Deus dotou cada um de nós de uma liberdade preciosa. Esta liberdade é o direito de vermo-nos como realmente somos: como a própria imagem de Deus, o homem ilimitado e perfeito de Sua criação. O sentido material acerca do homem procura escravizar-nos por sugerir continuamente que o homem é um mortal que está totalmente à mercê de circunstâncias materiais.
Quão importante é, portanto, para cada um de nós, estudar a Ciência Cristã! A verdadeira liberdade e o direito de estudar a Ciência Cristã seguem de mãos dadas. Somente a Ciência do Cristo nos revela que o homem é espiritual, a criação incorpórea, infinita, do Pai-Mãe Deus, e nos capacita a prová-lo mediante a cura. No livro Ciência e Saúde Mary Baker Eddy escreve: “A escravidão não é a condição legítima do homem. Deus fez livre o homem.” Ciência e Saúde, p. 227.
Na Ciência Cristã constatamos que o homem não está governado pela sorte nem escravizado por circunstâncias cruéis e injustas. O homem é governado por Deus, o Amor divino, que o mantém e controla mediante as leis justas e harmoniosas do Princípio perfeito. E, mediante a Ciência Cristã, descobrimos a alegria de entender que a eterna Vida divina é a nossa Vida.
Os sentidos materiais não vêem nem admitem essas verdades espirituais e (se pudessem) haveriam de nos manter para sempre no cativeiro da impressão errõnea de que condições materiais governam nossa vida. Precisamos, então, preservar nosso direito de beber profundamente, mediante estudo e oração, das verdades espirituais libertadoras que nos capacitam a dar provas de nossa liberdade espiritual natural. Cristo Jesus prometeu, nas reconfortantes palavras do Sermão do Monte: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Mateus 5:6.
Quão atentamente estamos guardando o privilégio espiritual que nos foi dado, o de estudar a Ciência Cristã? As sugestões de que não temos tempo suficiente, de que estamos constantemente sujeitos às imposições de outras pessoas, ou de que realmente não queremos estudar, talvez tentem infiltrar-se em nosso pensamento. Mas nisso não há obstáculos intransponíveis, quando não nos deixamos ludibriar por suas falsas pretensões.
Para enfrentar a sugestão de não dispormos de tempo suficiente, precisamos ver que relógios e calendários podem ser transformados em servos ao invés de senhores, quando usamos cada momento para dar glória a Deus. É verdade que o homem espiritual, nossa identidade real, vive no reino de Deus onde tempo não é fator, porque Sua criação toda coexiste com Sua perfeição plenamente estabelecida. Conheceremos essa realidade mais concretamente em nosso viver diário quando nos tornarmos tão obedientes ao governo da Mente divina que os hábitos consumidores de tempo, tais como impaciência, preguiça, preocupação e ressentimento não mais nos roubem de nossa comunicação com Deus.
Se formos tentados pela sugestão escravizante de que não temos tempo suficiente para estudar, encontraremos ajuda nesta declaração, feita pela Sra. Eddy: “Poucos há que sabem de quanto poder a mente dispõe para curar, quando imbuída da verdade espiritual que levanta o homem acima das exigências da matéria.” The People's Idea of God, p. 12. A Sra. Eddy não diz que devemos esperar que as exigências da matéria se afastem, para então encher com a Verdade o nosso pensamento. Antes pelo contrário, que, quando enchemos o pensamento com a presença de Deus, então somos levantados “acima das exigências da matéria”. Quando a presença curativa do Espírito satisfaz às nossas necessidades, as exigências da matéria têm de ceder.
Para desfrutar de nossa oportunidade de estudar, talvez tenhamos também de aprender a dizer não às exigências impensadas de outras pessoas. A Sra. Eddy viu a necessidade de ter tempo para ficar a sós. Um de seus biógrafos registra que ela disse o seguinte a amigos que eram Cientistas Cristãos dedicados: “Podeis adotar o meu método, trancar vossas portas e, então, manter vossa solidão com dignidade moral, enfrentando o egoísmo implacável dos que vos procuram, com uma regra fixa e o Princípio divino imperativo de estar a sós com Deus e nunca violar essa regra, até que tenhais tido o vosso período de estudo e oração.” Lyman P. Powell, Mary Baker Eddy: A Life Size Portrait (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1950), p. 170.
A relutância em dizer não talvez tenha por base o medo, o medo de ofender alguém ou de perder algo de bom. Mas, outro indivíduo que também ame a Deus não ficará permanentemente ofendido, e aquele que ainda não ama as coisas do Espírito talvez tenha necessidade de ver a posição corajosa de colocar-se Deus em primeiro lugar. Quando somos obedientes, discernimos se o pedido de tempo e atenção que nos é feito representa uma necessidade genuína. Nossas obrigações para com Deus e para com o homem nunca podem estar em conflito, pois o Amor infinito provê-nos a maneira correta de cumprir com ambas. E, como é bom saber que não podemos perder nada de bom, ao confiarmos em Deus e obedecermos às Suas exigências.
Talvez a oposição mais desafiadora ao nosso estudo é a da crença em que nos governam inclinações fundamentalmente voltadas à mortalidade, ao sensualismo, e de que temos pouco interesse em descobrir que a Vida é Espírito. Quão inverídico é isso! A Bíblia diz: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” 1 João 3:9. Nossa verdadeira identidade de homem, a idéia de Deus, é concebida pelo Espírito e nascida do Espírito. O homem não tem instintos animais, desejos sensuais nem inclinações egotistas. O homem é a expressão espiritual e pura do próprio Espírito divino.
Quanto mais resistirmos à pretensão da mente mortal que se apresenta como o nosso próprio pensamento e diz: “Mas não quero estudar”, tanto mais veremos desvanecer-se esse antagonismo. Queremos realmente descobrir nossa unidade com Deus, nossa alegria como a expressão do Amor, nossa liberdade das imposições de tempo, limitação e morte. E, porque uma mente separada de Deus é de fato inexistente, nada nos pode impedir de encontrar o domínio mediante o estudo e a demonstração da realidade espiritual.
Se nos defendermos mediante oração, sabendo que Deus nos ama e nos dá a disposição, o amor e a oportunidade de desvendar Sua bondade e harmonia, nossos períodos de estudo se tornarão cada vez mais recompensadores e enriquecedores. Encontraremos e provaremos a liberdade espiritual que é a verdadeira herança de cada um de nós.
O Senhor teu Deus
está no meio de ti,
poderoso
para salvar-te;
ele se deleitará em ti
com alegria;
renovar-te-á no seu amor,
regozijar-se-á em ti
com júbilo.
Sofonias 3:17
