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Fora da cova dos leões

Da edição de fevereiro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Alguns dos maiores heróis e heroínas da Bíblia comprovaram, na vida deles, uma lição que Cristo Jesus ensinou: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Mateus 5:6. Saíram vitoriosos de difíceis provas porque, acima de tudo, desejavam alcançar melhor compreensão de Deus e de Suas leis, queriam estar mais próximos de Deus e servi-Lo.

A história de Daniel fala numa dessas pessoas. Quando a vida dele ia bem e ele era um dos responsáveis pelo reino de Dario, o sucesso de Daniel não o fez esquecer-se de ser dedicado e de servir a Deus. Todos os dias aproximava-se de Deus em suas orações e dava-Lhe graças. Daniel 6:10. Quando homens invejosos conspiraram contra ele de tal modo que foi jogado na cova dos leões, Daniel permaneceu confiante em Deus. Sabia que não havia feito nada de errado.

Naquela hora de grande necessidade, Daniel deve ter desejado perceber a presença de Deus mais do que nunca — e sua fome e sede por Deus foram atendidas. De Deus vieram-lhe pensamentos angelicais que o contiveram e refrearam os leões. Daniel passou a noite toda na cova e, muito cedo, na manhã seguinte, o rei Dario apressou-se a ver se Deus havia salvado Daniel. Este disse a Dario: “O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum.” Daniel 6:22. Daniel estava incólume, porque acreditara em Deus e nEle confiara.

Às vezes, conhecidos nossos também passam por provas, embora estas se apresentem em formas e ângulos diferentes. Um menino percebeu que teria de enfrentar “leões” na escola. Não se tratava de animais selvagens, enormes, que rugiam, mas amedrontavam-no da mesma maneira.

Roberto estava numa escola para rapazes, onde havia professores que pensavam que os meninos deviam ser durões e capazes de agüentar os castigos que lhes eram impostos. Alguns deles eram muito severos e supunham ser isso correto.

Roberto não gostava de nada que fosse cruel e, no seu entender, alguns dos professores agiam com crueldade. Mas, como Daniel na Bíblia, nunca deixou de volver-se para Deus, desejando compreendê-Lo melhor e confiando em que Deus o protegeria. Os novos pensamentos que encontrava todas as semanas na lição bíblica Acha-se no Livrete trimestral da Ciência Cristã. e sobre os quais falava na Escola Dominical da Ciência Cristã, ajudaram-no a entender que Deus é Tudo e a aceitar que ele era um filho amado de Deus.

Os “leões” vieram, para Roberto, na forma de dois professores de sua escola que o fizeram sentir-se apavorado e ressentido. Um deles costumava distribuir severos castigos por pequenas faltas, tais como rir em aula ou cometer erros de ortografia. O outro era muito rude, sendo sua maneira de acordar os meninos, e fazê-los trabalhar mais, puxar-lhes os cabelos ou dar-lhes pancadas na cabeça. Certa vez, aquele professor virou móveis na sala de aula. Roberto não era o único que estava apavorado. Assim, quando orava, não era apenas por si mesmo, mas por todos os meninos da classe. Em meio a barulho, confusão e medo, Roberto tentou recordar que há um único Deus, o grande “Eu Sou”, e que ele e os colegas eram, todos, idéias de Deus e que Deus estava cuidando deles. Quando se lembrou de que Deus estava lá e que ele era Seu filho, Roberto já não se sentiu tão apavorado e os maus momentos passaram.

Mas isso não era o suficiente. Roberto queria algo melhor do que apenas superar aqueles maus momentos. Desejava justiça e também o pensamento correto acerca do todo-poder, da toda-presença e do amor de Deus que curaria a situação. Conversou com sua professora da Escola Dominical sobre o problema e ela lembrou-lhe que os dois “horríveis” professores eram, em realidade, idéias de Deus, também, embora não parecessem agir dessa maneira. E idéias de Deus não se podem magoar mutuamente.

A mãe de Roberto lembrou-lhe que sempre podemos escolher como ver as coisas. Podemos aceitar qualquer quadro discordante como verdadeiro, ou podemos rejeitá-lo como falso porque nossa compreensão espiritual diz-nos o que realmente existe: o bondoso controle de Deus. Roberto e a mãe dele ponderaram algo que a Sra. Eddy escreveu em um de seus livros:

Primeiro: Deus nunca fez o mal.
Segundo: Ele não o conhece.
Terceiro: Portanto, não necessitamos temê-lo.”Unity of Good, p. 20.

Roberto queria entender essas verdades, certamente tanto quanto Daniel deve ter desejado sentir o poder de Deus na cova dos leões. E, à medida que o ano foi passando, Roberto começou a comprovar que elas eram verdadeiras e percebeu que suas experiências iam mudando a cada dia que passava.

Houve um incidente que, de fato, se lhe destacou. Ele fez uma piada em aula e o professor puniu-o, determinando-lhe três redações extras para a mesma noite. Isso, em acréscimo a sua tarefa normal de casa, e, naquele momento, era-lhe difícil escrever qualquer redação, quanto mais três extras. O castigo lhe pareceu uma reação por demais severa à sua brincadeira e Roberto estava muito zangado e perturbado, e certamente não conseguiria realizar a tarefa.

Mas as mensagens angelicais, tal como tinham vindo a Daniel, vieram a Roberto. A mãe dele falou-lhe sobre a presença de Deus e a capacidade dele, Roberto, de fazer qualquer coisa que lhe fosse necessário fazer. Ajudou-o a rejeitar a ira e a afirmar que o homem é a idéia de Deus, refletindo a Mente divina. Roberto já não se sentia assustado. Trabalhou até tarde da noite e terminou sua tarefa de casa.

Lá pelo final do ano não havia mais castigos, mas muitos elogios e reconhecimento de progresso. Roberto não estava mais amedrontado com os professores e tinha aprendido a ser divertido por eles e a apreciar os pontos de vista deles, ainda que não concordasse com eles. Roberto aprendeu que era ele quem controlava os seus próprios pensamentos, que não precisava entrar em pânico, mas que podia atender à orientação da Mente.

Tal como Daniel comprovou séculos atrás, podemos comprovar que Deus fecha “a boca aos leões” e nos retira das covas deles: a prisão em que o medo tenta manter-nos cativos.


O Deus da paz ...
vos aperfeiçoe
em todo bem,
para cumprirdes a sua vontade,
operando em vós o que
é agradável diante dele,
por Jesus Cristo,
a quem seja a glória
para todo o sempre.

Hebreus 13:20, 21

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