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Tempo de colheita

Da edição de fevereiro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Na parábola do joio e do trigo, contada por Jesus, apresentou-se a questão do tempo certo para se arrancar o joio e destruí-lo. A resposta do dono da casa foi: “Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro.” Mateus 13:30. Podemos então, logicamente, perguntar: Qual é o tempo da colheita e como sabemos quando esse tempo chegou?

O tempo da colheita indica o amadurecimento do pensamento, a maturação da experiência, a prontidão para a colheita. Na parábola do Mestre, o dono da casa acautelou os servos contra a colheita prematura do joio, “para que ... não arranqueis também com ele o trigo” Mateus 13:29.. O mesmo, sem dúvida, se aplica ao nosso crescimento na compreensão e prática da Ciência Cristã. Há um senso de oportunidade em nossa experiência que indica ter chegado a safra e fazer-se necessária a queima do joio.

Cristo Jesus estava, evidentemente, consciente disso, pois disse certa vez: “Ainda não é chegada a minha hora” João 2:4., e, em outra ocasião, disse: “É chegada a hora.” João 17:1. Esse elemento de prontidão o habilitou a fazer todas as coisas sob a direção de Deus e na hora certa. Dessa maneira, evitou reações e esforços vãos. Jesus agia sob a orientação divina que conhece o fim, desde o princípio.

Se nos acostumamos a escutar atentamente a direção divina e a obedecer-lhe, também nós podemos impedir os sobressaltos e os fracassos provenientes da agressividade da vontade humana. Às vezes, talvez ficamos tentados a tomar uma posição que ainda não entendemos nem conseguimos demonstrar. É a vontade humana a que comete enganos. Isso ficou evidenciado com o discípulo Pedro, que era impetuoso em sua atitude antes de amadurecer como discípulo. Após ter crescido em compreensão, foi capaz de provar sua posição por meio de cura e demonstração prática. Evidentemente aprendeu o que devia aprender em paciência e perseverança, pois, mais tarde, foi capaz de ressuscitar mortos.

A época da colheita pode ser interpretada como o amadurecimento do conceito do homem à semelhança de Deus. A Ciência Cristã ensina que Deus é Amor divino, Espírito infinito, Verdade eterna. O homem à semelhança de Deus reflete a natureza divina. É espiritual e perfeito, criado à imagem de Deus. Nessa Ciência, a saúde e a harmonia do homem refletem o controle divino. Essas verdades absolutas são assimiladas paulatinamente por meio de crescimento em compreensão e provas de cura.

Como aceleramos esse processo de maturação? Podemos aprender algo das forças que promovem o processo de amadurecimento na natureza e nas safras das plantações. A água, o adubo, os fertilizantes, o cultivo, tudo isso contribui para o processo de amadurecimento. Também, a espera paciente. Nossa responsabilidade é cuidar que se dêem esses passos no decurso do crescimento, pelo desenvolvimento de nossa compreensão e demonstração da Ciência Cristã. Nossa Líder, a Sra. Eddy, diz: “Aquilo de que mais necessitamos, é a oração motivada pelo desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, humildade, amor e boas obras.”Ciência e Saúde, p. 4.

“Crescer em graça” é o que nos prepara para a demonstração. Assimilar a verdade, digerir os fatos da Ciência divina, concordar com as necessárias mudanças de caráter, purificar o pensamento, ceder ao Amor divino: esses são meios de se amadurecer. Crenças obstinadas são desenraizadas, pensamentos tornam-se mais flexíveis, adaptáveis e receptivos. Abandonamos, então, as crenças falsas e damos as boasvindas ao Cristo, a verdadeira natureza do homem à semelhança de Deus.

Uma das maravilhas do caráter de nosso Mestre era a de sua paciência. Com persistência, aconselhou seus seguidores, ensinou-lhes verdades básicas, provou os fatos da Vida em suas obras de cura, encorajou-os em seus esforços de segui-lo. Ensinou em parábolas, para transmitir lições mais facilmente em termos que pudessem entender.

