Deus está continuamente revelando o seu Cristo, a Verdade, a cada um de nós, e a manifestação do Cristo em nossa consciência mostra a união indissolúvel existente entre Deus e sua idéia, o homem. Seja qual for a situação humana que se nos apresente, sempre estamos aptos a reinvindicar nessa união a única realidade. À medida que nossa consciência se imbui da presença de Deus, o sonho material de medo, carência, doença ou qualquer outra dificuldade desaparece diante do despertar espiritual para a Verdade purificadora.
Toda aparente discórdia humana tem origem na crença de que toda a criação é constituída de um lado bom e um lado mau, e de que o mal (a generalização do lado mau) é tão evidente que praticamente não deixa espaço para o lado bom. Toda a especulação feita através dos anos, baseada nesse modo de pensar errôneo, não foi suficiente para trazer à humanidade uma resposta apropriada ao problema do mal. A crença de que o mal é uma força incontrolável, com o homem como joguete, leva parte da humanidade a uma atitude de passiva resignação frente aos acontecimentos, sem nada fazer para modificá-los.
A Ciência Cristã não advoga esconder-se a cabeça na areia para não ver o mal. A Ciência explica-nos que o mal é irreal e mostra-nos que a oração é o meio pelo qual podemos fazer frente às pretensões do mal e destruí-las. Alcançamos a cura através da identificação correta do homem como a semelhança de Deus — nossa natureza verdadeira — e por meio de reconhecermos a totalidade do bem e o nada do mal. As Escrituras dizem-nos: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Gênesis 1:31. Isso mostra claramente que Deus, sendo infinito e todo bom, não conhece nenhuma coisa dessemelhante dEle mesmo; todo o universo manifesta a natureza divina, eterna e infinitamente. Mediante a oração cristã científica, conseguiremos prová-lo em nossa vida.
O profeta diz, referindo-se a Deus: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar.” Habac. 1:13. A oni-presença de Deus destrói qualquer pretensão de o mal ter existência legítima, mesmo como pretensão, pois o mal é somente um conceito errado de algo que está certo. Precisamos compreender que, em realidade, somos inseparáveis de Deus, a Mente infinita, para ver a Mente se revelando em nossa experiência atual. E, para isso, precisamos espiritualizar nosso pensamento, volver-nos para o sentido espiritual. Como diz a Sra. Eddy: “O sentido espiritual é uma capacidade consciente e constante de compreender Deus.” Ciência e Saúde, p. 209. A rejeição e inversão dos argumentos dos sentidos, baseadas na nossa clara percepção dos fatos imutáveis do ser e da presença harmonizante de Deus, dissipam moléstias ou outros erros. As dificuldades cedem às realidades eternas da Mente sempre perfeita.
Às vezes nos defrontamos com um erro tão renitente (aparentemente), e que já suportou todas as nossas tentativas para eliminá-lo, que praticamente começamos a nos acostumar com a idéia de conviver com ele. Talvez tenhamos, sem ter-nos dado conta, acabado por dar existência real ao erro, como uma entidade dotada de poder próprio e com existência totalmente à parte de Deus. Essa sutileza do erro, revestindo-se de legitimidade, precisa ser combatida no seu cerne, se não estaremos como Dom Quixote, combatendo moinhos de vento e crendo que são gigantes. O erro é sempre irreal, não importando que pareça gigantesco.
Quando a Ciência Cristã nega realidade ao erro, também afirma a onipresença de Deus, o bem. Isso elimina a crença de que haja um lugar onde o erro possa existir. É, então, imprescindível negarmos, em nossas orações, os supostos fundamentos do erro, sua suposta realidade e seus testemunhos, para, através da nossa compreensão acerca de Deus, vararmos o véu humano da discórdia e nos regozijarmos na presença de Deus. A Sra. Eddy esclarece esse ponto perfeitamente: “Já que na crença existe uma ilusão chamada pecado, que tem de ser enfrentada e dominada, classificamos o pecado, a doença e a morte como ilusões. São supostas pretensões do erro, e como o erro é uma falsa pretensão, essas pretensões, na realidade, absolutamente nada são. É cientifico permanecer na harmonia consciente, na Verdade e no Amor imorredouros e salutares. Para fazer isso os mortais precisam primeiramente abrir os olhos a todas as formas, métodos e sutilezas enganadoras do erro, a fim de que a ilusão, o erro, possa ser destruída; se não se fizer isso, os mortais se tornarão vítimas do erro.” Retrospecção e Introspecção, p. 64.
Ao assim procedermos, estaremos firmando nossa compreensão, baseando-a na segurança e estabilidade de Deus. Toda situação de discórdia requer que elevemos nosso pensamento mais a Deus, que ampliemos os horizontes mentais para acima do erro, para presenciar a bondade infalível de Deus desenrolando-se. A harmonização do nosso pensamento com a Mente eterna quebra as supostas cadeias da materialidade e leva, inevitavelmente, à demonstração — o Cristo, a Verdade, vindo à experiência humana.
A vida de Cristo Jesus é exemplo insuperado de desafios vencidos pela perfeita compreensão da união eterna do homem com Deus, o bem. Quando confrontado com a crença de carência de alimentos para alimentar a multidão que fora ouvi-lo, Cristo Jesus não esmoreceu. Ver Mateus 14:14–21. Os discípulos, no engano dos sentidos materiais, diziam da insuficiência dos alimentos para a quantidade de pessoas a alimentar. Mas Jesus não entreteve as argumentações do erro. Reconhecia a afluência sempre presente de Deus, e demonstrou que a matemática divina não está enquadrada dentro de conceitos humanos finitos e limitados. Sabia que o suprimento do homem vem por meio da gratidão a Deus e do reconhecimento de que a fonte do homem é Deus. O homem espiritual — nossa natureza verdadeira — não está sujeito à crença humana, e compreender esse ponto libera-nos do erro.
Temos oportunidades sempre presentes para glorificarmos a Deus em pensamento e ação, ao abrirmos a consciência às verdades eternas reveladas divinamente pelo Cristo. Assim adquirimos a força espiritual para sobrepujarmos qualquer desafio e de testemunharmos o poder de Deus, que se estende pela infinidade e pela eternidade.
 
    
