Essa vídeo-conferência, da qual participaram cerca de 148 audiências, foi televisionada desde o edifício original de A Igreja Mãe em Boston a 25 países do mundo, via satélite. , membro do Conselho de Diretores da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), deu início ao programa. Aos oradores em Boston juntaram-se mais tarde outros, reunidos em mesa-redonda em Greenwich, na Inglaterra. A Igreja Mãe está distribuindo a cada um de seus membros que fale português um exemplar gratuito deste Arauto.
[Durante a abertura da reunião foi apresentado o trecho de um filme, mostrando uma vista aérea de Boston, focalizando ao final A Igreja Mãe. O que se segue é um texto condensado.]
Na Nova Inglaterra tão querida de Mary Baker Eddy, há uma tradição de mais de um século, chamada reunião municipal. É uma maneira de fazer com que todas as pessoas da cidade ajudem a administração a agir e a tomar decisões. Hoje, estamos lançando mão desse conceito, ampliando-o a um âmbito mundial. Sob o estimulante tema: “Viver para toda a humanidade”, rogamos aos senhores o favor de transpor distâncias e horários, que dão a impressão de estarmos separados, e de tomar parte, conosco e com todos, nesta reunião cujo propósito é estudar os perigos a enfrentar, e as profecias a se consumarem.
E agora, de Boston, um membro do Conselho de Diretores da Ciência Cristã, Harvey Wood.
Harvey Wood: Muito obrigado, John. Gostaria de saber o que alguns dos senhores viram ou ouviram durante a abertura do programa. O que pensaram, quando souberam que haveria esta reunião? Rob Nelson.
O que senti, Harvey, foi uma necessidade de manifestar maior afeto e modéstia em minha compreensão de igreja. Pois os sons e símbolos da igreja significam que bem no coração da comunidade, bem no centro de toda vida, de tudo que vive em toda parte, bem nesse centro está a presença da autoridade espiritual, a presença de Deus conosco, a presença da paternidade e maternidade de Deus para todos os Seus filhos.
Harvey Wood: Muito obrigado, Rob. Deixem-me contar-lhes algo sobre a convocação para esta reunião, sobre o momento em que lhes enviamos o convite, sob a forma daquela carta que todos os senhores receberam. Começou a surgir um maravilhoso diálogo entre o Campo de Ação e a Secretária de A Igreja Mãe. Um diálogo que já vinha se desenrolando, e entendo que continua a se desenrolar. Bea, você que é Secretária de A Igreja Mãe, conte-nos o que está acontecendo.
Pois foi uma temporada emocionante, um diálogo emocionante. Gostaria de ler para os senhores uma carta. Aqui está: “Notamos, num número recente do Monitor [o jornal The Christian Science Monitor], uma mensagem do Conselho de Diretores da Ciência Cristã, convocando os membros a um dia mundial de oração, no dia 8 de dezembro de 1984, para orar com o objetivo de viver para toda a humanidade. Somos assinantes e leitores fiéis do Christian Science Monitor. Não somos membros dessa Igreja, e, sim, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América. Achamos imensamente louvável essa convocação mundial à oração, por parte do Conselho de Diretores. Nesse dia os acompanharemos em oração, em espírito de fraternidade cristã.”
Harvey Wood: Em todas as suas obras publicadas, a Sra. Eddy pede a seus seguidores que reconheçam, que enfrentem, suas responsabilidades para com o mundo, para com a humanidade. Vejamos, por exemplo, o trecho onde a Sra. Eddy classifica esse chamado como “solene” e “imperioso”. Nesse parágrafo, como os senhores talvez se lembrem, nossa Líder pede a seus seguidores que se desprendam, que larguem algo. “Estareis dispostos a deixar de lado essa atitude indecisa, e a tornar-vos guerreiros reais e consagrados?” (Miscellaneous Writings, p. 177.) Outro chamado é aquele do qual se tirou o título deste programa. Aí a Sra. Eddy define o que significa ser Cientista Cristão: “Vive [ele] para toda a humanidade. ...” (Mis., p. 294). Sem dúvida, assim viver representa enfrentar alguns inimigos emboscados — perigos, por assim dizer. Mas o fato é que podem ser enfrentados. E quando os enfrentarmos, as promessas que se cumprirão em prol da humanidade serão inimagináveis.
O assunto a ser tratado nesta reunião é nossas vidas, é a humanidade, é o Cristo que fala à consciência humana por meio de indivíduos que vivem a Verdade. É uma reunião onde os corações falam aos corações, grandes corações desejosos de aprender a ser ainda maiores.
A indiferença ao próximo e às suas necessidades é mesquinhez de sentimentos e de pensamento. Não foi preciso dizer a Mary Baker Eddy que havia um mundo passando necessidade. Foi ela impelida por uma premência espiritual a partilhar a revelação que Deus lhe havia feito, e foi curada por meios espirituais. Percebeu haver descoberto um elemento do cristianismo que estivera perdido, e resolveu dá-lo ao mundo.
