso casamento e, desse modo, proporcionar uma atmosfera de harmonia e permanência para os filhos por vir. Fomos zelosos e fizemos nossas orações, sabendo que após os votos matrimoniais não haveria desculpas para queixas. Quando confrontados quer por pequenas diferenças quer por incompatibilidades fundamentais, consultávamos o livro-texto para ver como a revelação da Ciência Cristã ditava as regras e nos guiava para a solução correta. Sabíamos que esse companheirismo de uma vida toda podia ser sempre abençoado, porque contava com essa firme base espiritual. E assim tem sido.
Claro, não pretendemos afirmar que nunca houve tempestades. Mas nosso casamento sobreviveu às horas de provações causadas por frustração, desapontamento e mágoas, enquanto crescíamos para nos vermos reciprocamente na própria luz de Deus. Isso não significa encobrir os enganos e as falhas de caráter, mas, sim, enfrentá-los, encorajar o bem e desenvolver o potencial dado a cada um por Deus. A Ciência Cristã mostra que Deus é a causa única e que o homem é Seu efeito perfeito. Esta verdade fornece a base desde a qual substituir o conceito errôneo de homem — tanto no que diz respeito a nós próprios como a respeito de nosso cônjuge — pelo verdadeiro conceito do homem como idéia de Deus. A Sra. Eddy diz-nos: “O homem científico e seu Criador estão aqui, e não serias outro homem senão este, se subordinasses as percepções carnais ao sentido e à origem espirituais do ser.”Unity of Good, p. 46.
Talvez digas: “Isto está muito bem, porque ambos se apoiam reciprocamente e trabalham juntos metafisicamente. Mas, no meu casamento, tenho de lutar sozinho!” Sem cooperação, é claro, a viagem é dura, para não dizer outra coisa. Como enfrentar os desafios da teimosia empedernida, da indiferença mal-humorada, da insistência em impor a própria vontade ou, talvez, até mesmo o desdém e o ódio? Por certo não se encontra a resposta no raciocínio humano, nem numa atitude submissa de ser bom, mas na oração e na demonstração científica. Talvez se requeira de nós grande fé e esforço paciente, mas podemos crescer e não nos deixar levar pela mentira a respeito do homem, crescer e demonstrar a harmonia em nossa vida. Com a graça de Deus podemos persistir, não importando qual o grau de dificuldade ou de renitência que a situação pareça apresentar. Se nos ativermos ao que é divinamente real, ao que está acontecendo na Verdade, veremos claramente todo o nosso caminho. Como o livro-texto explica: “Há um único caminho que leva ao céu, à harmonia, e Cristo, na Ciência divina, mostra-nos esse caminho. Consiste em não conhecer nenhuma outra realidade — em não ter nenhuma outra consciência de vida — senão o bem, Deus e Seu reflexo, e em elevar-nos acima das supostas dores e prazeres dos sentidos.”Ciência e Saúde, p. 242.
Todo casamento tem seus altos e baixos, mas acaso não nos melhoramos sempre com a autodisciplina aprendida ao partilhar, confiar, perdoar? A consideração pelo bem-estar e a felicidade de outrem dá prova do Amor que é Deus. Firmamos as amarras de nossa própria alegria quando somos altruístas, cooperamos e servimos de esteio. A alegria e a bem-aventurança acompanham a prática diária dos dois grandes mandamentos da Bíblia: amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo. Ver Mateus 22:36-39.
Ainda que em meio a conflito e dissensão, podemos aprender corretamente as lições que a vida oferece e delas tirar proveito. Apegando-nos à nossa mais elevada identidade, revelada em Cristo, encontramos em cada experiência o bem. Confiamos no desenvolvimento do bem à maneira de Deus. A Sra. Eddy indica o caminho: “Lembra-te, jamais podes ser levado a situação alguma, por mais grave que seja, em que o Amor já não esteve antes de ti e em que sua terna lição não te aguarde. Portanto, não te desesperes nem murmures, pois aquilo que procura salvar, curar e libertar, te guiará, se procurares essa orientação.”The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp. 149–150.
