Orou você alguma vez com relação a algo que parecia não ter solução humana e recebeu resposta que o surpreendeu? Isso ocorreu com um homem cuja história se encontra na Bíblia.
Durante certo período de grande seca, Deus disse ao profeta Elias: “Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te-ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te sustente.” 1 Reis 17:9. Uma “mulher viúva”! Como é que uma viúva pobre poderia ajudá-lo a sobreviver?
Seria compreensível que Elias tivesse tido dúvidas quanto a essa resposta, e talvez pensasse que um nobre rico fosse provedor mais apropriado. Mas o profeta, com confiança na sabedoria e bondade de Deus, foi procurar a viúva e pediu-lhe um pouco de pão, assegurando-lhe que Deus proveria para ela e o filho. Embora tivesse só um punhado de farinha e um pouco de azeite, a mulher partilhou o que tinha. Sua generosidade e fé, bem como a obediência do profeta à orientação divina, resultaram em suprimento abundante durante o período de seca, não só para eles, mas para toda a família da viúva.
Que útil lição podemos aprender desse relato! Será que, quando suplicamos uma resposta aos nossos problemas, prestamos humilde atenção ao que Deus, a Mente, nos revela? ou rejeitamo-lo porque não combina com nossas noções preconcebidas acerca da situação? Se rejeitássemos as idéias que nos são reveladas, não seria isso porque nosso conceito de Deus estaria baseado na matéria em vez de o estar no Espírito? Nosso Mestre, Cristo Jesus, disse à mulher de Samaria: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” João 4:24. Como Deus é Espírito perfeito, Deus nada sabe de carência, matéria ou limitação de qualquer tipo. Deus vê e conhece só a bondade e a totalidade infinitas de Sua criação espiritual, na qual o homem, feito à Sua imagem e semelhança, é espiritual e perfeito. Este fato, compreendido através da oração, é a verdade que torna a harmonia evidente no plano humano.
Jesus estava tão persuadido das habilidades infinitas do Espírito que pôde alimentar vários milhares de pessoas, quando a única evidência material de suprimento eram cinco pães e dois peixes. Essa exígua quantia de comida não o impediu de, com segurança, convidar a multidão a sentar-se e comer. O resultado da confiança absoluta do Mestre no cuidado onipresente de Deus foi que todos ficaram amplamente satisfeitos.
Em outra ocasião, quando teve de pagar um imposto, Jesus mandou Pedro pegar um peixe e da boca deste retirar o dinheiro necessário. Haveria lugar mais inesperado para se encontrar suprimento? A Bíblia, porém, indica que Pedro obedeceu a essa orientação inusitada e foi bem sucedido.
Um conceito limitado de Deus e do homem nos cegaria para a verdadeira natureza de Deus como Amor. A Sra. Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde: “Se rogamos a Deus como se Ele fosse uma pessoa corpórea, vemo-nos impedidos de abandonar as dúvidas e os receios humanos que acompanham tal crença, e assim não podemos apreender as maravilhas operadas pelo Amor infinito, incorpóreo, ao qual tudo é possível.”Ciência e Saúde, p. 13.
Uma estudante da Ciência Cristã, que orara pela solução de um problema de carência, recebeu inesperadamente um presente em dinheiro, naquele mesmo dia. Como a doadora era uma senhora idosa que vivia de uma pequena pensão, a estudante primeiro recusou-se a aceitá-lo. No entanto, quando pressionada a aceitar, percebeu de repente que aquela era a resposta do Amor às suas orações. Seria tolice rejeitar o que o Amor supria. Reconheceu também que, como se tratava de uma doação do Amor, não poderia, de forma alguma, empobrecer sua amiga. Ela sabia que o Amor divino não supre as necessidades de um de seus filhos às custas de outro. Em Ciência e Saúde lemos: “Na relação científica entre Deus e o homem, descobrimos que tudo o que abençoa um, abençoa todos, como Jesus o mostrou com os pães e os peixes — sendo o Espírito, não a matéria, a fonte do suprimento.”Ibid., p. 206. E foi isso o que se deu mais tarde, com sua amiga.
Alguém talvez pergunte: “Como posso saber se uma orientação vem de fato da Mente divina?” Lendo o Sermão do Monte, vemos que Jesus trata desse problema ao falar nos profetas falsos e nos verdadeiros, comparando-os a árvores boas e más, que podem ser distinguidas pelos seus frutos: “Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” Mateus 7:20. Perguntemo-nos, então: “Esse pensamento prejudicará ou abençoará? É motivado pelo Amor ou por interesses próprios às custas dos outros? Aumentará minha dependência do Espírito, ou da matéria?” Quanto mais cultivarmos nossa compreensão de Deus e espiritualizarmos nosso modo de pensar com relação a cada aspecto de nossa vida, mais fácil será distinguir entre a sabedoria da Mente e os argumentos da vontade humana.
Parte da definição de Mente, dada no Glossário de Ciência e Saúde, diz: “A Divindade, que delineia, mas não é delineada.”Ciência e Saúde, p. 591. É reconfortante saber que não há problema, grande ou pequeno, em nossa própria experiência ou em escala mundial, que não possa ser resolvido graças a maior compreensão de que Deus é Amor infinito. À medida que começamos a vislumbrar ainda que só um pouco do sentido da palavra “infinito”, ficamos mais receptivos às idéias que a Mente divina derrama sobre nós e cada novo dia se faz um dia de descobertas.
 
    