Começou, com árduo trabalho, a dedicar a vida em prol do mundo. Os senhores constatarão esse fato em tudo que ela escreveu. A Sra. Eddy é uma profetisa. Está sempre prognosticando grandes promessas para a humanidade. Por exemplo, diz ela num trecho: “Pela vitória sobre um único pecado, damos graças e engrandecemos o Senhor dos Exércitos. Que diremos, então, da portentosa vitória sobre todo o pecado?” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 568). Eis aí uma profecia. E se os Cientistas Cristãos viverem suas vidas em prol da humanidade, constataremos o cumprimento dessa profecia. Por certo, a Sra. Eddy foi uma profetisa, no sentido mais elevado da palavra. Fiquei impressionado com um artigo editorial publicado num dos nossos periódicos. Pedi a Bill Moody, um dos Redatores Adjuntos, que nos contasse, ou melhor, que nos desse um resumo do conteúdo desse artigo.
Um dos pontos salientados nesse editorial, Harvey, se refere ao que devemos esperar dos anos à nossa frente. No livro Pulpit and Press a Sra. Eddy predisse que no século vinte veríamos as igrejas cristãs em toda parte praticar a cura espiritual. Mas deixou clara uma importante condição indispensável para que se cumprisse essa profecia: fidelidade à Verdade, comprovada na vida dos Cientistas Cristãos. A Sra. Eddy escreve (Pul., p. 22): “Se as vidas dos Cientistas Cristãos atestarem sua fidelidade à Verdade, predigo que no século vinte todas as igrejas cristãs em nosso país, e algumas em países distantes, se aproximarão o suficiente da compreensão da Ciência Cristã para curar os enfermos em nome do Cristo.”
Assim sendo, o chamado a cada um de nós, como indivíduos, é o de comprovar, em nossas próprias vidas, em nossos motivos, em nossos desejos, que somos fiéis ao Cristo. Então, com nosso testemunho, com nossa pura e imutável fidelidade à Verdade, continuaremos a ver crescer no mundo uma compreensão mais profunda da Ciência do Cristo, uma compreensão suficiente para curar espiritualmente.
No entanto a Sra. Eddy se refere a algo mais sobre esta era. Em seus escritos, há na realidade dois lugares onde comenta especificamente os perigos que confrontariam a humanidade no século vinte. Notem que ela escreveu no fim do século passado, como tantos outros pensadores. E os derradeiros anos de um século são, tipicamente, vividos com grande intensidade, intensidade de idéias e de ideais, de ponderar detidamente sobre a conduta da humanidade em anos recentes, e sobre o rumo que passa a tomar nesse momento. Ver reportagem em Pulpit and Press 23:18–24. A Sra. Eddy se deteve a pensar, profundamente. Num trecho de um de seus livros ela indica os perigos do “imperialismo, do monopólio e de um sistema negligente de religião” (ver The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany 129:3–5). Também menciona os perigos dos “rituais, credos e monopólios no lugar da Regra Áurea”, a regra que Jesus nos deu: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (ver Miscellany 266:3–9 e Mateus 7:12).
Creio, Harvey, que essa simples regra tem para nós e para o nosso mundo um tremendo impacto científico. Pois esse fazer aos outros, acaso não inclui a maneira mais profunda de orar e de encarar a humanidade, toda a humanidade, como o homem verdadeiramente é, a imagem pura da Mente, do Espírito? Estamos falando em encarar profundamente a realidade e aí encontrar o intenso amor que emana dessa visão. Essa é a maneira pela qual vemos o homem na Ciência. É a maneira pela qual Jesus curava. Literalmente, esse proceder modifica o mundo — modifica todos os corações, de um em um. Ver William E. Moody, “Looking to the future: Signs of the times, spiritual progress, and the Golden Rule”, Christian Science Sentinel, 16 de agosto de 1982, pp. 1400–1404.
Harvey Wood: Um aspecto do desvelo da Sra. Eddy para com a humanidade se evidenciou ao criar ela o Conselho de Conferências para dirigir a palavra à humanidade. Alguns membros do Conselho de Conferências estão aqui conosco. Clem Collins, você acaba de regressar da Europa, ou...
Do Oriente Médio, para ser exato, Harvey. Aliás, minha mulher e eu chegamos do Cairo há apenas três dias. E lá nos deparamos com evidência impressionante da certeza de nossa Líder, de que há “milhões de mentalidades sem preconceitos...” — que “... aguardam, atentos” Ciência e Saúde (p. 570): “Milhões de mentalidades sem preconceitos — que com simplicidade procuram a Verdade, viandantes fatigados, sedentos no deserto — aguardam, atentos, o repouso e o refrigério. Dá-lhes um copo de água fresca em nome de Cristo, e nunca receies as conseqüências.”, a luz do Cristo. Mais de 75 por cento das pessoas que assistiram às conferências não eram Cientistas Cristãs.
E durante dois dias, depois das conferências, vinham, perguntando como poderiam estudar e pôr em prática esta Ciência. O ministro de uma das igrejas cristãs em franca prosperidade naquela cidade, o qual tem congregações em Alexandria e no Cairo, veio indagar como poderia introduzir a cura cristã à sua gente. Está ele agora à espera de uma remessa de exemplares de Ciência e Saúde.
