No Sermão do Monte, Cristo Jesus delineia o caminho da salvação universal. As bem-aventuranças falam nas qualidades do Cristo que, entendidas como derivadas de Deus e vividas, trazem bênçãos infinitas: harmonia, saúde, paz e um despertar para nossa vida eterna em Deus.
Não há lugar melhor para desenvolver qualidades cristãs que o das filiais da Igreja de Cristo, Cientista. Quando nos dispomos a aceitar esse modo cristão e redentor de pensar, despertamos para nossa maravilhosa liberdade original e faz-se nossa a contínua ressurreição espiritual. A Sra. Eddy, à página 11 de sua Message to The Mother Church for 1901, afirma: “Em minha opinião, o Sermão do Monte, lido a cada domingo sem comentários e obedecido durante a semana, bastaria para a prática cristã.”
Espera-se, em nossa igreja filial, que edifiquemos nossas vidas e nossa igreja sobre o fundamento da Rocha, Cristo, e do espírito do Cristo a que impele a compreensão de que Deus é Verdade e Amor. À medida que trabalhamos por isso e obedecemos aos estatutos e regulamentos da igreja, pondo com amor nossos talentos individuais a serviço desta, crescemos em altruísmo e deixamos gradualmente da vontade humana, do orgulho e das opiniões obstinadas. O modo em que respondemos às oportunidades de ser semelhantes ao Cristo, determina nosso progresso e as bênçãos que recebemos.
Certa vez, uma pessoa, membro de uma igreja filial, não podia ir trabalhar devido a sério problema físico. Confinado à cama, estudava lealmente a lição bíblica semanal do Livrete trimestral da Ciência Cristã e orava diligentemente por si. Também obedeceu ao recente pedido da diretoria da igreja, de que cada membro estudasse a “Regra para motivos e atos” no Manual de A Igreja Mãe, de nossa Líder, a Sra. Eddy. Ao ponderar a última frase: “Os membros desta Igreja devem vigiar e orar diariamente para se livrarem de todo o mal, para se livrarem de profetizar, julgar, condenar, aconselhar, influenciar ou serem influenciados erroneamente” Man., § 1° do art. 8°., deteve-se nas últimas cinco palavras, vindo-lhe ao pensamento poderosa mensagem angelical. Respondendo, declarou com veemência: “Não posso ser manipulado.” Sabia que, como idéia de Deus, o homem espiritual, só Deus o controlava. Sentiu, de imediato, o poder sanador desse reconhecimento inundá-lo de força e logo recuperou de todo a saúde. Não tardou que uma tentativa de enganá-lo e manipulá-lo num problema de relacionamento ficasse desmascarada e a situação, resolvida.
Aceitar papel visível e bem ativo no trabalho de igreja filial traz maravilhosas bênçãos. O novo Leitor de uma grande igreja filial percebeu que estava conseguindo exercer maior domínio em cada aspecto de sua vida diária. Sentia-se cada vez mais livre de sugestões de doenças e desarmonias de todo tipo, porque as exigências espirituais do cargo faziam com que apreciasse constantemente o poder da lei de Deus.
Apoiava-se no fato científico de que o Princípio, e não a pessoa, governava seu trabalho de Leitor. Reconhecia que na verdade não há poder que impeça a livre expressão da Palavra de Deus e que o cargo de Leitor representava, de certa forma, a Divindade a expressar-Se. Considerou o esforço de obedecer à exigência do Manual, de que os Leitores se mantenham “imaculados do mundo” Ver ibid., § 1° do art. 3°., como proteção de possíveis abusos mentais.2 Assim, os três anos de Leitorado formaram um período de crescimento espiritual e de domínio. A alegria de servir foi acompanhada de preciosa noção da presença e da proteção do Amor.
Em outra ocasião, uma jovem professora da Escola Dominical da Ciência Cristã não estava satisfeita com o ensino que dava e com seu desempenho. Parecia-lhe que estava apenas arranhando a superfície em vez de ajudar os alunos a alcançarem firme compreensão da Ciência, em sua pureza e profundidade. O desejo de melhorar seu ensino levou-a a fazer o Curso Primário de Ciência Cristã, passo esse que já desejava dar havia algum tempo. Essa experiência valiosa, estabelecida por nossa Líder no Manual para o crescimento espiritual de seus seguidores, abriu também a porta à oportunidade de prestar maior serviço à igreja e à comunidade. Entre os benefícios que recebeu estavam maior renda e mais harmonia no lar. Quão verídica lhe soava a promessa: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Mateus 5:6.
Aprendem-se outras valiosas lições, servindo na diretoria duma igreja filial. Quando essa oportunidade surge, não como resultado de ambição pessoal ou de rivalidades, mas de confiar-se na orientação da Mente para melhor abençoar a igreja e cada membro, abre-se maravilhoso período de crescimento em espiritualidade e sabedoria. Ao se trabalhar com os demais membros da diretoria, ouvindo-os e respeitando seus pontos de vista, aprende-se a acalmar a voluntariosidade de promover as próprias opiniões. Aguça-se o discernimento e vê-se de modo mais claro quando ceder à preferência da maioria e quando tomar posição, ainda que no momento solitária mas espiritualmente valorosa, que se alinhe com o Princípio.
Bênçãos e crescimento semelhantes advêm do trabalho em comissões, que apóiam muitas das funções da igreja filial também de forma vital, mas menos pública. Esse trabalho nos ensina o verdadeiro significado de humildade e graça. Dispondo-nos a abandonar o sentido falso, mortal, de identidade, à luz divina, demonstramos o amor altruísta do Cristo.
Uma das mais sagradas promessas das bem-aventuranças, para mim, é esta: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” Mateus 5:8. Se de fato ansiarmos perceber só a presença de Deus, recusaremos envolver-nos em bisbilhotice ou mera curiosidade quanto aos demais membros. Não permitiremos que a mente mortal se valha de nós para declarar, em silêncio ou em voz alta, mentiras sobre outrem, mentiras essas que dizem ser o mal real e ter identidade. Resistiremos à tentação de julgar por que alguém parece ter certa dificuldade e determinaremos da situação apenas o suficiente para lhe oferecer compaixão e a ajuda prática necessária. Acima de tudo, reconheceremos, com gratidão, que a verdadeira identidade de cada um é a expressão perfeita da Mente única. Assim seguiremos o mandado de Cristo Jesus, de amarmos o nosso próximo como a nós mesmos.
O Mestre com efeito instou conosco: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:16. As bênçãos e os vislumbres espirituais provenientes de participarmos em atividades que mantêm nossa atenção no Espírito e apóiam os passos de outros no caminho da santidade, são como pedregulho atirado num lago. Vão formando círculos cada vez mais amplos e chegam a abraçar e iluminar, em certo grau, toda a comunidade.
 
    