Estás desiludido com teu cônjuge? O casamento pode ser o céu ou o inferno, dependendo de que sua doce promessa floresça ou estiole. Achar que o casamento não correspondeu a nossa expectativa, que não estamos crescendo no mesmo ritmo e que estamos em cursos diferentes, ou mesmo que, no casamento, estamos sendo a vítima, são problemas que muitos casais têm de solver. Talvez tenha-te ocorrido seguir avante sozinho. Mediante a oração sincera, no entanto, encontrarás a orientação divina.
A Ciência Cristã te mostrará, por exemplo, que a separação pode ser egotista. O livro-texto diz: “Marido e mulher nunca devem separar-se, a menos que haja exigência cristã para isso. É melhor aguardarem a lógica dos acontecimentos, do que uma mulher deixar precipitadamente seu marido, ou um marido deixar sua mulher. Se um dos cônjuges é melhor do que o outro, como sempre tem que ser o caso, o outro necessita muitíssimo de boa companhia.”Ciência e Saúde, p. 66. Perguntemo-nos: “Disponho-me a obedecer à lei divina dessa revelação?” Então não poderemos sofrer. Haveremos de progredir até a vitória. Trocaremos um sentido restrito de dever pela liberdade de uma paz bem merecida. Paulo aconselhou: “Vós, cada um de per si, também ame a sua própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite a seu marido.” Efésios 5:33.
Contraímos casamento em resultado de fortaleza ou de fraqueza? Foi nosso sentimento de amor uma necessidade faminta que nos arrebatou para dentro de uma forte torrente emocional que depois secou? E o que fazer agora? Poderemos descobrir um amor permanente, até mesmo mais precioso do que os encontros iniciais do namoro, se estivermos dispostos a substituir os pontos de vista efêmeros pelas alegrias duradouras dos valores espirituais.
Aqui, novamente volvemo-nos à revelação da Ciência do Cristo. A Ciência Cristã coloca-nos bem no centro das correntes incircunscritas da vida em Deus. Então desfazemo-nos das limitações da fraqueza e da frustração. Acolhemos prazerosamente o advento do homem real, a expressão completa de Deus. Assim edificamos o casamento sobre o alicerce sólido dos valores cristãos e desfrutamos a rica promessa de visões maiores. A Bíblia ensina: “Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” 1 Cor. 3:11.
Será que a atração por outro companheiro tenta-nos a desfazer o casamento? Será que o exemplo insensato de outrem nos faz pensar que nós, também, queremos dar um fim a nossa união, quando não existe exigência cristã para assim agirmos? É neste ponto que precisamos de grande visão espiritual para a longa escalada. A lei espiritual estabelece nossas diretrizes. A vontade humana nunca pode revogar leis divinas, leis infalíveis que existem para o nosso próprio bem. Portanto, abandonar uma situação marital desafiadora simplesmente porque estamos desiludidos, insatisfeitos ou desencantados, é perder de vista um ponto importante no desenvolvimento de nossa própria salvação: a oportunidade de resolver nossos problemas mediante a oração. Todo e qualquer problema que enfrentamos em nosso casamento e em nossa vida não passa de uma oportunidade especialmente talhada para o nosso crescimento espiritual, pois levanta o pensamento mais alto na escala do ser. Assim, em vez de nos esquivarmos das responsabilidades e obrigações assumidas, ficamos capacitados a cumpri-las e ganhamos uma bênção espiritual. O amor triunfará e seremos enriquecidos e abençoados.
Ao demonstrar a moral científica revelada na Ciência Cristã, conduzimos o casamento num curso firme de felicidade e permanência. O amor real procede de Deus: requer pureza, fidelidade, santidade. Raciocinando desde o ponto de vista da existência espiritual, expressamos nossa natureza mais elevada e encontramos uma união de corações em mútua afeição, honestidade e virtude. Isto abre a porta a maiores possibilidades e a capacidades para o bem em ambos os cônjuges.
Resumindo: a Ciência Cristã mostra-nos como tirar o melhor proveito do casamento, dando-lhe o melhor de nós mesmos. Mas, mais do que isso, a fidelidade às regras da revelação da Ciência do Cristo nos ajudará a fazer com que nosso casamento seja — e permaneça — um caso de amor.
A ninguém fiqueis devendo cousa alguma,
exceto o amor com que vos ameis uns aos outros:
pois quem ama ao próximo, tem cumprido a lei.
Romanos 13:8
 
    