Harvey Wood: Além do Conselho de Conferências, temos a Delegacia de Divulgação, cuja responsabilidade requer uma tremenda solicitude ... um relacionamento com o público. Nathan Talbot está aqui. Nathan, o que é que você depreende de tudo isto?
É claro, Harvey, que há perigos a enfrentar. E temos de reunir coragem para fazer face realisticamente a esses perigos. A Sra. Eddy falou, por exemplo, em um “sistema negligente de religião”. Sem espiritualidade, isto é, sem essa espiritualidade forte e fecunda, a humanidade não reconhecerá facilmente o Consolador. O Consolador será mal representado, mal-interpretado. Precisamos amar nosso próximo, preocupar-nos por ele, a ponto de poder nutrir, encorajar, sua espiritualidade, para que ele mesmo possa reconhecer o Consolador.
A Sra. Eddy fala em “monopólio”. Há muitos tipos de monopólio hoje em dia. Um deles se refere ao cuidado com nosso bem-estar, à forma material de proporcionar-nos esse cuidado. Talvez nos dias atuais uma das facetas mais agressivas desse monopólio seja a medicina material. A cura espiritual contradiz a própria fibra da medicina material. Agita o pensamento humano e creio que o agita porque a cura espiritual penetra até o cerne dessa dominação que insiste que procuremos a salvação e a cura na matéria, em vez de procurá-la no Espírito. Mas essa própria agitação é um ótimo sinal.
A Sra. Eddy mencionou também o “imperialismo”. Há uma espécie de invasão, por parte dos governos, na vida de cada indivíduo, na vida espiritual de cada um.
No entanto, Harvey, o ponto importante a lembrar é que podemos, todos nós hoje reunidos no mundo inteiro, fazer frente a esses perigos, e o podemos fazer com equilíbrio espiritual e profunda certeza espiritual. Como Davi o fez com Golias. A Bíblia relata que Davi se apressou em ir de encontro a Golias, e prevaleceu, não foi?
Harvey Wood: Peço agora a Hal Friesen, membro do Conselho de Diretores, e a Jack Hoagland, Gerente da Sociedade Editora da Ciência Cristã, que subam à plataforma.
Várias vezes, nestas semanas recentes, lembramos que esta não é a primeira vez que os Cientistas Cristãos recebem um apelo urgente para amar a Deus mais profunda e tangivelmente, expressando amor mais tangível ao próximo, o qual é na realidade o filho amado de Deus. Sei que você, Hal, e eu, pensamos muito naqueles memoráveis cem dias, em 1908, em que a Sra. Eddy mandou aos seus colaboradores um apelo muito semelhante a este, pedindo-lhes que começassem a publicar um jornal diário, imediatamente. E tinha de ser um jornal para abençoar toda a humanidade.
Esse episódio ficou vividamente claro para mim num editorial que Archibald McLellan escreveu na revista Christian Science Sentinel, cinco semanas antes de aparecer aquele primeiro número (ver Sentinel, 17 de outubro de 1908, p. 130). O autor falava sobre a missão do jornal, seu propósito, e depois fazia aquela maravilhosa alusão ao público leitor, incluindo-o ternamente. Dizia ele que o Monitor atrairia “homens e mulheres bons de toda parte, os quais têm interesse no melhoramento de todas as condições humanas....” Eis aí uma belíssima descrição de nossos leitores. E estes estão em todo o mundo. Estão em mais de cento e cinqüenta países, essas pessoas interessadas no melhoramento de todas as condições humanas, essas pessoas que expressam calor humano e amor ao próximo. Sei que você refletiu muito e me comunicou relatos maravilhosos durante esses dois anos passados, sobre como o indivíduo assim motivado pode utilizar o Monitor de maneira eficiente e sistemática.
Estamos todos conscientes de duas necessidades, vigiar e orar. Aliás, a Sra. Eddy usa esses dois verbos juntos com bastante freqüência, ou seja, “vigiar” e “orar”. E o Monitor nos proporciona uma maneira eficaz e constante de vigiar pelo mundo. Podemos observar as atitudes mentais e tomar cuidado para que não nos assoberbem, para podermos lidar com elas por meio da oração, preferivelmente antes que penetrem nosso pensamento.
Nosso verdadeiro objetivo metafísico é perceber que somente a lei de Deus pode penetrar nossa maneira de pensar. Essas falsas crenças não nos podem invadir. Se não incluirmos o mundo em nossa maneira de pensar, seremos envolvidos pela maneira de pensar do mundo. Nosso pensamento inspirado oferece uma bênção, mas as crenças mortais nada contêm de bom, nada têm para oferecer. Se compreendermos que os acontecimentos se resumem em pensamentos, e se quisermos produzir eventos melhores, temos de abrigar pensamentos melhores.
