“Que apareçam o ‘macho e fêmea’ da criação de Deus.” Ciência e Saúde, p. 249. Nessa declaração interessante de Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde há significado especial para cada um de nós. Em todo o mundo, pessoas esforçam-se para entender melhor sua própria identidade e para encontrar meios de resolver o velho dilema de qual é a função do homem e da mulher na sociedade. A metafísica da Ciência Cristã é muito útil nas respostas. A Ciência Cristã revela-nos nossa verdadeira identidade: aquilo que cada um de nós de fato é como o homem, a imagem de Deus, o macho e fêmea da criação de Deus.
Para compreender a identidade genuína do homem, porém, será necessário primeiramente compreender o criador do homem, Deus. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Por causa da ignorância humana acerca do Princípio divino, Amor, o Pai de todos é representado como um criador corpóreo; eis por que os homens se julgam meramente físicos, e nada sabem do homem como imagem ou reflexo de Deus, e da existência eterna e incorpórea do homem.” Ibid., p. 13.
Deus não é um ser material, uma pessoa corpórea magnificada e composta de características físicas. Deus é Princípio divino, Amor, Espírito, a Mente única. É incorpóreo, completamente bom e onipresente. A Ciência Cristã revela que Deus é Pai-Mãe porque Deus é o criador do homem e é o Princípio divino de tudo o que de fato existe.
A criação de Deus, o homem espiritual, constitui nossa identidade verdadeira. O homem é idéia, não corporalidade; é a expressão de Deus e inclui qualidades tais como inteligência e força, bem como amor e brandura. Essas qualidades refletem-se em sua totalidade no homem espiritual. Não afirma a Bíblia essa verdade? Declara: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gênesis 1:27.
O sentido espiritual revela que nossa verdadeira identidade na semelhança de Deus não iria poder ser material nem ser composta de características, órgãos, faculdades e funções físicos. O homem é completamente espiritual porque Deus é Espírito. Todas as características, faculdades e funções que o homem inclui ou expressa são, na verdade, emanações da Mente, Deus, e definitivamente pertencem a cada um de nós.
Esses fatos espirituais pareceriam abstratos ou mesmo inverídicos se os julgássemos pelas evidências físicas à nossa volta. Mas a evidência física vem a ser a visão invertida, apresentada pelos sentidos materiais, os quais fazem com que tudo pareça ser exatamente o oposto do que de fato é. O homem não é físico, ele é espiritual. O homem não está dividido em dois sexos, mas é a corporificação espiritual completa do ideal-Cristo, a masculinidade e feminilidade de Deus.
Temos de aprender a desprezar a evidência falsa dos sentidos materiais, como Cristo Jesus o fazia em seu trabalho de cura. Jesus olhava além da evidência física e percebia a identidade espiritual do homem, inteiramente perfeita por ser integralmente a idéia espiritual de Deus. Disse a seus seguidores: “Não julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça.” João 7:24.
Para o sentido mortal, parece que o homem e a mulher são cada um “meia” pessoa, procurando uma alma gêmea, sem a qual jamais estariam completos nem ficariam satisfeitos enquanto não a encontrassem ou com ela se relacionassem. Mas o homem real está completo e é a expressão individualizada e completa da Alma ou Deus. Cada um de nós, por ser o homem, inclui, na consciência, todas as qualidades e idéias de Deus que significam alegria, propósito, vitalidade, satisfação. Masculinidade e feminilidade são termos complementares, e expressam a totalidade e a inteireza da idéia de Deus como reflexo do Pai-Mãe Deus.
Às vezes, pessoas que ponderam este assunto perguntam: “Não implica isso uma espécie de ‘ofuscamento’ das características masculinas e femininas na vida humana?” Absolutamente não. O crescimento em compreensão espiritual eleva nosso conceito atual acerca de homem e mulher. Com isso subimos um degrau na direção de um reconhecimento mais alto de nossa inteireza como imagem, idéia, de Deus, que é Pai e Mãe. Nossa verdadeira individualidade é incorpórea, é a imagem e semelhança indivisa, a expressão, espiritualmente formada e perfeitamente definida, do único Deus, o Espírito, que expressa no homem tanto as qualidades masculinas como as femininas.
Quando compreendemos e demonstramos a realidade espiritual absoluta, todas as limitações físicas, inclusive conotações sexuais, desaparecerão, em face da identidade real e incorpórea do homem. Mas nem por isso perdemos nossa individualidade, pois esta tem sua origem em Deus e é permanente. Assim, expressaremos eternamente nossa individualidade singular e preciosa como o homem, a idéia do único Pai-Mãe Deus.
Compreender que nossa identidade verdadeira é a de homem, o macho e fêmea da criação de Deus, ajudou certo casal a resolver um problema relacionado com suas carreiras individuais. A mulher recebeu uma oferta de trabalho no qual precisava viajar muito, longe de casa. Ela estava feliz com as perspectivas e o marido generosamente concordou com que a esposa aceitasse o cargo. Ele, porém, não poderia acompanhá-la, por causa de sua própria carreira. Embora ambos estivessem sinceramente contentes com o novo trabalho dela, quanto mais se aproximava a data de partir, mais a mulher chorava e o marido se preocupava.
Finalmente, ela desabafou: “Não quero deixá-lo sozinho. Você terá de preparar sua própria comida todas as noites.” Ao que ele respondeu: “Mas eu preocupo-me é com você. Dirigir tanto tempo sozinha. Você nem sabe trocar um pneu!”
Perceberam, então, que ambos tinham de reivindicar a inteireza do homem como o macho e fêmea da criação de Deus. Tinham de ver que, como homem, cada qual expressava individualmente as qualidades maternais de Deus, que nutrem, satisfazem e confortam, e também as qualidades paternais de Deus, que fortalecem, sustentam e protegem. Nenhum deles poderia dar nem tirar tais qualidades ao outro, pois são qualidades do bem espiritual que vêm de Deus e são expressas diretamente pelo homem. Suas apreensões se desvaneceram. A experiência foi, para cada um, feliz e enriquecedora, livre de problemas, pois descobriram quão completos eram e são, individualmente. E, ao estarem juntos outra vez, contavam com muito maior compreensão espiritual para oferecerem um ao outro.
Todos podemos reivindicar nossa própria identidade como o homem de Deus. Nessa compreensão espiritual da criação encontramos cada qual a inteireza, a alegria e o domínio que nos advêm de sermos o filho de Deus, de Deus que é o verdadeiro Pai e Mãe do homem.
