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Carta aberta a um membro novo na igreja

Da edição de agosto de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Caro amigo.

Mencionaste em tua carta que estás desanimado com o progresso que vens fazendo na tua filial da Igreja de Cristo, Cientista. Dizes que os membros não dão valor às tuas opiniões.

Lembrarás de nossa troca de idéias antes de te filiares à igreja, quando perguntaste qual seria a melhor maneira de obterem-se vislumbres mais práticos da Ciência Cristã? Talvez te lembres, também, de que a resposta foi esta: é como um estágio, um aprendizado no próprio local de serviço. Que melhor lugar haveria que o de uma igreja filial para conseguir-se compreensão mais prática do que significa ser cristão!

Crês que não aprendes algumas lições como gostarias. Não se dava o mesmo quando estavas na escola? Algumas matérias eram fáceis, ao passo que outras exigiam horas de estudo para entender um único capítulo do texto. Não desanimes. Há, geralmente, maior recompensa quando temos de lutar um pouco. Podes ter certeza, caro amigo, não és a única pessoa a impacientar-se com seu pouco progresso.

Minha experiência, quando eu era membro novo na igreja, relacionava-se com os “eu e eles” de gerações diversas, ao invés de basear-se na compreensão da unidade de propósito espiritual que caracteriza a verdadeira Igreja. Numa de minhas primeiras reuniões, expus o que achava errado com o ensino na Escola Dominical. Após, um professor da Escola Dominical, um tanto incomodado, me interpelou. Estaria eu questionando a dedicação dos professores quanto a prepararem-se todas as semanas para a Escola Dominical? Outro membro acudiu e, de modo amável, perguntou: “Não era isso o que querias dizer, não é mesmo?”

Aquele pequeno incidente ilustrou-me quantas bênçãos há na atividade da igreja. A primeira pessoa estava questionando-me os fatos e indicando o perigo das abstrações. A segunda temperou a situação com amor e a transformou numa ocasião de aprendizado. Com isso, ambas possibilitaram-me o primeiro vislumbre de como a instituição humana, “igreja”, representa a idéia divina, “Igreja”, a qual está definida pela Sra. Eddy em Ciência e Saúde do seguinte modo: “A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede.” Ciência e Saúde, p. 583. Na vez seguinte em que usei da palavra, meus comentários foram impregnados com dose bem maior da Verdade e do Amor divinos. Mais tarde, a oportunidade de lecionar na Escola Dominical da Ciência Cristã ensinou-me quão pouco lugar ali existe para teorias. As crianças querem saber da verdade prática, e folgam e se divertem no amor de Deus que a tudo abrange.

Afortunadamente, os membros não me deixaram de lado. Fui nomeado para uma comissão que deveria investigar a questão de substituir-se o telhado do prédio da igreja. Eu tinha alguma experiência no assunto, pois meu trabalho me envolvera com diversas edificações. Mas aquele foi um caso em que pouco conhecimento representa muito perigo!

Havia planos de conseguir diversos orçamentos e apresentá-los aos membros, juntamente com algumas informações importantes. Ao final, tínhamos propostas de duas firmas, cada uma com métodos completamente diferentes para substituir o telhado. De algum modo, eu aceitara a noção de que era eu o responsável pela coisa toda e que deveria optar por uma das propostas. Escolhi a menos cara. Bem, o que aconteceu? Os membros tiveram outra idéia. Escolheram o caminho da mais dispendiosa.

Pensei nisso por longo tempo. (Aprendia as lições mais lentamente, naqueles dias!) Finalmente dei-me conta disto: minha atitude havia sido impelida por amor próprio, opinião pessoal, arrogância. Eu não tivera, pelos membros, amor suficiente para confiar na sua inspiração.

Pouco tempo depois tomei conhecimento de que os membros haviam tomado a decisão correta. Ao preparar a instalação dos serviços, o empreiteiro descobriu diversas táboas ruins e as substituiu. O outro não teria feito aquela descoberta, porque seu plano não incluía a remoção completa do telhado existente. Para mim, isso foi demonstração prática de como os membros de uma igreja filial podem voltar-se ao Princípio divino e ser guiados corretamente.

Desde aquele tempo muitas experiências me provaram que, apoiada na oração, uma atitude gentil e honesta com respeito a algum assunto nunca falha em resolvê-lo. Quer a necessidade seja a de um órgão novo, um sistema de calefação mais moderno, alguma decoração ou um novo modo de realizar reuniões na igreja, o que for necessário será realizado na medida em que os membros perceberem qual é a vontade de quem realmente governa — a vontade de Deus.

Meu amigo, essas lições muito me ajudaram a ser um membro melhor, na igreja, e, uma pessoa melhor. Estou certo de que também tu virás a concluir que, encarando o trabalho na igreja como um estágio na demonstração da Ciência Cristã, isso te trará enriquecimento espiritual.

Humildade é pedra angular de todo aprendizado real, tanto dentro como fora de uma igreja filial. Quantas vezes apoiaste uma posição contrária ao ponto de vista da maioria? Acaso achaste que uma alteração dos estatutos seria um passo de progresso e tiraria tanto peso (suspiro!) dos teus ombros? Sentimentos de contrariedade são sinal seguro de que há vontade própria em ação. Se o reconheceres em ti, terás dado o primeiro passo para a vitória sobre a voluntariosidade. Aproxima-te, então, de Deus. Tenho me sentido mais próximo de Deus sempre que ponho de lado todos os sentimentos pessoais e o orgulho, e digo: “Muito bem, bom Deus, o que devo aprender disso?” Assim se aprende a obedecer somente a Deus. Não há decepção quando não há conflito — quando aceitamos a Mente única e divina como nossa Mente e rejeitamos a mente mortal como irreal; quando expressamos nossa verdadeira identidade como idéias espirituais da Mente, que refletem a única vontade. Que ímpeto de aprender humildade nos dá a oração de Cristo Jesus no Getsêmani: “Não se faça a minha vontade, e, sim, a tua.” Lucas 22:42. Considerando o supremo sacrifício do Mestre, o mínimo que podemos dizer-nos como membros da igreja, é: Se esta é a vontade dos membros, com prazer lhe dou meu apoio.

Hoje, Pai, a Ti chegamos,
Bem aberto o coração,
Jubilosos, expectantes,
Prontos para a missão.Hinário da Ciência Cristã, n° 58.

Esse magnífico hino de alegria expressa quanta satisfação se pode sentir em servir a Deus com a igreja. E, podes estar certo disto, de que, quando a alegria se apóia na alegria, e uma lição em outra lição, tua busca pela tua verdadeira identidade no Cristo terá êxito certo. Lembra-te de que cada passo à frente, cada falso traço de caráter e crença material superados dão prova do poder, da pura vitalidade, desta instituição chamada igreja filial.

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