John Hoagland: Como os senhores se lembram, há uns dois ou três anos tivemos [alguns funcionários da Sociedade Editora] uma série de comunicações com leitores do Monitor, especialmente com aqueles que se sentem impelidos a melhorar todas as condições humanas, como disse Archibald McLellan. E manifestou-se algo comum a todas as respostas que recebemos — mostrando a forma em que o Monitor ajuda seus leitores a penetrar as barreiras ilusórias de desamparo e desespero. Algumas das respostas realmente me impressionaram. Uma delas foi a do redator de uma famosa revista literária, o qual dedicou grande parte de sua carreira à paz mundial. Eis o que disse acerca do Monitor: “O Christian Science Monitor torna concreta a confiança de que não precisamos submeter-nos a sentimentos de desamparo.”
Outro escritor, sul-africano, dedicado a proclamar a igualdade e a liberdade humanas, fez comentários comoventes: “O Monitor não desculpa nenhuma noção de que a maldade no homem é irredimível, nem de que o esforço humano é vão. É um jornal que transmite esperança responsável e equilibrada.”
Hal Friesen: Quando os correspondentes e leitores enxergarem as verdadeiras necessidades da humanidade, quando se dispuserem a ouvir a mensagem do Cristo, e a proclamar a verdade com destemor, notaremos que os acontecimentos se modificam. Encontraremos um mundo já sanado.
John Hoagland: Você menciona correspondentes. Agora, vem algo de bom que lhes temos reservado. Atravessaremos o Atlântico e iremos a Greenwich, na Inglaterra, onde uma mesa-redonda de redatores e correspondentes do Monitor estão reunidos no Antigo Observatório Real, um lugar muito especial. Passemos, pois, ao nosso anfitrião em Londres, John Parrott.
Bem-vindos à nossa reunião em Londres, à nossa mesa-redonda aqui na Sala Octagonal. Solicitamos à nossa mesa-redonda discorrer sobre os assuntos que afetam a cada um de nós, onde quer que estejamos, e identificá-los claramente. Permitam-me apresentar-lhes nossos oradores.
À esquerda está David Winder. David escreve em Londres sobre a Grã-Bretanha e a Irlanda. Ao seu lado está Charlotte Saikowski. É a chefe de nossa agência em Washington, D.C., E.U.A. Deste lado está David Willis, nossso correspondente sobre as nações do terceiro mundo, ou nações em fase de desenvolvimento. Elizabeth Pond é a repórter da Europa, com sede em Bonn, na Alemanha Ocidental. E o nosso moderador, Dick Nenneman, Gerente da Redação do Christian Science Monitor.
Muito obrigado, John.
Ao começo da reunião, Bill Moody se referiu a alguns comentários que a Sra. Eddy fizera ao fim do século passado, com respeito ao século entrante, o século vinte. Gostaria de citar um trecho do volume The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (p. 266), no qual a Sra. Eddy fala sobre alguns dos perigos que percebia ameaçarem o mundo. Esses perigos incluíam “as pretensões da política e do poder humano, a escravidão industrial, e a insuficiente liberdade de competição honesta; e rituais, credos e monopólios, no lugar da Regra Áurea: ‘Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles’.”
A Sra. Eddy se mostrava preocupada com todo tipo de controle político, econômico, ou religioso, exercido sobre os indivíduos, impedindo-os de demonstrar liberdade espiritual como filhos de Deus. Falaremos sobre alguns dos sistemas e estados de pensamento no mundo, os quais tendem a coagir a liberdade humana, ou, nos casos em que a liberdade existe, a que seja mal-empregada.
Elizabeth, você cobriu vários ciclos das negociações armamentistas, para o Monitor, e parece que estamos por entrar num novo ciclo em 1985. O que é que você tem a dizer sobre o estado de pensamento subjacente à corrida armamentista nestas últimas décadas?
Creio que a Sra. Eddy, ao referir-se às pretensões da política e do poder humano, por certo descreve o estado de pensamento subjacente à corrida armamentista, à ameaça nuclear. Não há dúvida que a matéria de fato vai se tornando destrutiva até atingir “seu zênite mortal na ilusão”. (Ver Ciência e Saúde, 97:10–13.) Essa noção de que o homem é vulnerável, de que a vida lhe pode ser arrebatada num instante, de que a força é poder de destruição e não o poder do amor — tudo isso é uma paródia blasfema, uma horrível farsa, assim como a noção de que a humanidade está fragmentada e desamparada diante dessas ameaças.
Acaso não estamos realmente lidando com qualidades de pensamento? Em outras palavras, o verdadeiro problema não reside na existência material da bomba em si, por mais destrutiva que seja. Os problemas de raiz realmente jazem nas qualidades negativas de pensamento, nas emoções primitivas que levam a conflitos. Essas emoções, realmente, são as que têm de ser trabalhadas na consciência individual. Ninguém precisa se sentir assombrado diante da perspectiva de aniquilação nuclear, porque sempre podemos tratar de nosso próprio pensamento. O desafio se manifesta à consciência individual. E, por exemplo, à medida que vencemos em nós mesmos alguma parcela de egoísmo, de hostilidade, de inveja ou de impaciência, os destruímos não só para nós mesmos como indivíduos, mas ajudamos a destruí-los para todo o mundo.