Certa vez, falou da colheita como “a consumação do século” Mateus 13:39.. Sempre houve muita especulação sobre o que significa “a consumação do século” e quando virá. Essa é, porém, uma experiência individual. Cada um assimila a verdade à sua própria maneira. Cada um colhe em diversas partes do campo da vida. À medida que a irrealidade do mal, a nulidade do erro, se nos torna mais evidente, o fim do mundo — o fim da crença de que haja vida separada de Deus — vai ocorrendo em nossa consciência. O joio vai sendo queimado, e o trigo guardado no celeiro.

O filho pródigo chegou à “consumação do século” quando reconheceu a insensatez do pecado e o abandonou. Sua herança de direito então evidenciou-se, e ele viveu num mundo novo de regeneração. O fim do mundo foi, algumas vezes, pintado como catástrofe terrível. Para o indivíduo, no entanto, é perfeitamente possível que venha sem alterações drásticas se seu pensamento estiver receptivo à verdade. Se a obstinação persistir, então o fim pode ser cataclísmico. Ora, isso não tem de ser assim, se o pensamento estiver aberto e receptivo. Sem dúvida, é possível responder à revelação da Verdade sem luta. Mas é claro que a nulidade do mal e do pecado tem de ser revelada. A Bíblia se refere a Deus como “fogo que consome” Deuter. 4:24..

É-nos aconselhado queimar o joio, isto é, as crenças da mente mortal, as crenças de pecado e doença, de vida e inteligência na matéria. À proporção que os fatos da existência verdadeira — a totalidade de Deus, o bem, e a perfeição do homem — se nos tornam óbvios, o joio vai desaparecendo da consciência até que a nulidade dele seja percebida. É então que ocorre a cura. A Sra. Eddy escreve: “Segamos messes espirituais de nossas próprias perdas materiais. Nesse calor ardente as falsas imagens desaparecem da tela da mente mortal; e assim também o pigmento material subjacente se desvanece na invisibilidade.”Retrospecção e Introspecção, p. 79.

Às vezes, a questão do momento certo surge com relação a mudanças básicas em nosso estilo de vida ou em nossos objetivos na vida. Talvez nos perguntemos: “Estou preparado para me dedicar à prática pública da Ciência Cristã em tempo integral?” O seguinte versículo de Provérbios é, muitas vezes, citado como guia: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.” Prov. 16:1. Só Deus pode nos dar a resposta completa, mas cultivar o pensamento é algo que todos podemos buscar. Prontidão é a chave. Quando estivermos prontos para dar esse passo, podemos estar certos de que isso se manifestará. Desejo verdadeiro amadurecerá em oportunidade.

Quando estivermos prontos para disciplinar o pensamento, censurar o depoimento dos sentidos, volver-nos da matéria para o Espírito, então veremos os frutos do pensar e agir corretos. Queimar o joio é auto-imolação. À medida que esta tem lugar, o poder curativo do Cristo se torna cada vez mais aparente. A Sra. Eddy o declara da seguinte maneira: “Meus alunos, com intelectos cultos, afeições disciplinadas e esperanças caras, prometem grandiosas carreiras. Mas têm que se lembrar de que o tempo da semeadura já passou, chegou a hora da colheita, e cânticos deveriam ascender do monte da revelação, mais doces do que o som dos sinos da vindima.”Miscellaneous Writings, p. 356.

Preparar o solo, cultivar a plantação, usar a foice da demonstração, eis o que traz frutos. A maturação do pensamento é o tempo da colheita. Esse desenvolvimento progressivo é uma esperança cara em termos mundanos, mas revela a harmonia da Ciência divina em termos práticos que alimentam o coração faminto e realizam desejos os mais profundos. Que propósito mais elevado poderá haver que o de atender às necessidades da humanidade com o amor e a devoção crísticos que Jesus expressou?

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