Richard Nenneman: David, você e David Winder fizeram em anos recentes a cobertura das nações do terceiro mundo, e para nós é um privilégio tê-los aqui conosco. Sabemos dos temores e outras características subjacentes à corrida armamentista, e, em sua própria cobertura de problemas do terceiro mundo, lemos sobre a fome e a explosão demográfica, na série que você escreveu neste ano. Fora disso, que outros estados de pensamento do povo ou dos governos desses países precisaram ser tratados?
Gostaria de começar mencionando a Etiópia porque acabo de voltar de lá, e porque é um tema presente no pensamento de todo mundo. Parece-me que a fome, da qual tanto lemos recentemente, é fundamentalmente uma fome de idéias. Nesse mesmo sentido, pareceu-me que o deserto que pisei era a “solidão das esperanças humanas” mencionada pela Sra. Eddy (ver Ciência e Saúde 566:1–9). Esse deserto precisa ser regado com a inspiração de cada um de nós.
Richard Nenneman: Você não pretende, com essas palavras, negar a necessidade de alimentar as gentes, não é?
David Willis: Não, em absoluto. Só quis dizer que é no pensamento que começamos a lançar o fundamento a partir do qual podemos agir com inspiração, coisa que cada um de nós pode fazer. Todos nós temos um papel a desempenhar, tanto no pensamento quanto na ação humana que procede do pensamento.
Richard Nenneman: Sem dúvida, uma das exigências ao mundo de hoje é continuar a desenvolver uma estrutura de comunicação, uma rede de conexões apropriada para cada fase de desenvolvimento. Penso na palavra “nacionalismo” porque creio que no terceiro mundo há casos de nacionalismo muito produtivos, assim como outros que promoveram divisão. Você nos poderia dar exemplos de ambos?
Temos de salientar o fato de que o nacionalismo é um dos maiores perigos do mundo de hoje, e você tocou o ponto nevrálgico do problema quando disse que o nacionalismo promove divisão. Causa divisão por que é tão estreito, tão exclusivo em sua ânsia por uma identidade particular, que age necessariamente à custa de outros países.
David Willis: Nesse mesmo espírito, David, volto ao seu ponto anterior. Qualquer pessoa que tenha estado na Etiópia recentemente, percebe que lá existem três espécies de nacionalismo, em luta ao mesmo tempo. Há o governo central, o eritreano e o tigreano. E naturalmente, quem lê as notícias sobre Sri Lanka percebe aí dois tipos de nacionalismo.
Richard Nenneman: Isso mesmo. Mas agora temos de passar ao nosso próximo tópico, que é o desafio da ideologia comunista.
Charlotte Saikowski: Por certo, Dick, um dos sérios desafios que se nos depara é o relacionamento entre as duas grandes potências atuais, e também a natureza do sistema soviético, hostil ao sistema ocidental e outros. Estamos falando de países comunistas onde o indivíduo está subordinado ao estado, onde há pouquíssima liberdade econômica e política, e a liberdade religiosa é extremamente reduzida. Além de tudo isso, é um estado com ambições imperialistas.
Richard Nenneman: Creio, Charlotte, que muitos de nós compreendemos que as pessoas, individualmente, têm grande capacidade de modificar-se. Mas será que o sistema soviético, ou qualquer sistema mais ou menos totalitário, pode modificar-se?
Elizabeth Pond: Claro que sim. Veja as modificações que na realidade já ocorreram na União Soviética entre a época de Stalin e a atual, ou as modificações nos países sob o domínio soviético na Europa oriental. Veja a mudança ocorrida na China, durante apenas uma década entre a Revolução Cultural e o incentivo econômico agora vigente. Claro que é difícil, é difícil em qualquer sistema. É difícil modificar um sistema de pensamento arraigado, seja oriental, seja ocidental. Mas há exemplos alentadores, onde já houve modificações.
Richard Nenneman: Muito bem, estamos agora entrando em nosso último tópico, ao qual denominamos o ponto de saturação do materialismo. Em grande parte do mundo ocidental, as pessoas enriqueceram tanto, a vida se tornou tão fácil, que perderam a noção da verdadeira liberdade. Já falamos um pouco nisso. Sei que toda a mesa-redonda gostaria de dizer algo, mas vou pedir a David Winder que comece.
David Winder: Em primeiro lugar, temos de tomar cuidado quando falamos em saturação, quando temos a noção de que todo mundo está tão bem de vida, pois aqui na Europa há milhões de desempregados. E, naturalmente, padecem de grandes temores. Mas não há dúvida de que existe um excesso de materialismo. A exigência “quero o que quero e o quero já mesmo” está se tornando extremamente compulsiva e prevalecente na sociedade ocidental, e estimula a ambição desmedida, o egoísmo e a autogratificação.
[Katherine (“Kay”) Fanning, Redatora-Chefe do jornal The Christian Science Monitor, e Allison W. (“Skip”) Phinney, Jr., Redator dos periódicos da Ciência Cristã, sobem à plataforma, em Boston.]
Agradeço imensamente à nossa mesa-redonda em Londres. Vocês estiveram ótimos. Agora temos de deixá-los, mas espero vê-los novamente noutra transmissão via satélite.
Tanto os correspondentes como os redatores do Monitor fazem um enorme esforço para informar sobre os triunfos e as tragédias nas vidas e nas circunstâncias dos indivíduos. A Sra. Eddy escolhia cuidadosamente os nomes que dava às suas publicações. O título “Monitor” foi de grande importância para ela, e um “monitor”, segundo o dicionário, é alguém que adverte ou instrui. Assim, pode-se dizer que o Monitor nos ajuda a organizar uma agenda para nossas orações. Skip, no departamento de Redação do Journal, Sentinel e do Arauto, você tem também uma dessas agendas, da qual constam, por exemplo, esses tópicos principais mencionados há pouco por nossos colaboradores em Londres?
Sei que você passou uma semana bastante atarefada, Kay, mas deixe-me mostrar-lhe o número corrente do Christian Science Sentinel, do dia 10 de dezembro! Esse número é, por inteiro, sobre “a paz”. Um dos artigos se intitula “Healing international tension” [Como curar a tensão internacional]. Por aí você vê que sim, que temos esse tipo de agenda. É inevitável. Concordamos que é a oração que estabelece a agenda.
Enquanto você falava, Kay, estava eu pensando no que a Sra. Eddy disse sobre o “encadeamento do ser científico” Ciência e Saúde (p. 271): “O cristianismo do Cristo é o encadeamento do ser científico que reaparece em todas as épocas, mantendo sua óbvia concordância com as Escrituras e unindo todos os períodos no desígnio de Deus.”.
Katherine Fanning: Justamente, imagine se os Cientistas Cristãos (e não só os Cientistas Cristãos, mas todo o mundo), em suas orações, colocassem, no lugar do medo à corrente de reação nuclear, uma corrente de amor que se estendesse ao redor de todo o globo! Não faria uma grande diferença? E como você sabe, falando de novo em nossos leitores, a união entre os leitores e os colaboradores do Monitor, bem como os de seus periódicos, Skip, é essencial a fim de levar a cabo o propósito da Sra. Eddy para suas publicações, o propósito de “abençoar toda a humanidade”. Essa realização requer leitores, tanto quanto escritores.
Allison Phinney: Creio que o interesse que a Sra. Eddy tinha, desde o começo, pelas notícias de ordem mundial, e sua fundação do Monitor, nos levam a uma conclusão. Nossa Líder não temia que o mundo influenciasse adversamente os Cientistas Cristãos. Tinha absoluta certeza de que a nova perspectiva espiritual que a Ciência Cristã proporcionava, esta, sim influenciaria o mundo. Foi uma convicção muito forte a que ela teve, desde os primeiros momentos. Tudo isso traz ao pensamento a oração de Jesus, o que ele disse, ao falar com Deus, ao pensar no que ocorreria depois, após a crucificação, após a ressurreição e a ascensão, ao vislumbrar o futuro de seus discípulos. Jesus orou: “Não peço que os tires do mundo; e, sim, que os guardes do mal” (João 17:15).
Durante toda esta reunião falamos várias vezes sobre o mundo, e talvez agora tenha chegado o momento de fazer um balanço do que dissemos, e do significado de nossas palavras. Creio que realmente estamos falando sobre a consciência humana. Como Cientistas Cristãos, confiamos no fato de que o Cristo, a Verdade, é uma influência sempre presente na consciência humana. E se mantivermos essa expectativa, contaremos com ver sua evidência, a transformação e o progresso do pensamento. Do contrário, teremos de verificar nosso nível espiritual e averiguar por que não a vemos. Como sabemos, na capa de cada exemplar do Christian Science Sentinel há um lembrete muito especial, as palavras de Jesus, que são o lema do Sentinel: “O que, porém, vos digo, digo a todos: Vigiai!” Quando estamos espiritualmente despertos e vigilantes, nada no mundo nos pode convencer de que o bem não está ocorrendo, ou de que a vinda do Consolador não teve um grande efeito. Claro que teve efeito, um enorme efeito.
Quando nos mantemos firmes espiritualmente, e os Cientistas Cristãos diriam, quando nos mantemos firmes metafisicamente, a névoa e a fumaça da batalha começam a se desvanecer, e vemos o que realmente aconteceu. Começamos a enxergar um pouco dessa influência do Cristo no pensamento humano. E recuperamos nossa visão espiritual, da qual tanto necessitamos, a qual é tão natural e nos leva adiante.
Hal Friesen: Por certo, temos aí muito em que pensar. Ninguém que esteja ouvindo ou assistindo ao nosso programa pode dizer que os Cientistas Cristãos não estão fazendo algo pela humanidade, vivendo para toda a humanidade. Estamos fazendo muito. Mas temos de fazer ainda mais. Há uma urgência espiritual que requer mais trabalho de nossa parte.
Agora seria oportuno fazermos uma pausa e passarmos alguns momentos em oração silenciosa. Depois nos uniremos aos Primeiro e Segundo Leitores de A Igreja Mãe e diremos em voz alta a Oração do Senhor, com sua interpretação espiritual do livro-texto da Ciência Cristã (Ciência e Saúde, pp. 16–17). [James Spencer e Essie A. Diggs disseram a oração, com toda a congregação.]
Nesse ponto, foi apresentado o trecho de um filme mostrando os Diretores em ação na Sala dos Diretores.
Harvey Wood: Ontem à noite, quando eu me preparava para esta reunião de 8 de dezembro, procurei ver como a Sra. Eddy empregava a palavra “ímpeto”, e descobri que aparece só uma vez em Ciência e Saúde, no capítulo “A Prática da Ciência Cristã”. Há um parágrafo em que ela esboça como fez sua descoberta espiritual, tantos anos atrás, e como, depois dessa descoberta, houve uma acumulação de evidência científica. Logo mais diz, em tom profético: “Essa evidência acumulará gradativamente ímpeto. ...” Ciência e Saúde (p. 380): “Há muitos anos, a autora fez uma descoberta espiritual, cuja evidência científica se tem acumulado para provar que a Mente divina produz no homem saúde, harmonia e imortalidade. Essa evidência acumulará gradativamente ímpeto e clareza, até alcançar o ponto culminante da exposição e comprovação científicas.”
O que é realmente que provoca o ímpeto dos dias atuais, o que começou em 1866, e vem agindo desde aquela época? A cura, a verdadeira demonstração de cura pela Ciência Cristã no Campo de Ação, promoveu esse ímpeto. A cura transportou esse ímpeto e o trouxe a nós, ao dia de hoje. E seria benéfico compreendermos que a obra de cura não é levada a cabo exclusivamente por um grupo selecionado dentro da igreja, o qual denominamos praticistas.
E temos muita gratidão pelos praticistas.
H. Dickinson Rathbun: Sem dúvida. Quero, porém, apresentar nesta reunião algo que nos faça lembrar o que a Sra. Eddy nos diz no Manual acerca da cura. Diz ela: “Recomendo que cada membro desta Igreja se esforce por demonstrar, por sua prática, que a Ciência Cristã cura os doentes rápida e completamente, provando assim que essa Ciência é tudo o que dela afirmamos” (§ 7° do art. 30).
Todos nós aqui em A Igreja Mãe, bem como os senhores nos respectivos auditórios de onde nos estão vendo e ouvindo, temos em comum um profundo amor por esta Causa. E temos algo mais em comum. Todos nós nos volvemos a esse Manual, esse Manual de A Igreja Mãe, em busca de orientação, dia a dia, como os senhores também o fazem. A absoluta confiança da autora desse Manual no poder de Deus, no poder do cristianismo primitivo, conseguiu fazer com que esse modesto livrinho proporcionasse uma organização que, em si, é modesta e simples. E nessa modéstia reside a grande autoridade desta Igreja, porque faz com que todos nós, os senhores e eu e todos, recorramos a Deus, em busca de força, a força do Seu Cristo.
Fim do trecho de filme. Os Diretores prosseguiram falando.
Ruth Elizabeth Jenks: É com enorme alegria e afeto que penso na corrente de cura e amor, a envolver hoje o mundo inteiro. Penso nos senhores, aí em Lagos, na Nigéria, com as fisionomias radiantes de amor, assim como penso nos que estão em Dublim, em Estocolmo, no México, em São Paulo, em Honolulu. Cada um dos senhores, em cada localidade, é um elo vital nessa corrente de amor. E à medida que ampliamos o conceito de nosso afeto, fortalecemos nossos próprios laços familiares, e assim chegamos a reconhecer o desejo de viver para toda a humanidade, dispostos a enfrentar, individualmente, em nossa própria vida, essas importantes questões mencionadas há pouco.
Por exemplo, monopólio. Será que como Cientistas Cristãos temos o monopólio do bem? Será que consideramos o imperialismo, manifestado como dominação pessoal, necessário? Porventura achamos que Deus não pode dirigir cada idéia de Sua própria e preciosa criação? E que dizer do sistema negligente de religião? Estaremos fazendo concessões a ponto de debilitar nossa fibra moral? Será que o excessivo materialismo desta era nos levou a relegar o estudo e a oração aos momentos livres, em vez de dar-lhes absoluta prioridade? Na verdade, quanto mais lidarmos com esses assuntos diariamente em nossa vida, maior será nosso empenho em ajudar a humanidade. Reconheceremos a dignidade e o valor de cada indivíduo. Veremos quão inseparável de seu Pai-Mãe Deus é cada uma de Suas idéias, e assim fortaleceremos nossas próprias famílias. Estaremos em condições de nutrir nossos filhos e de prepará-los para o belo propósito inerente a cada um deles.
Sim, estamos vivendo numa era de intensidade de pensamento, de profunda pesquisa. É o fim de um século. Mas o fim deste século tem uma característica toda singular. É o fim de um milênio. O segundo milênio desde o advento do Messias. Por certo, haverá pesquisas espirituais profundas, uma busca dentro dos corações dos homens. Como o diz nossa Líder: “É chegada a hora dos pensadores” (Ciência e Saúde, p. vii).
Harvey Wood: Interessante ter voltado à baila essa questão da energia mental que emana do fim deste século. Faz-me lembrar a história de um amigo meu, muito chegado, jovenzinho ainda ao fim do século passado. Era ele Cientista Cristão, e disse que os jornais da época falavam amiúde acerca do crescimento, do rápido crescimento, da Causa da Ciência Cristã. Junto com essas notícias surgia também grande especulação de que o movimento inteiro desapareceria em pouco tempo, quando perdesse sua dinâmica Líder. E contou-me que, quando recebeu a notícia do falecimento de nossa Líder, não pôde dormir naquela noite, até perguntar-se: E agora, o que é que você vai fazer? E então, disse, obteve uma resposta clara. Deixou sua profissão, foi para Chicago e abriu um escritório como praticista público da Ciência Cristã. É esse o efeito estimulante que devemos esperar hoje.
Esse relato se assemelha muito a uma história que conheço de perto. Ocorreu há muitos anos, quando eu tinha grande desejo de praticar o ministério de cura. Desejava ardentemente ajudar a outros, mas ninguém me pedia ajuda. Arrumei um quartinho no andar superior de minha casa, e o decorei como estúdio. Aí passava um bom tempo, todos os dias, dando tratamentos.
Ora, como podia eu dar tratamentos, sem pacientes? Eu tinha meus pacientes. Quem eram? Hoje ouvimos várias vezes esta expressão — agenda para oração. Eu usava o Monitor. O Monitor me fornecia situações que clamavam por minhas orações. E assim começou minha prática. Naquela semana duas pessoas me pediram ajuda, e nunca mais deixei de ter pacientes.
Hal Friesen: Quero dizer só uma coisa. Embora tenhamos hoje falado profusamente nos periódicos, esta reunião não é propriamente sobre os periódicos. É uma reunião sobre temas atuais. E temos com que tratá-los graças às idéias que encontramos no Livrete trimestral, no Sentinel, no Journal, no Arauto, no Monitor, em todas as fontes de alimento espiritual preparadas por nossa Líder.
Michael Thorneloe: A Sra. Eddy em seus escritos discorre de várias maneiras sobre a paz. Para mim, uma das melhores respostas de nossa Líder foi dada aqui mesmo, neste belo edifício, durante a primeira palestra que pronunciou neste local. Foi num domingo de maio em 1895. Subiu ela a esta mesma plataforma e, nas observações que fez de improviso para a congregação naquele dia, incluiu estas poucas palavras, que para mim constituem uma resposta clara e sucinta à pergunta: Como posso viver para toda a humanidade? Disse ela: “Vivei de tal maneira que vossas vidas atestem vossa sinceridade e façam ressoar Seu louvor.” Miscellaneous Writings (p. 106): “Esta é uma questão de grande importância há muito tempo: Como pode a humanidade venerar aquilo que mais se deve adorar, e que menos se adora — e onde terá início aquele louvor que jamais deverá cessar? Abaixo de tudo, acima de tudo, além de tudo, creio que ouço o sussurro doce e suave dos anjos que respondem: ‘Vivei de tal maneira que vossas vidas atestem vossa sinceridade e façam ressoar Seu louvor’.” Há um tom de alegre premência nesse chamado. Cada um de nós pode responder a ele. Cada um de nós pode desempenhar a parte que lhe cabe na consumação da profecia de nossa Líder. Cada um de nós pode e deve viver para toda a humanidade.
Ora, por que é que esse chamado imperioso de nossa Líder constitui uma possibilidade nítida, neste mesmo instante? Por causa da obra de nosso Mestre, Cristo Jesus. Num sentido muito realista, foi ele o Príncipe da Paz. Mostrou à humanidade inteira que a paz é uma realidade prontamente ao nosso alcance. A paz não é um vácuo estático, inerte, onde nada acontece. A paz contém alegria. É vibrante, vital, terna, afável, cheia de vida. Assim como o amor, a paz requer palpitantes testemunhas.
Sempre que penso na paz, penso no Natal. A alegria pura do Natal é o perpétuo sinal, a declaração imediata, de paz, aqui e agora, conosco o tempo todo. E a mensagem do Natal é também a mensagem da ressurreição e da ascensão. A paz do Natal está conosco todos os dias. Essa paz traz cura. Traz salvação, traz redenção a toda a humanidade. E quando os senhores e eu respondemos ao Cristo, o resultado inevitável é a paz, em seu sentido comumente aceito de fraternidade entre as nações.
Agradecemos a todos por estarem conosco nesta reunião municipal, nesta reunião de família. Foi um presente de amor por parte de A Igreja Mãe, de sua Igreja Mãe. Estamos agradecidos por tudo que os senhores estão fazendo. Estamos gratos por seu amor a Deus, por sua devoção à nossa Líder e à sua Causa. Aliás, podemos todos partilhar desta belíssima bênção de Natal que encontramos na Bíblia: “Paz seja contigo, e tenha paz a tua casa, e tudo o que possuis tenha paz” (1 Samuel 25:6).
 
    
